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Cidadania Cultural, de Marilena Chaui

Cidadania Cultural: o direito à cultura, da editora Fundação Perseu Abramo, é bibliografia básica, obrigatória para todos que trabalham com políticas culturais no Brasil. Com base em sua experiência como secretária de cultura no governo Luiza Erundina, na cidade de São Paulo, a filósofa lança as bases conceituais-ideológicas para para os programas que surgiriam 10 anos depois pelas mãos de Gilberto Gil.

Em quatro ensaios, a filósofa Marilena Chaui trata de questões centrais do debate político e intelectual da atualidade. Retomando as discussões sobre o nacional e o popular na cultura e apresentando um balanço de sua atuação na Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo no início dos anos 1990, Chaui interliga a questão do direito à cultura e à memória, democracia e socialismo, propondo um olhar instigante e revelador sobre a cultura e suas condições de produção e difusão, sempre a partir de um ponto de vista de esquerda.

Retomando as discussões sobre o nacional e o popular na cultura e apresentando um balanço de sua atuação na Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo no início dos anos 1990, Chaui interliga a questão do direito à cultura e à memória, democracia e socialismo, propondo um olhar instigante e revelador sobre a cultura e suas condições de produção e difusão, sempre a partir de um ponto de vista de esquerda.

Hamilton Pereira, ex-presidente da Fundação Perseu Abramo analisa a obra de Chaui: “Num momento em que o debate cultural no Brasil recuou para os bastidores da cena pública e se restringiu aos interessados, aos criadores e artistas – na contramão dos avanços deste tema nas discussões internacionais, vide a Convenção Internacional da diversidade cultural para a proteção e a promoção das expressões culturais, da Unesco, de 2005, nada melhor do que reacender o indispensável exercício do pensamento crítico para propor avanços programáticos que superem o viés da supremacia do mercado, das visões da cultura restritas a ‘um bom negócio’ que prevaleceram nos anos 1990 e, em alguma medida, ainda se mantêm vigentes. É tarefa dos intelectuais comprometidos com uma perspectiva transformadora e democrática produzir formulações novas, incômodas, para combater a acomodação num processo de natureza tão complexa como a construção de uma democracia de massas, no Brasil. Em suma, utilizar a democracia para questionar os democratas teóricos pouco habituados ao exercício concreto dela”.

Leonardo Brant

Pesquisador cultural e empreendedor criativo. Criador do Cultura e Mercado e fundador do Cemec, é presidente do Instituto Pensarte. Autor dos livros O Poder da Cultura (Peirópolis, 2009) e Mercado Cultural (Escrituras, 2001), entre outros: www.brant.com.br

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