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Internet incrementa mercado de livrarias

Levantamento da Associação Nacional das Livrarias (ANL) a ser divulgado nos próximos dias comprova que o setor cresceu em 2010 em comparação com 2009, informa reportagem do IG. “Para as grandes redes, o momento está muito bom. Já as pequenas e médias livrarias estão sobrevivendo, somente”, afirma Ednilson Xavier, vice-presidente da ANL.

A internet tem sido fundamental. Na Livraria Cultura, as vendas virtuais correspondem a 18% do total comercializado pela empresa, colocando o site em segundo lugar na escala de “lojas” da rede, atrás apenas da unidade do Conjunto Nacional, em São Paulo. No caso da Saraiva esse número é ainda maior: 37% da receita é de responsabilidade do site.

No mercado de livros usados, a internet já representa mais da metade dos negócios efetuados em sebos brasileiros. O dado é fornecido por André Garcia, criador do Estante Virtual, site que reúne mais de 1.800 sebos espalhados por todo o país. “Nunca vendemos tantos livros quanto agora. As vendas estão batendo recordes em fevereiro – uma média de oito mil livros por dia, volume que já supera grandes livrarias online”, explica.

Nos Estados Unidos, há um consenso de que 50% dos livros lidos em 2014 serão digitais, conta Jorge Saraiva Neto, membro do conselho de administração da Saraiva. “Acredito que somente em 2019 isso possa ocorrer no Brasil”.

Há quem defenda que os e-books moldarão um novo cenário literário, atraindo novos leitores. Pedro Herz, presidente do conselho administrativo da Livraria Cultura, questiona essa possibilidade: “Eu não acredito. Quem não lê, certamente não lerá. Já quem lê, vai poder escolher a mídia em que quer ler”, diz. Para ele, a questão é a concorrência, não importa o formato. “Há um volume muito grande de coisas sendo oferecidas para entretenimento – jogos, cinema, música. E ninguém teve ainda a ousadia de expandir o dia. Ele continua apenas com 24 horas”, brinca.

Na última década, o índice de leitura no Brasil aumentou 150%, passando de 1,8 livro por ano para 4,7. É o que revela pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido da Câmara Brasileira do Livro e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, divulgada no ano passado. Apesar do aumento significativo, o número ainda é bem pequeno se comparado ao de outros países – um levantamento das Nações Unidas sobre leitura e compreensão de textos colocou o Brasil na 47ª posição entre as 52 nações pesquisadas.

*Com informações do IG/Último Segundo

Mônica Herculano

Jornalista, foi diretora de conteúdo e editora do Cultura e Mercado de 2011 a 2016.

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