Numa rua de edifícios frios, instituições e fábricas, um semáforo muda de cor e passa de verde para vermelho. Não se trata, contudo, de um regulador do tráfego, mas de um indicador da generosidade da sociedade atual. Fica vermelho, quando a sociedade não tem dinheiro para a cultura e verde quando há um afluxo de fundos para a arte. No meio de blocos e portas de metal, encontra-se o escritório da agente-cultural romena Rarita Zbranca.
O conceito do edifício nasceu da necessidade: perante as dificuldades para abrir uma galeria de arte na cidade de Cluj-Napoca, o segundo maior centro cultural da Romênia, os artistas decidiram unir esforços. Desse ponto de vista, o novo centro de arte contemporânea é uma prova de que a crise econômica pode produzir algo positivo.
Antes de sua criação, em 2009, alugar uma galeria no centro da cidade poderia custar até 10 euros por metro quadrado. As organizações culturais preparavam-se para fechar, por falta de dinheiro e de patrocinadores. Entre elas, a Associação AltArt e a Galeria Plan B de Rarita Zbranca, que promoviam a arte visual contemporânea.
Foi quando os colegas de outra galeria da região, a Sabot, descobriram as instalações de uma antiga fábrica de pincéis. Financeiramente, o projeto era imbatível: apenas dois euros por metro quadrado. Ao cabo de meses de indecisão, Rarita fundou uma associação chamada Fabrica de Pensule [Fábrica de Pincéis]”. Hoje, este projeto conjunto agrupa 46 entidades, nove das quais coletivas, cinco galerias e 32 artistas num mesmo espaço.
Mas não pense que dali surgiu uma nova instituição. Os artistas encontraram um teto comum, mas cada um mantém a sua própria visão da arte. Rotativamente, realizam-se ali espetáculos de teatro, de dança, noutros dias exposições de pintura e escultura e a exibição de filmes. “Fazemos a promoção das atividades. Temos uma relação sólida com o público. É um local de peregrinação da arte contemporânea”, acrescenta Rarita Zbranca.
O resultado dessa visão partilhada pode ser apreciado pela produção entre 2009 e 2011, período em que a fábrica da cultura efetuou 40 espetáculos, 50 exposições, 30 oficinas, dez festivais e 15 conferências.
Apoio – Para além do espírito festivo, existe a necessidade de apoio financeiro. “Os romenos não têm uma cultura de mecenato”, ressalta a agente cultural. “E os patrocinadores não brotam do chão”.
Os primeiros mecenas dos artistas de Cluj foram estrangeiros, com o empenho da Noruega, do Liechtenstein e da Islândia, no quadro do mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu (EEE), com um projeto de 75 mil euros. Foram eles que forneceram posteriormente vários equipamentos, como aparelhagens de som e pisos de cena.
Inicialmente, as autoridades locais não ajudavam a fábrica, mas as coisas mudaram. O presidente da Câmara de Cluj concedeu um subsídio de cerca de nove mil euros ao grupo e as boas notícias começaram a chegar, como um financiamento da administração do Fundo Nacional de Cultura, para a escola de verão, a ser realizada na fábrica.
“Queremos que a Fábrica de Pincéis gere políticas culturais alternativas às do Estado, com a vantagem de esses projetos poderem ser testados na própria fábrica”, defende Rarita Zbranca. Claro que as ideias devem começar por ser criadas na fábrica. Até porque a cidade de Cluj aspira ao estatuto de Capital Europeia da Cultura em 2020.
*Com informações do jornal romeno România liberă
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