Com duas abstenções e dois votos contra, a Convenção pela Proteção da Diversidade dos Conteúdos Culturais e Expressões Artísticas foi aprovada e será promulgada até sexta-feira
Vitória esmagadora para os defensores da proteção e promoção da diversidade cultural, que a partir de agora, terá um documento internacional para regular o assunto.
Essa votação ainda deverá ser ratificada pela Assembléia Geral na sexta-feira, dia 21, quando a Convenção deverá ser considerada oficialmente aprovada.
Ludwig Laher, membro do comitê diretivo da International Network for Cultural Diversity e membro oficial da delegação austríaca, informa em primeira mão a Cultura e Mercado o resultado da votação de segunda-feira, dia 17 de outubro, durante a 33a Conferência Geral da Unesco.
Segundo Laher, a Conveção foi adotada por 151 votos, contra dois, dos Estados Unidos e Israel. Existiram ainda duas abstenções, uma das Filipinas e outra da Austrália.
“O debate foi disciplinado e incluiu a presença de 15 ministros de cultura da África e América, incluindo Gilberto Gil, do Brasil, que advogaram com fortes argumentos pela adoção da Convenção”, afirma Laher.
A presença dos Estados Unidos foi marcada por uma tentativa de atravancar a votação, com a proposição de 28 emendas ao texto final e culminou com a seguinte frase do embaixador daquele país: “Nós respeitamos muito essa casa em apoiar a Convenção da Unesco, que é pobremente escrita”.
A representação mais aplaudida foi a da Jamaica, com a seguinte frase: “por trás do conceito de capital humano existe a dignidade do homem, refletida nesta Convenção”.
Leonardo Brant