Rio de Janeiro, 5 de novembro de 1924: o presidente da República, Arthur Bernardes, assina o Decreto nº 4.867, instituindo o Dia das Crianças. Brasília, 8 de janeiro de 2009: o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sanciona a Lei nº 11.899/09, criando o Dia Nacional da Leitura.
Embora separados por 85 anos, os dois documentos apresentam instigante coincidência: ambas as comemorações ocorrem em 12 de outubro. Analogia ainda mais emblemática, contudo, refere-se ao fato de ser decisiva para o sucesso d o desenvolvimento brasileiro a capacidade de prover em larga escala o acesso aos livros por parte da infância e da juventude.
Ler, não há dúvida, é fator crucial à eficiência da escolaridade e para que os indivíduos alcancem, ao longo de toda a vida, as prerrogativas essenciais da assistência médica, alimentação, esporte, lazer, profissionalização, dignidade e liberdade. Portanto, simultaneamente às políticas públicas da União, estados e municípios, todos devem engajar-se numa verdadeira cruzada nacional em prol da leitura, em especial no universo das crianças e jovens. O setor do livro vem-se empenhando muito para fazer sua parte nesse processo, a começar pela maior oferta de livros.
Resultados desse esforço são visíveis na Pesquisa “Produção e Vendas do Mercado Editorial 2008”, recentemente divulgada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). No ano passado, o número de títulos voltados ao público infantil cresceu 14,02% na comparação com 2007. Também houve incremento de 41,88% nos novos títulos de literatura juvenil. As editoras também colocaram no mercado 4,95% a mais de obras infantis e 9,26% de juvenis.
O fato de os jovens e as crianças estarem lendo mais já havia sido evidenciada em levantamentos anteriores. A Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2007, revelou que cerca de 39% dos 95,6 milhões de leitores brasileiros têm entre cinco e 17 anos. A estatística aumenta na faixa etária dos 11 aos 13 (8,5 livros por ano) e cai levemente entre os jovens de 14 a 17 anos (6,6). O estudo demonstra, ainda, a importância da escola e da família como incentivadores do hábito de ler.
Além da maior oferta, são prioritários programas capazes de facilitar o acesso ao livro pelas crianças e jovens matriculados na rede pública de ensino. Nesse sentido, além da ampliação das ações federais (como o Programa Nacional do Livro Didático — PNLD e Programa Nacional Biblioteca da Escola), são necessárias mais iniciativas conjuntas entre União, estados e municípios e a iniciativa privada. Exemplo bem-sucedido da viabilidade desse objetivo é o projeto Minha Biblioteca, iniciado em 2007 na cidade de São Paulo, com forte apoio e participação da CBL.
Outro passo importante foi a recente aprovação, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, do projeto de lei 278/08, agora em trâmite na Câmara dos Deputados, que autoriza a criação da Cesta Básica do Livro. Trata-se de proposta do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), autorizando o Governo Federal a distribuir, a cada bimestre letivo, dois livros de literatura, ficção ou paradidáticos, às famílias com filhos entre seis e 18 anos que estudem em escolas públicas.
Multiplicar a oferta de livros, igualar as condições de acesso, incentivar as crianças e jovens de maneira positiva e envolver cada vez mais o governo, a sociedade, os pais e professores na missão de criar novas gerações de leitores são providências fundamentais para o destino do Brasil. Portanto, disseminar essa consciência é a melhor maneira de comemorarmos, em 12 de outubro, o Dia da Criança e o Dia Nacional da Leitura.
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Aproveito o 12 de outubro para divulgar uma idéia, que dá certo, contribuindo na formação do Brasil um pais de leitores
Sigo com interesse os movimentos de distribuição gratuita de livros nas praças, postos de gasolina, pontos de ônibus, e conheço tb o "book crossing" propondo que o livro encontrado seja inscrito na internet, para acompanharmos o seu curioso percurso.
Adoro ler e acredito na leitura como instrumento de conhecimento e cidadania.
O "Ponto Livro Livre"começou no café da quadra onde moro em Brasília. O dono do "Café Grão Mestre” disponibilizou o mezanino e, com um grupo de amigos, em 24/02/2007, inauguramos no local um espaço cheio de livros, onde os freqüentadores podem deixar, trocar e levar livros... livremente!
No cardápio e nas mesas, informamos aos clientes a proposta, criamos um selo para identificar o movimento e os livros foram chegando e saindo.
Depois de um ano percebi que havia mais de 900 assinaturas no caderno deixado no local, para que os leitores anotassem o nome e o livro retirado.
O sucesso da iniciativa me animou e criei um pequeno kit do "Ponto Livro Livre" com 50 adesivos, modelo de felipeta com informações, algumas reportagens e links na mídia, atendendo, assim, aos donos dos espaços públicos que me procuravam.
O movimento cresceu, aqui em Brasília, hoje você encontra o "Ponto Livro Livre" na "Confeitaria Francesa", em 3 lojas do "Empada Brasil", no "La Boulangerie", em 2 lojas do "Pão Dourado", na "Sorbê" e no restaurante "Oca Lilá", em Alto Paraíso. Em todos eles, no seu espaço de convivência, uma estante, uma mesa e mesmo um carrinho de chá facilitam a "troca"de livros.
A rede de 16 restaurantes "América", 14 em São Paulo,um em Porto Alegre e um no Rio, também aderiu ao "Ponto Livro Livre" e, numa simpática estante no formato de casinha, recebe e troca livros infantis, nos fins de semana.
Em Campos do Jordão, foi aberto um "ponto" no Mercado Municipal.
A "Escola Teatral Confins Artísticos", aqui em BSB, também abraçou o movimento e algumas escolas em SP estão estudando para colocar estantes nos recreios.
Outro "ponto" em SP deve ser aberto numa grande empresa para os seus 4.000 funcionários.
Você, editor ou leitor, com certeza freqüenta um café no seu bairro. Lá poderia ter uma pequena estante onde deixaria seus romances já lidos, podendo tb encontrar outros livros...É prazeroso saber que você, liberando seus livros, está seduzindo novos leitores.
É só escolher alguns livros da sua estante e fazer circular.
Mequita Andrade
pontolivrolivre@gmail.com