Rosely Boschini é reeleita presidente da principal entidade do setor editorial em campanha marcada por denúncias e acusações.
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) elegeu ontem, dia 18, sua nova diretoria, após uma campanha tumultuada. Rosely Boschini, eleita pela 1.ª vez em 2007, vai permanecer no comando da CBL até 2011, após ganhar as eleições com 77% dos votos.
O resultado da apuração indicou que a chapa de Rosely, “Trabalho & Seriedade”, obteve 185 votos dos associados. Já a chapa da oposição “Mudança & Participação”, comandada por Armando Antongini Filho, ficou com 52 votos. O total de associados votantes foi de 238, com apenas um voto nulo. As eleições ocorreram em São Paulo, no Rio e em Belo Horizonte.
Normalmente promovendo eleições em que sequer há candidatura de oposição, a entidade — que reúne todos os setores do mercado editorial — conviveu nas últimas semanas com trocas de acusações, uma falsa pesquisa telefônica e até denúncias de adulteração de notas fiscais.
Na pauta estavam a atual presidente reeleita da CBL, Rosely Boschini (editora Gente), candidata à reeleição pela chapa Trabalho e Seriedade, e Armando Antongini Filho (editora Leitura), candidato a presidente pela chapa Mudança e Participação e que já havia ocupado o cargo entre 1993 e 1995.
Segundo matéria divulgada pelo jornal O Globo, Antongini divulgou na internet diversas notas fiscais apresentadas por Rosely como comprovantes de despesas durante viagem de trabalho à Feira de Frankfurt, em 2007, uma delas alterada a caneta, como atestou um laudo de um perito contratado pelo candidato. “Nem precisava do laudo. Aquilo é uma alteração visível a olho nu. Não sei quem fez, ainda estou investigando”, reclamou a candidata.
Completando ainda a troca de acusações, na última sexta-feira, dia 13, a entidade emitiu um comunicado em que negava a realização de uma pesquisa por telefone para saber em qual chapa cada consultado iria votar.
Já em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, opositores afirmavam que a CBL conseguiu autorização do Ministério da Cultura para captar R$ 3.115.800 em recursos incentivados pela Lei Rouanet (renúncia fiscal) para realizar a Bienal. A lei autoriza uma comissão de 10% do valor para o captador, mas, ainda de acordo com os opositores, a CBL firmou um acordo com a empresa Motivare que lhe garantia 90% de comissão pelos recursos captados acima de R$ 1.500.001 até o teto de R$ 3.115.800, ou seja, rendendo enorme prejuízo para a entidade.
A situação rebateu dizendo que seus rivais se referiram a uma carta-proposta de patrocínio como se fosse um contrato. Com isso, tinham a intenção de confundir os eleitores. “Como não foi considerada adequada pela diretoria da CBL, essa carta-proposta foi recusada”, justificou Rosely Boschini, na mesma matéria e em depoimento também vinculado no site da chapa. Apesar de considerar a Bienal um sucesso, a atual presidente não divulga números, mas reconhece a necessidade de estudar a modernização e aperfeiçoamento da Bienal paulistana, que há anos perde em interesse e qualidade para a Bienal carioca.
Fundada em 1946, sem fins lucrativos, a CBL representa editores e livreiros do País e atualmente organiza a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, o Prêmio Jabuti, a Escola do Livro e ainda participa de outras 13 feiras, sendo 8 nacionais e 5 internacionais. Conta com 554 associados em todo o País entre editores, livrarias, distribuidores e gráficos.
* Com informações do jornal O Globo e O Estado de S. Paulo
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