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Brutalidade jardim

A política cultural brasileira, articulada por Gilberto Gil e em pleno processo de desintegração por seu sucessor, tem as cores, os cheiros e os tons do tropicalismo. O recém-lançado “Brutalidade jardim“, de Christopher Dunn, nos relembra, com olhar estrangeiro, porém agudo e sensível, do que se trata esse movimento e quais suas influências sobre a cultura popular brasileira até os dias de hoje. 

No final da década de 1960, artistas brasileiros consolidaram um movimento cultural divisor de águas conhecido como Tropicália. Atualmente, a música inspirada por esse movimento tem recebido considerável atenção tanto no Brasil quanto no exterior. Poucos novos ouvintes, contudo, conhecem a relação entre essa música e as circunstâncias por trás de sua criação, a fase mais violenta e repressiva do regime militar que governou o Brasil de 1964 a 1985. Com importantes manifestações no teatro, cinema, artes visuais, literatura e especialmente na música popular, a Tropicália articulou com dinamismo os conflitos e aspirações de uma geração de jovens brasileiros urbanos.

Concentrando-se em um grupo de músicos da Bahia, um estado empobrecido do Nordeste conhecido pela vibrante cultura afro-brasileira, Christopher Dunn revela como artistas brasileiros incluindo Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé criaram esse movimento em sintonia com a vanguarda musical e poética de São Paulo, a cidade mais moderna e industrializada do Brasil.

O  autor mostra como os tropicalistas se apropriaram seletivamente das práticas culturais do Brasil e do exterior e as parodiaram para expor a fissura entre a imagem idealizada do Brasil como um tranquilo “jardim” tropical e a brutalidade vivenciadadiariamente por seus cidadãos”.

Ficha técnica:

ISBN: 9788571399341
Assunto: História, Música
Idioma: Português
Formato: 16 x 23cm
Páginas: 273
Edição: 1ª
Ano: 2009
Acabamento: Brochura com orelhas
Peso: 428g

Preço: R$ 37,00

Editora Unesp

Leonardo Brant

Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

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