Cinema independente dos EUA sofre baixas

Reportagem do jornal Valor Econômico desta sexta-feira (17/8) revela que o impacto das frequentes quedas nas bilheterias da indústria cinematográfica dos Estados Unidos tem atingindo mais o cinema independente do país do que Hollywood.

“Na discussão em torno da pirataria, em geral se foca nos prejuízos dos grandes arrasa-quarteirões de Hollywood. Mas ela afeta muito mais a história e o destino de filmes como ‘Ruby Sparks’ do que ‘O Homem-Aranha'”, afirma Jonathan Dayton, que dirigiu “A Pequena Miss Sunshine” e é um dos realizadores de “Ruby Sparks”.

Segundo ele, o mercado mudou bastante desde a sua estreia em 2006, que chamou a atenção do mercado de cinema do país por ter produzido com US$ 8 milhões – quantia considerada baixa para os padrões norte-americanos – e ter sido um sucesso de crítica, recebendo cinco indicações ao Oscar e levando duas estatuetas (melhor ator coadjuvante para Alan Arkin e melhor roteiro original para Michael Arndt).

“Boa parte do lucro de ‘A Pequena Miss Sunshine’ veio dos DVDs. Essa expectativa [de lucrar com a bilheteria] não existe mais. Acabou”, informa Valerie Faris, correalizadora do filme. “Nos dias de hoje, se você não está dirigindo um título de uma franquia e não conta com grandes estrelas para explorar comercialmente o seu projeto às alturas, não há muito jogo”, completa.

Dados da Motion Picture Association of América (MPAA) indicam que 469 filmes independentes foram produzidos em 2011 nos Estados Unidos, o que revela um crescimento considerável deste tipo de produção. No entanto, o grande público passou a ter menos acesso aos independentes.

Os seis grandes estúdios – Paramount, Universal, Sony, Warner, Disney e Fox – cortaram por completo ou diminuíram drasticamente suas unidades voltadas para a parceria com produtores independentes, cinemas de arte fecharam suas portas em diversas partes do país e as companhias passaram a voltar seus esforços para o  “video on demand” como forma de enfrentar a pirataria.

A íntegra da reportagem está disponível aqui.

*Com informações do jornal Valor Econômico