O ministro da Cultura, Gilberto Gil, mostrou, em Nova York, onde esteve para lançar o CD “Banda larga cordel”, ser a favor de que se aplique no Brasil o chamado “canone digital” aos dispositivos eletrônicos capazes de copiar músicas e filmes.
Gil, que tem como costume permitir ao público registrar seus shows com telefones celulares e câmeras digitais, expressou em declarações à agência EFE seu apoio às medidas já adotadas por alguns países, que prevêem uma taxa a suportes digitais: “É justo que se remunere artistas e criadores. No Brasil, ainda não propusemos um imposto específico para suportes de bens culturais, mas creio que é possível pensarmos nisso” , afirmou o músico.
O chamado “canone digital” supõe, na Espanha, país que decidiu aplicá-lo, que sejam vendidos com um imposto especial, além de CDs e DVDs, os telefones celulares com MP3, assim como os leitores de MP3 e MP4, pen drives e discos rígidos.
“Lembro-me de que quando existiam as fitas cassete, houve um momento em que foi pedido aos fabricantes que destinassem parte do preço que cobravam para remunerar os criadores, algo que agora, com os novos meios, se pode fazer”, explicou Gil.
No Brasil, um levantamento da Federação Internacional de Produtores Fonográficos (IFPI) indica que por ano são baixados ilegalmente 1,8 milhão de arquivos pela internet. De acordo com a mesma pesquisa, o mercado fonográfico brasileiro teve uma queda de 50% no primeiro semestre de 2007.
O ministro comentou sua costumeira defesa do uso das novas tecnologias, que lhe agradam “pelo caráter social que elas têm em seu código genético” e disse que “a tecnologia sempre foi, na história da humanidade, uma forma de acelerar o conhecimento”. Gil ainda defendeu que “uma das formas de valorizar as tecnologias é fazer com que elas sejam experimentadas da forma mais ampla possível, especialmente agora que são baratas, universais e acessíveis”.
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Tem horas que Gil me faz lembrar o Pelé. Com a sua dupla personalidade, Edson Arantes e Pelé são antagônicos em atitudes e pensamentos. Gil músico, fala de música, já o Gil Ministro, simplesmente assina a sua passagem pelo Minc com grandes serviços prestados à cultura do Brasil, mas é flagorosa a sua ausência numa participação mais efetiva na discussão sobre a produção musical brasileira. É nítido que há um mal-estar entre as duas pessoas, ministro e artista. Tem uma saia justa no meio disso tudo. O Ministro parece bem menos desenvolto para falar sobre todas as questões que envolvem a música e o músico brasileiros. É bom lembrar que de todas as nossas manifestações, a música é a mais representativa das artes do povo, justamente pela sua acessibilidade e natural democracia. Reconhecida internacionalmente, a música contemporânea brasileira foi alijada pelo Minc na gestão Gil, de qualquer plano nacional em todas as suas vertentes. A música continuou marginalizada no ministério do músico Gil, enfim, a palavra música, sob o ponto de vista de políticas públicas foi um absoluto fiasco. Ficamos à mercê da lógica concentradora das doutridas acadêmicas e/ou dos flashes da bajulação midiática das premiações ultra-mercadológicas dos multishows.
Não dá para entender a postura do Ministro e do músico. Deve ser mesmo bastante conflitante associar esses dois universos. O resultado aparece em números risíveis nas ações do Minc para a música.
Nós músicos, sentimos aquele gosto estranho de café requentado, da fermentação que provoca o azedo das marmitas dos bóias-frias brasileiros, dos Pedros pedreiros que constroem a cada dia, tijolo a tijolo, nota por nota, a música contemporânea brasileira. ESPERANDO O QUE JESUS PROMETEU.
Gostaria de lembrar ao Ministro que o futuro da música está no presente, senão, vamos ficar nessa redundância apoteótica das convergências digitais nos esquivando no dia-a-dia da média com pão com manteiga.