Em entrevista ao jornal Brasil Econômico publicada nesta quarta-feira (2/2), a ministra da cultura, Ana de Hollanda, falou sobre a Economia Criativa. Segundo ela, esse tema “é uma necessidade do século 21″.
Confira a íntegra da entrevista:
Foi uma necessidade que sentíamos há muito tempo. A economia criativa não havia ganho o status necessário. Tudo passa por cultura – além das tradicionais indústrias criativas, como a gráfica de livro, fonográfica, audiovisual, etc. – há ainda outras áreas que foram crescendo, como moda, design, arquitetura. Um mundo gira em torno dessas atividades, mas não estava organizado, e não havia metodologia de trabalho, de aproveitamento, sendo que ela gera verba e muitos empregos.
Há algum setor específico a ser priorizado?
É uma secretaria transversal e vamos trabalhar em todos os setores. Mas para que seja organizada, precisamos de dados mais precisos para saber, por exemplo, quanto representa em relação ao PIB nacional. Hoje há dados defasados.
Haverá um trabalho conjunto com outros ministérios?
Sim, essa ideia já estava em estudo na gestão (dos ex-ministros da era Lula) Gilberto Gil e do Juca Ferreira. É orientação da presidente Dilma Rousseff um trabalho de integração entre os ministérios, para que dialoguem mais, trabalhem mais proximamente, para não se perderem em atividades paralelas. Hoje há ações pontuais e não ações conjuntas de ministérios. Temos de otimizar essa atuação, com Indústria e Comércio e o setor de Comércio Exterior. Já tivemos alguma conversa. Depois da nomeação da secretaria, faremos estudo para ver as necessidades,para desenvolver programas, projetos, ações conjuntas. Agora ainda estamos na fase de avaliação e de formação da equipe.
O Ministério da Cultura fez um longo mapeamento há alguns anos junto ao IBGE, inclusive com treinamento de pessoas para vislumbrar o valor agregado da economia criativa. Em que pé está tudo isso?
Esse trabalho iniciado trouxe à tona a riqueza dessa produção, desse mundo da Cultura e vamos trabalhar para atender a essa necessidade, e ainda mais para a realidade de que a indústria tradicional já é mais organizada. Na Cultura há muita informalidade. O mundo artístico, a área criativa traz um vetor criativo muito rico.O desafio é como integrá-lo a toda a cadeia, de uma ponta a outra, para sua difusão. Tudo isso precisa ter tratamento mais bem organizado. Às vezes vemos que alguns artistas conseguem realizar muito, mas outros não contam com canais para poder se envolver esse mercado, expor seutrabalho, e a criação morre na praia. Há um desperdício muito grande ao não trabalhar para o acesso da população à diversidade brasileira. Com tanta riqueza cultural não temos como manter esse trabalho isolado.
A presidente Dilma é simpática ao assunto?
Ela já falava muito em trabalhar com olhar específico para a área de criação, da CULTURA, a riqueza criativa, e chamou a atenção para que nos integrássemos entre os ministérios. Não dá para pensar sozinho a indústria criativa, sem apoio de outras pastas. (Integrantes do Ministério do Desenvolvimento ligados ao Comércio Exterior mostraram abertura para o assunto Economia Criativa quando questionados pelo BRASIL ECONÔMICO). Podemos fazer isso organizadamente. Com ações conjuntas e um olhar específico para o assunto, e assim nos tornamos um ministério essencial e estratégico. Temos de realizar ações nesse sentido para ocupar esse espaço.
O BRASIL desperdiça recursos nessa área?
Perde-se muito em valores criativos porque não são trabalhados. A CULTURA, na forma dos criadores, vive muito mais iniciativas particulares. Temos de pensar em como tornar as atividades autossustentáveis, ações nessa seara estão se perdendo pelo ralo, são ações isoladas, isso não dará sustentação para continuar políticas específicas. Temos de pensar em programas duradouros. Ou não se tornarão PROGRAMA perenes, ou ações permanentes.
*Com informações do jornal Brasil Econômico
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