Esta semana a Funarte deu o que falar. Os acontecimentos recentes, ocasionados da movimentação do grupo auto-denominado “Movimento de Trabalhadores da Cultura” (articulado pela cooperativa paulista de teatro) agitaram as redes sociais, estentendo a manifestação e as críticas para os ambientes da rede.
No twitter a movimentação a favor das manifestações foi grande, além dos blogs de mídias como @caros_amigos e @folhailustrada , tuiteiros como @Juv_Marxista, @foradoeixo e @dcedausp manifestaram seu apoio:
Nota do DCE-Livre da USP em apoio à ocupação da Funarte-SP. Dinheiro público para arte pública! dceusp.org.br/2011/07/nota-d… 29 Jul
Houveram também diversas manifestações contrárias a ação do grupo, Dudu Sardoni, Suely Pinheiro, Solange Borelli e o próprio Antonio Grassi. No twitter também, @PabloCapile:
Sentimos a mesma coisa que o Zé Celso, quando chegamos na ocupação da Funarte: s://bit.ly/qSuxOA 1 Aug
e @celioturino
Ocupacao da FUNARTE: Propor, Sugerir, Criticar – SEMPRE; Impedir Trabalhadores de trabalhar e Artistas de se apresentar – NUNCA! 31 Jul
Zé celso também manifestou sua posição em seu blog e o movimento continua suas ações, é possível acompanhar através do blog CulturaJá. Esta semana o #criativem também deu o que falar nas redes. Uma entrevista com Adriana Barbosa no Empreendedores Criativos a respeito da Feira preta gerou grandes discussões na rede. O conteúdo também ferveu. Acompanhe o blog!!
Fonte: Ministério da Cultura* O Ministério da Cultura atingiu 100% de transparência ativa de acordo…
Até o dia 10 de fevereiro, a sociedade terá a oportunidade de participar da escolha…
O Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (Salic) estará aberto a partir…
O Instituto Cultural Sicoob UniCentro Br está com inscrições abertas em seu edital de seleção…
Estão abertas, até 04 de fevereiro, as inscrições para o Edital Elisabete Anderle de Estímulo…
Estão abertas, até 10 de fevereiro, as inscrições para o Edital Prêmio Cidade da Música,…
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A Cooperativa Paulista de Dança também se posicionou contra a ocupação.
Este foi o texto:
A Cooperativa Paulista de Dança vêm reafirmar seu apoio à luta pela melhoria das condições dos trabalhadores da cultura e pelo desenvolvimento do setor cultural no país, repudiando, entretanto, qualquer atitude que venha a ferir a democracia.
Acreditamos que as manifestações populares organizadas e o diálogo com os gestores públicos são ferramentas legítimas e importantes para contribuir no desenvolvimento da sociedade brasileira. Também acreditamos ser legítima a ocupação da Funarte ou de qualquer orgão público, como forma de chamar a atenção para a paralisia e o risco de retrocesso que parecem emanar de ações ou declarações da nova gestão federal da Cultura, sem que uma pauta amadurecida em anos de discussão seja posta em prática.
Mas discordamos das ações promovidas pelo grupo que se intitula MTC que se estabeleceu buscando de forma arrogante e prepotente a condição de porta voz das demandas da cultura no plano Federal, pois acreditamos que tais procedimentos interferem, ferem e mancham a nossa luta.
É urgente a retomada de fato do diálogo entre o governo e artistas porque já se perdeu tempo demais e pouco se avançou em quaisquer das instâncias. É urgente também que uma gestão representada por um equilíbrio entre continuidade e mudança apresente sua agenda com transparência, levando em conta a construção participativa que o setor cultural estabeleceu de maneira republicana junto ao governo federal.
Não se percebe no atual momento da cultura nacional uma ação decidida por parte do MinC em prol das lutas e conquistas que a sociedade claramente expressou, tanto através das inúmeras instâncias de debates institucionais quanto pela voz das urnas nas eleições passadas. O Ministério se encontra credor da confiança do setor cultural num diálogo transparente e na discussão de uma agenda propositiva, urgente, concreta e efetiva de ações que garantam a consolidação das conquistas dos últimos anos e o avanço das emergências historicamente acumuladas no país.
Acreditamos na disposição deste governo eleito com o importante apoio da grande maioria dos artistas em sua capacidade de responder aos desafios presentes e queremos fazer parte deste processo decisório.
Para tal julgamos ser fundamental:
1. O descontingenciamento dos recursos reservados ao setor, recursos que têm sido historicamente insuficientes, e apenas começam a se aproximar de um patamar mínimo aceitável para as necessidades e o potencial de desenvolvimento do Brasil.
2. A clara opção política do Ministério pela aprovação no Congresso Nacional das emendas e projetos de lei que representaram o consenso possível neste momento da construção de um Sistema Nacional de Cultura. Entre estas as PEC 150 e 236.
3. A clara gestão dos assuntos encaminhados como prioritários pelo Colegiado Setorial de Dança, entre eles a realização urgente de um Mapeamento qualitativo e quantitativo dos dados socio-econômicos da Dança no país; e a busca de articulação das ações governamentais tanto ao nível interno da administração federal (Educação, Relações Exteriores, Turismo, Trabalho) quanto entre instâncias federativas (Secretarias de Cultura dos Municípios e Estados e órgãos correspondentes) tendo o Plano Nacional de Dança como referência.
4. A abertura do diálogo com os setores culturais e a apresentação de uma pauta de ações e intenções desta gestão para os próximos três anos e meio.
# Por não me reconhecer representado por este misterioso movimento e alicerçado em meus 34 anos de militância artística na dança tenho o dever de alertar toda a classe artística deste país para que não haja apropriação indevida dos discursos e lutas tão arduamente construídos pela nossa categoria.
Sandro Borelli - Presidente da Cooperativa Paulista de Dança