O presidente da Funarte, Antonio Grassi, divulgou nesta quarta-feira (27/7) uma carta sobre os protestos de segmentos de artistas.
Leia abaixo:
É com tal espírito que a manifestação convocada por segmentos artísticos de São Paulo foi encarada por mim e pela Ministra Ana de Hollanda: os portões da Funarte foram mantidos abertos, a força policial não foi convocada e, desde o primeiro momento, nos declaramos dispostos ao diálogo.
Os principais pontos expressos no manifesto, como as PEC’s 150 e 236 e o Prêmio Teatro Brasileiro encontram-se em discussão no Congresso Nacional. É importante que o debate extrapole os limites dos artistas e fazedores de cultura e chegue aos mais amplos setores da sociedade. Protestos legítimos auxiliam neste processo.
Entretanto, quero ressaltar algumas atitudes que não parecem coadunar com o espírito da luta comum dos artistas brasileiros. Cerrar os portões da Funarte – com correntes e cadeados – ofende nossa história de luta pela liberdade. Impedir o acesso de servidores públicos – ou expulsá-los sob ameaça das dependências da Funarte – relembra momentos terríveis de nosso passado não muito distante. Impedir que artistas, escolhidos por processos públicos para ocupar as salas da Funarte, exerçam a sua profissão não é aceitável sob nenhum aspecto. Impedir o andamento de Editais que estão sendo julgados e que favorecerão a própria classe artística é atirar contra o próprio pé. São fatos que, ao invés de atrair simpatizantes para a causa da cultura, dividem e isolam os movimentos.
Reitero a ampla disposição para o diálogo com os movimentos populares, conforme orientação da Presidenta Dilma, da Ministra Ana de Hollanda, e de acordo com a minha própria história de vida. É o único caminho possível para que a Cultura Brasileira seja finalmente colocada no patamar que merece.
Antonio Grassi
Presidente da Funarte”
*Com informações do site do MinC
A Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo abriu uma…
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) lançou a página Aldir Blanc Patrimônio,…
Estão abertas, até 5 de maio, as inscrições para a Seleção TV Brasil. A iniciativa…
Estão abertas, até 30 de abril, as inscrições para o edital edital Transformando Energia em Cultura,…
Na noite de ontem (20), em votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no Congresso…
A Fundação Nacional de Artes - Funarte está com inscrições abertas para duas chamadas do…
View Comments
Será que essa carta já é padronizada pelos orgãos culturais brasileiros?
Ela pode ser lida, re-lida, tri-lida e sempre ser a coisa mais linda.
E o melhor...em praticamente todos os momentos estórias, até na paz!
Precisamos de mudanças reais...e isso TODOS sabem.
O que se estabeleceu privilegia poucos, bem poucos!
E Privilégio é uma palavra por demais sedutora mas que não combina
com atividades sócio-político-culturais de um país.
Isso gera pequenos clãs e oligarquias que ditam uma falsa-verdade.
Falar que Ana de Hollanda está aberta ao diálogo é de uma cara de pau sem limites.
Que foto chantagista essa! TRABALHADORES DA CULTURA, É HORA DE PERDER A PACIÊNCIA!!!
Absurdo é desrespeitar a democracia. A presidente foi eleita e tem o direito de governar com seus colaboradores. Querer impedir isso é confrontar com a democracia, é desrespeitar o voto, a liberdade. Os insatisfeitos tem uma oportunidade a cada 4 anos de rejeitar pelo voto e para isso podem se manifestar livremente. O que o Grassi colocou é perfeitamente correto, a pressão política tem limites na democracia e é preciso respeitá-los. O que se tentou fazer com a Ministra Ana foi de uma covardia inominável, foi preciso um chega pra lá da própria presidenta, continuar com insinuações é deplorável.
A derrota cultural do Brasil é também decorrência disso, dessa falta de compostura democrática, é tiro no pé o tempo todo.
Ridicula esta invasão, lembramos das invasões militares de um período negro de nossa história. Diálogo e portas abertas devem sempre ser a bandeira de uma sociedade livre. Seja da direita, seja da esquerda invasãoes sempre serão formas de agir à força. Patrulhamento nunca será forma de liberdade. Me surpreendo sempre com quem prega liberdade e age com ditadura, eu heim!
Vocês não tão entendendo nada. A invasão aconteceu justamente porque não há diálogo, porque o MinC está encastelado, virado para dentro, para os seus.