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Apesar de ampla reforma Museu da Imagem e do Som não atrai publico

Matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo retrata que após um ano sob nova gestão, uma ampla reforma e exposições que recebem grande sucesso de crítica, o Museu da Imagem e do Som é um fracasso de publico, sendo um dos menos freqüentados em São Paulo.

A matéria assinada pelo jornalista Silas Martí, aponta ainda que o museu, com um orçamento anual de R$ 7,2 milhões, cerca de três quartos dos recursos da Pinacoteca do Estado (R$ 10,5 milhões), recebe em média 3.600 visitantes por mês – um dos menores números da cidade -, enquanto que a Pinacoteca tem 50 mil visitas em média.
Os números mostram que no primeiro semestre, 280 mil pessoas foram à Pinacoteca, 346 mil foram ao Masp e só 21,5 mil, ao museu localizado no bairro do Jardim Europa.

Depois de uma gestão conturbada, alvo de investigação do Ministério Público por emitir notas frias e pelo mau uso do prédio do Estado, o MIS virou uma organização social, dirigida por Daniela Bousso, que prometeu “reposicionar” a instituição, transformando o museu em centro de referência para arte em novas mídias. “O público ainda está abaixo do que nós esperávamos”, afirma João Sayad, secretário estadual da Cultura. Ele descarta, no entanto, uma comparação com a Pinacoteca, que chama de “joia da coroa dos museus públicos de São Paulo”, opinou na mesma matéria.

Para a diretora da instituição, o fracasso de público se deve ao fato do museu ainda estar se reorganizando, depois de anos no ostracismo, alegando também falta dinheiro. Enquanto a Pinacoteca consegue captar até R$ 4 milhões por ano via Lei Rouanet, ela  reclama que poucos projetos do MIS são aprovados no Ministério da Cultura e por patrocinadores porque os comitês de avaliação não entendem o segmento de arte em novas mídias. “Até o nosso país entender que não é assim que se trabalha, vai ser difícil”, declarou. “É um esforço hercúleo.”

Na mesma matéria, Daniela Bousso declara que precisa de mais dinheiro para levar adiante seu projeto e sugere um orçamento entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões, o que tornaria o MIS um dos museus públicos mais caros de São Paulo. “A gente trabalha com tecnologia, mas não é a Disney. É sóbrio, não tem esse apelo erótico com a tecnologia. Talvez eu tenha que usar um artifício Disney, mas acho que um esforço tem que ser feito, porque a Pinacoteca não foi Disneylândia.”

Com menos pirotecnia, a gestão de Daniela Bousso tem conseguido, senão chamar público, pelo menos pôr o MIS nos trilhos. Como prometeu há um ano, conseguiu inventariar metade do acervo de cerca de 350 mil itens do museu e busca uma parceria com a Cinemateca, que deve receber obras que não cabem mais no MIS.

Também como previsto, formou um comitê de aquisição de novas obras, embora não haja orçamento para compras no momento. Por enquanto, está aprovada uma reforma de R$ 2 milhões para a reserva técnica, valor que inclui também a construção do restaurante do MIS, previsto para 2010.

* Com informações do jornal Folha de S. Paulo – Silas Martí

Carina Teixeira

Jornalista e sócia da empresa CT Comunicações.

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  • Os museus são os espeços onde nossa memória esta preservada.
    Deveriam estar em pleno movimento.
    Isso só serve para nos afirmar o insignificante espaço que a cultura tem em nossa sociedade.
    A educação é a base para uma boa transformação.
    Dar valor depende de saber o valor que tem.

    Madalena Bernardes

  • Engracado a Dona Daniela dizer que as empresas nao se interessam.

    Uma materia da Folha de Sao Paulo a pouco tempo publicou que eh muito facil captar recursos para arte e tecnologia, pois as empresas querem se afiliar aa estetica da novidade...

    Me parece uma desculpa de alguem que nao tem traquejo, e muito pior, interesse, com o grande publico.

    Para levar o publico ao MIS, a instituicao tem que abrir a cabeca, deixar de elitismo intelectual e colocar obras de arte e tecnologia tao lindas e inteligentes quanto acessiveis pra qq um, e nao soh para meia duzias de teoricos.

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