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Empreendedor criativo deve traduzir seu sonho para o mercado

Que brasileiro é um povo empreendedor e criativo a gente – pelo menos quem está aqui no Cultura e Mercado – já sabe. A maioria das pessoas também já sabe que planejamento é fundamental para que um negócio se mantenha e cresça. Por isso, um dos temas quentes do momento é como unir criatividade e empreendedorismo para estruturar negócios sustentáveis.

Para Erick Krulikowski, criatividade e empreendedorismo têm uma relação muito forte, mas o que falta nessa área é um pensamento mais prático, mais voltado ao mercado. Krulikowski trabalha com o processo criativo tão bem quanto com planejamento e gestão. Graduado em música, possui MBA em marketing e é especialista em iniciativas socioculturais. É também sócio diretor da Setor i, empresa focada em gestão estratégica, administrativa e financeira para empreendedores, e nos próximos dias 28 e 29 de abril apresenta com seu sócio Marcus Nakagawa, no Cemec, em São Paulo, o curso Plano de Negócios Criativos.

Segundo ele, apesar de parecer paradoxal, é o planejamento que vai possibilitar que a criatividade floresça e que a força empreendedora seja melhor utilizada. “É muito romântico achar que o processo criativo não pode estar condicionado a recursos financeiros ou prazos. Alguns ficam anos e anos no planejamento ou em uma incubação interminável, enquanto a maioria já sai para as ruas vender o seu produto ou serviço sem o mínimo de estruturação organizacional, estratégia ou equipes bem treinadas. O ponto de equilíbrio destes dois tipos de empreendimentos é fundamental”, explica.

Para que o empreender não perca o foco e tenha uma base para trabalhar seu negócio criativo, com resposta do mercado, deve criar um plano de negócios transparente e acessível e, principalmente, deve entender e incorporar este documento como um guia para as suas atividades.

E existe diferença entre um empreendedor de negócios criativos e os demais empreendedores? Para Krulikowski, o empreendedor criativo ou cultural, assim como o social, tem um direcionamento diferente dos demais porque é inovador, criativo e extremamente focado na própria ideia, deixando o dinheiro em segundo ou terceiro plano. “O que importa é escrever música, encenar ‘aquela’ peça, realizar o filme que está na cabeça há tempos. O fazer tem uma dimensão simbólica muito forte”.

Já os demais empreendedores geralmente têm um foco financeiro bem definido: o principal indicador de sucesso, para ele, é o faturamento da empresa, o lucro. “Assim, o empreendedor criativo tende mais a se deixar levar pela paixão, e neste ponto ele pode perder a frieza necessária para pensar em sua ideia como negócio – que deve ser inspirador, mas também sustentável financeiramente”, explica.

Além disso, o empreendedor de negócios criativos é especializado em atividades que são diferentes dos mercados de massa e tradicional. Enquanto os demais empreendedores atuam em segmentos já bastante pesquisados e conhecidos, os criativos estão vislumbrando novas oportunidades, mercados ainda não criados, demandas que ainda não aconteceram.

“Isso muda completamente a maneira de estrutura do negócio, pois não adianta fazer um ‘copy and paste’ de um plano de negócios de um sabonete ou de um serviço de consultoria. Por exemplo, como medir alguns tópicos relacionados a materialidade e estética de uma exposição fotográfica? Nos resultados destes negócios têm que considerar também o interesse do público, o crescimento estético e cultural, enfim, vários outros indicadores além de simplesmente o padrão: lucro.”

Resumindo: o plano de negócios vai traduzir o sonho criativo desses empreendedores numa linguagem em que a maioria do mercado entende. “Além disso, o plano de negócios dará uma base financeira para que o empreendedor possa atuar de uma forma focada buscando também a sua sustentabilidade econômica pessoal, ajudando a estruturar o pensamento, estabelecer prioridades e diminuir os riscos. Estima-se que a elaboração de um plano de negócios já diminui em 60% o risco dele não dar certo, pois nesse processo transportamos o sonho para a realidade financeira e administrativa de nossa atualidade – ou seja, colocamos o ‘pé no chão’”, afirma Krulikowski.

Clique aqui para ler a entrevista completa de Erick Krulikowski no site do Cemec.

Para saber a programação completa e fazer sua inscrição no curso Plano de Negócios Criativos, clique aqui.

Mônica Herculano

Jornalista, foi diretora de conteúdo e editora do Cultura e Mercado de 2011 a 2016.

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