O Observatório Cultural Sul-Africano (SACO) organiza este ano a sua segunda Conferência nacional. O encontro terá como tema “Economia Criativa e Desenvolvimento – Perspectivas das Economias Desenvolvidas e Emergentes“. O objetivo da conferência é reunir uma boa parte da comunidade acadêmica local e internacional para compartilhar suas pesquisas e buscar estabelecer tendências e alinhamento das melhores práticas. A conferência acontecerá nos dias 24 e 25/05 em Joanesburgo, África do Sul.
O Cultura e Mercado conversou com Luiz Coradazzi sobre o evento.
CeM – Levando em conta as diferentes realidades culturais de cada país e o tema do seu painel (“Different Futures, Different Opportunities”), qual será o foco de sua fala nesta conferência?
LC – Pretendo focar na importância de identificar as similaridades entre Brasil e Africa do Sul na esfera de políticas culturais. Ambos os países são economia emergentes (recentemente rebaixadas a Junk Status), democracias jovens e com populações altamente diversas e jovens, e enfrentam problemas similares em suas políticas e práticas para a cultura, como a falta de investimento em capacitação e a uma alta dependência de financiamento público (e sua concentração em grandes centros urbanos).
CeM- Visto que a conferência irá explorar a interconexão entre a economia criativa o desenvolvimento, em sua visão qual a importância da coleta de dados (PIB da Cultura) e criação de indicadores da economia da cultura e economia criativa para o desenvolvimento tanto de políticas públicas, quanto de interfaces com o setor privado?
LC- No meu entendimento, ter indicadores consistentes e com série histórica é essencial para qualquer setor da economia. Nas indústrias criativas e na Cultura isso não é diferente, mas esses segmentos exigiriam um olhar diferenciado, pois não se trata apenas de produção de riqueza quantificável, monetizada. É claro que isso é importante, principalmente para demonstrar que o investimento público em cultura não é luxo supérfluo. Mas no caso dessas cadeias produtivas, também deveriam se considerar os efeitos que elas têm no bem-estar social e individual, educação e capacidade de inovação, aspectos que por sua vez também têm efeitos diretos em outras indústrias ao longo do tempo. Acredito que é importante também monitorar as relações entre as diversas indústrias criativas entre si, especialmente entre os setores mais comerciais e os de base artística. Não há indústria forte de games ou televisão, por exemplo, sem uma excelente base de formação artística em design, música, narrativa etc.
Luiz Coradazzi é formado em Comunicação Social (ESPM), com mestrado em Music Business Management (University of Westminster, Londres) e Curso de Especialização em Gestão e Políticas Culturais (Itaú Cultural/Universidade de Girona, Espanha), Luiz atua há 20 anos como gestor cultural ou consultor de organizações e projetos como Inhotim, OSESP, Instituto Baccarelli, TV Cultura, Carnaval MultiCultural do Recife e outros. Foi bolsista do programa Young Cultural Leaders do Salzburg Global Seminar em 2012, e recebeu um Prêmio de Desenvolvimento Profissional do British Council em 2015 para uma viagem de estudos sobre Arte e Impacto Social à Africa do Sul e Moçambique. Integra o conselho de instituições como a International Society for the Performing Arts (ISPA) e o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (Theatro Municipal de São Paulo). Desde 2011 é Diretor de Artes do British Council no Brasil, em que dirigiu o programa Transform (2012-2016), plataforma de artes e criatividade entre Reino Unido e Brasil que promoveu intercâmbio de conhecimentos, conteúdos e práticas de gestão cultural e desenvolvimento artístico. Entre as principais iniciativas do Transform, estão o Transform Orchestra Leadership, o Treinamento NESTA-British Council para Empreendedores Criativos, o Programa de Desenvolvimento de Museus e o Recife Playable City. Ele participará na Conferência do Observatório Cultural Sul-Africano a convite do BASA (Business & Arts South Africa)
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