A grande onda de shows internacionais vindo para o Brasil nos últimos anos não é por acaso. Com a crise econômica, o público dos EUA e da Europa deixou de ir a shows. E, neste cenário, o Brasil se destaca como um dos países menos afetados pela recessão e com público ávido por entretenimento. É o novo pote de ouro da indústria.
De um lado, os produtores alegam que os custos no Brasil são mais altos e que impostos e aluguel de equipamentos são os reais responsáveis por ingressos tão caros. De outro, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e o Procon garantem que essas empresas praticam ações consideradas abusivas.
“Qualquer ação que discrimine o consumidor em detrimento do outro, como a pré-venda de ingressos para portadores de cartões de crédito específicos, é considerada ilegal pelo Procon”, diz Renan Bueno Ferracioli, diretor de fiscalização da entidade.
Já que as práticas são consideradas irregulares, por que persistem? Segundo Ferracioli, o Procon questiona a legitimidade da taxa de conveniência baseada em percentual, há muito tempo, e já multou essas empresas, mas não pode impedi-las desta prática.
Livro – Recém-lançado nos Estados Unidos, o livro “Ticket Masters: The Rise of the Concert Industry and How the Public Got Scalped”, dos jornalistas Dean Budnick e Josh Baron, conta histórias sobre como a indústria de shows cresceu e começou a prejudicar cada dia mais o público.
Segundo os autores, a fusão da Ticketmaster, maior companhia de venda de ingressos do mundo, com a Live Nation, maior produtora de shows no planeta, em 2009, piorou as coisas ainda mais. “É um monopólio agressivo. Eles organizam e vendem os ingressos dos maiores shows, cobram o que querem e o público tem de aceitar”, disse Budnick à Folha de S. Paulo.
Budnick afirma que, nos Estados Unidos, a Ticketmaster serve de “cambista” de seus próprios ingressos no site TicketsNow, que também pertence à empresa, mas é usado pelo público para vender ingressos que sobraram. “Os melhores lugares raramente estão à disposição do público”, argumenta.
A empresa aplicaria ainda um método pouco ortodoxo para descobrir quanto o público pagaria por shows concorridos, leiloando ingressos para shows de Madonna, Shakira, Red Hot Chili Peppers e Roger Waters. Apesar das críticas, o ex-presidente da Ticketmaster, Sean Moriarty, que renunciou em 2009, disse que considerava a prática justa.
“Descobrimos que essas práticas são aplicadas no mundo todo por grandes produtoras”, disse Budnick.
No Brasil, a Ticketmaster usa o nome Tickets For Fun. A Live Nation, desde 2008, é representada pela Time For Fun (T4F), antiga CIE.
Hoje, a T4F atua ainda no Chile e na Argentina é a maior produtora de shows da América Latina, com lucro de R$ 569 milhões em 2010. Em abril deste ano, a empresa abriu seu capital na Bolsa de Valores de São Paulo e levantou R$ 540 milhões para investir na expansão para Peru e Colômbia.
Além disso, produtoras novas também estão investindo pesado e abocanharam shows de bandas independentes, como a XYZ Live, do grupo ABC, de Nizan Guanaes, e a Geo Eventos, criada no ano passado, que trará o mega festival norte-americano Lollapalooza ao Brasil em 2012.
*Com informações da Folha Online
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Gostei da sua coluna