No último fim-de-semana, o rapper Emicida foi convidado a participar de um programa na rádio East Village, em Nova York. O que deveria ser uma entrevista se transformou num programa inteiro dedicado a ele. “O idioma pode ser diferente, as gerações passam, mas o sentimento é um só”, disse Emicida à Folha de S. Paulo.
Enquanto rolava o programa, o rapper Evandro Fióti, irmão e empresário de Emicida, espalhava links da entrevista, gerando um arrastão de retuítes. “Somos como energia elétrica, acendemos luzes. A mensagem tem de mostrar um caminho. Pregar a revolta vazia é uma das armas do sistema”, diz.
Além de tocar no megafestival Coachella, na Califórnia, o rapper fez shows em Los Angeles e gravou um EP de nove faixas com a dupla de produtores K-Salaam e Beatnick, que já trabalhou com grandes nomes do gênero, como Mos Def e Sizzla. No Brasil, o rapper tem agenda lotada, shows esgotados e um clipe, “Rua Augusta”, no topo da parada da MTV.
O EP faz parte do projeto The Studio, do Creators Project, patrocinado pela gigante da tecnologia Intel e pela revista “Vice”, que fornecem ferramentas para as gravações em estúdio.
As redes sociais, os novos investimentos no rap e os selos independentes (que dispensam contratos com gravadoras e barateiam CDs) são fatores centrais no ótimo momento vivenciado pelo movimento atualmente. “A pegada colaborativa aliada à combatividade é a cara do hip-hop hoje”, diz o escritor veterano Alessandro Buzo, 39, que apresenta um quadro sobre a periferia no programa “Manos e Minas” da TV Cultura. “A internet é uma arma poderosa”, completa o rapper Doncesão, 24.
À frente desse retorno ao topo está uma nova geração de rimadores que mistura ritmos e fala mais de amor. “O lance é ser mais popular, fazer a mensagem de ética e de amor do rap chegar a mais gente”, diz o DJ Will, 23, sucesso na noite paulistana, filho de KLJay, do Racionais.
“Mesmo que o rap tenha mudado na estética, ainda é protesto, ainda vem da periferia”, afirma Rincon Sapiência, 25, autor do hit “Elegância”, sucesso nos bailes e nas festas de rap que se multiplicam novamente por São Paulo. “Para entender o fruto é preciso conhecer a raiz”, completa Kamau, 35.
Um dos maiores destaques dessa nova cena é Criolo, 35, que lançou o disco “Nó na Orelha” on-line, no site Terra Sonora. Criador da Rinha dos MC’s (“combate” de rimadores ao vivo), ele circula entre o universo do hip-hop e o da nova MPB, de músicos como Kiko Dinucci e Tulipa Ruiz. Ao mesmo tempo, é um dos grandes defensores dos grupos que fizeram a história do rap, como o contundente Facção Central. “Tenho o máximo respeito pelo Facção, um grupo que sempre disse a verdade crua, aquela que dói. Mas quem já foi aos shows sabe dos conselhos que eram dados no palco: o quanto eles falavam da importância do livro, do esclarecimento que liberta o povo do cabresto”, diz.
*Com informações da Folha Online
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