Governo de SP oficializa encerramento das Oficinas Culturais e cria novo programa

O Governo de São Paulo publicou no Diário Oficial dessa sexta-feira (22) o decreto que oficializa a reformulação das Oficinas Culturais do Estado, que serão substituídas pelo programa intitulado CultSP Pro – Escolas de Profissionais e de Empreendedores da Cultura.

Segundo a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, a mudança visa abranger todo o Estado de São Paulo, com uma oferta diversificada de cursos, adaptados às necessidades de cada segmento cultural.

Os cursos terão carga horária de 16h até 128h nas categorias: Artes cênicas, Artes visuais, Audiovisual, Produção de conteúdo e editorial, Música, Museus e espaços culturais, Atividade artesanal, Games e Tecnologia em Artes, Moda, Patrimônio, Gastronomia tradicional brasileira.

O outro lado

Agentes culturais de SP têm se posicionado contra a mudança, desde o cancelamento do edital das Oficinas Culturais para 2024, demonstrando sua preocupação com a redução de atividades e espaços de cultura oferecidos de forma gratuita para a população e com uma possível demissão em massa de trabalhadores da rede.

Um abaixo assinado contra a medida alcançou, até o momento, mais de 22 mil assinaturas. Os agentes marcaram, também, um ato em frente a Oficina Cultura Oswald de Andrade para o próximo sábado (23).

Uma das críticas à mudança é a de que não houve diálogo do governo com o setor, e que o programa das Oficinas Culturais funciona há 30 anos com qualidade e grande alcance em todo o Estado. Ou seja, o setor cultural não se opõe a ampliações e mudanças mas, na visão dos fazedores de cultura, não há motivos para a extinção de um programa que estava funcionando bem.

Além das iniciativas de apoio já citadas, favoráveis à manutenção das Oficinas Culturais geridas pela Poiesis, um perfil no Instagram (@ficaoficinasculturais) tem reunido depoimentos de participantes. O tema também foi incluído em um protesto direcionado à Prefeitura de São Paulo nesta semana, quando agentes culturais da cidade se manifestaram contra o que chamam de desmonte da cultura no âmbito municipal.