Pesquisas feitas com empresas registram um aumento na realização de ações sociais e um baixo índice de utilização da Lei de Incentivo CulturalPublicadas na revista Carta Capital, duas pesquisas da InterScience realizadas com empresas indicaram um aumento de 6% na realização de ações sociais e uma diminuição de 3% no índice de utilização da Lei de Incentivo Cultural. Em ambas as pesquisas foram ouvidos cem executivos atuantes em empresas pertencentes aos segmentos alimentício, automotivo, eletroeletrônico, farmacêutico, de informática, de materiais de construção, bancário, calçadista, de prestação de serviço, químico, têxtil, varejista e de telecomunicações. A primeira pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 22 de março deste ano e a segunda entre os dias 2 e 5 de abril.
Responsabilidade social
Segundo a primeira pesquisa, as ações que fazem parte do conceito de responsabilidade social das empresas são: o apoio a entidades filantrópicas, com 62% das respostas, melhoria nas condições de vida dos funcionários, com 57%, e apoio a programas de proteção ambiental, com 52%. O apoio a eventos culturais, a atividades esportivas e o patrocínio a filmes e peças teatrais ficaram com os últimos lugares, com 11%, 10% e 1%, sendo que em 2001 estes números eram de 50%, 28% e 22%, respectivamente.
Atitude
Das empresas ouvidas, 65% responderam que realizam alguma ação social, indicando um aumento de 6% em relação a 2001. A principal atitude tomada pelas empresas é o apoio a entidades filantrópicas, com 54%, em oposição ao patrocínio cultural que ficou em último lugar, com 7% das respostas. A pesquisa indica que 71% das empresas consideram que as ações sociais realizadas trazem algum tipo de retorno financeiro. Entre as empresas que não realizam nenhum tipo de ação social, os principais motivos que justificam a opção são: falta de interesse, 51%, alto custo das ações, 46%, falta de incentivo do governo, 11%, falta de obrigatoriedade, 6%, e percepção de pouco retorno, 3%.
Lei de Incentivo
A segunda pesquisa indica que a maior parte das empresas ouvidas pela InterScience não utiliza a Lei de Incentivo Cultural para patrocínio – 14% responderam afirmativamente – embora acredite que esse tipo de apoio traz retorno positivo devido à visibilidade do nome e da marca da empresa junto a consumidores (50% das respostas) e ao abatimento no Imposto de Renda (12%). Para a maioria das empresas (65%) o acesso a eventos culturais patrocinados por intermédio da Lei de Incentivo Cultural não é garantido à grande população pois esses projetos são dirigidos e elaborados para um público mais elitizado, não são suficientemente divulgados, além de ser um hábito cultural pouco difundido.
No ano passado os principais motivos apontados como causa da falta de benefício por parte da grande população era o alto custo dos ingressos, com 72% das respostas, e a distância dos locais onde os eventos ocorriam, com 20%. Segundo as empresas ouvidas, as mudanças que poderiam modificar este quadro e garantir benefícios à grande faixa da população são: venda de ingressos a preços populares, maior divulgação dos eventos na periferia e realização de eventos menos elitizados.
As pesquisas foram publicadas nas edições de número 184 e 185 da Carta Capital do mês de abril.
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