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Encontro no Rio discute o papel do palhaço na sociedade

Uma “palhaceata” – passeata de palhaços – tomou conta das ruas do Centro do Rio ontem (8), no trajeto entre a Cinelândia e a Praça Quinze. O desfile marca a abertura oficial do 9º Encontro Internacional de Palhaços Anjos do Picadeiro, que ocorre em diversos espaços culturais do Rio até o próximo domingo (12). Organizado pelo grupo Teatro de Anônimo, o evento é considerado o maior do gênero da América Latina e uma das referências mundiais.

De acordo com o diretor do Teatro de Anônimo e criador do evento, João Carlos Artigos, a “palhaceata” vai relembrar os cortejos antigos que anunciavam a chegada do circo nas cidades. “Mais de 200 palhaços, de vários estados brasileiros e de dez países das Américas e da Europa, estarão fazendo do Rio a capital mundial do riso, com sua alegria, suas críticas e sua irreverência”, diz Artigos, também conhecido como o palhaço “Seu Flor”.

Até domingo (12) serão 33 espetáculos, gratuitos ou a preços populares, de até R$ 20, em locais como os teatros Nelson Rodrigues, da Caixa Cultural, Carlos Gomes e Ziembinski, da Prefeitura do Rio, Fundição Progresso e no Sesc de Jacarepaguá, na zona oeste da cidade. Entre as atrações internacionais, estão o escocês Johnny Melville, mímico que domina a dança, a improvisação e a acrobacia, a palhaça norte-americana Amanda Crockett e os argentinos Salvador Trapani e Chacovachi.

A programação do Anjos do Picadeiro, evento que tem o apoio do Ministério da Cultura, vai muito além das apresentações de palhaços. Sob o lema “Rio pra quem?”, um evidente trocadilho com o nome da cidade, o encontro promove uma discussão séria sobre o que faz rir no mundo de hoje, por meio do Seminário de Comicidade, no Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio.

Segundo João Carlos Artigos, o seminário discute o tema sob duas vertentes. “Uma é refletir sobre o que nos faz rir no mundo de hoje, com tanta violência e inversão de valores, nos mais diversos setores da sociedade, e a outra é pensar nas cidades, para quem elas estão feitas, para quem serve a pólis, a ocupação do espaço urbano”, diz.

O criador do Anjos do Picadeiro, evento que nasceu em 1996 no Rio, considera que os palhaços sempre exerceram o papel de arautos da sociedade. “O palhaço tem o ser humano como matéria-prima para a construção de sua estética e da sua linguagem e, através do riso, tanto pode discutir a cidade como a educação das crianças, entre outros temas”, afirma João Carlos Artigos.

A programação completa do evento pode ser consultada no site www.anjosdopicadeiro.com.br.

*Com informações da Agência Brasil.

Andrea Lombardi

Atriz, pós-graduada em gestão da cultura.

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