Biblioteca Mário de Andrade será higienizada

Detentora do segundo maior acervo do país, Biblioteca Mário de Andrade (BMA) teve seu projeto de preservação da coleção de períódicos selecionado pelo Programa Petrobras Cultural 2007.

Detentora do segundo maior acervo do país, Biblioteca Mário de Andrade (BMA) teve seu projeto de preservação da coleção de períódicos selecionado pelo Programa Petrobras Cultural 2007.

Com um incentivo de R$ 394 mil, os 2,2 milhões de periódicos (jornais e revistas) reunidos desde o final do século XIX serão higienizados e acondicionados. O projeto prevê, ainda, a digitalização de títulos mais importantes do acervo, que abriga publicações raras como a revista americana The Grafic: Ilustrated Weekly Newspaper (1896-1932) e o jornal A Província de Minas (1883-1889). O patrocínio irá complementar a verba de R$ 334 mil já recebida do BNDES.

Fundada em 1926, a Biblioteca Municipal Mário de Andrade tem o segundo acervo mais importante do Brasil, perdendo apenas para a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Seus primeiros livros e documentos vieram da Câmara Municipal de São Paulo. Em 1936, adquiriu a coleção privada de brasiliana do poeta e político Félix Pacheco, apontada como uma das mais raras de sua época. Três anos depois, incorporou todo o acervo da Biblioteca Pública do Estado, com cerca de 70 mil volumes. Em 1960, a instituição foi batizada com nome do escritor Mário de Andrade e recebeu doações de livros, periódicos, manuscritos, mapas e obras de arte que pertenceram a Paulo Prado, Sergio Milliet, Carvalho Franco, Pirajá de Souza, Maynard de Araújo, Paulo Duarte, Otto Maria Carpeaux. Há cinco anos, um último levantamento contou 3,3 milhões de itens.

Desde 1975, quando passou a ser gerida como mais uma entre as dezenas de bibliotecas do município, a Mário de Andrade viveu o mesmo processo de decadência que atingiu o seu entorno. Antes uma casa que abrigara gerações de intelectuais e estudantes, transformou-se em um dos exemplos mais bem acabados do desrespeito pela educação e do mau trato ao patrimônio público.

* Com informações do jornal O Estado de S. Paulo