Organizações nacionais e internacionais, coletivos, cineclubes e pessoas físicas assinaram e divulgaram no último dia 15 de janeiro um manifesto público em defesa do Cine Belas Artes e de todos os cinemas de rua e espaços de exibição audiovisual ainda em funcionamento no Estado de São Paulo.
Leia abaixo o texto completo.
E para também subscrever o manifesto, basta enviar um e-mail com seus dados para observatorio.cineclubista@cineclubes.org.br
No contexto da polêmica, manifestações e mobilizações provocadas pela notícia sobre uma concreta e ameaçadora possibilidade de fechamento do Cine Belas Artes e da existência de dezenas de outros cinemas de rua localizados na capital e em dezenas de municípios do interior do Estado de São Paulo, que devido as mesmas motivações e argumentações apresentadas pelos proprietários do imóvel ocupado pelo Belas Artes, estão hoje também ameaçados de se verem obrigados a encerrar suas atividades.
Considerando ainda, que dezenas de outros cinemas de rua paulistas e paulistanos, apesar de ainda não se encontrarem sujeitos a ameaças tão concretas e eminentes quanto as que afetam hoje o Cine Belas Artes, se mantém em funcionamento em condições de grande precariedade, quer do ponto de vista de sua infraestrutura física, quer do ponto de vista de sua defasagem tecnológica e que tais salas de exibição, caso não recebam apoios e investimentos, estão também predestinadas a deixar de funcionar num futuro próximo.
Considerando também, uma noticiada possibilidade de que o fechamento do Belas Artes acabe não se concretizando, graças a uma intervenção da Prefeitura Municipal de São Paulo, que visando garantir a continuidade de seu funcionamento, tornou pública sua disposição em determinar o tombamento do imóvel, as entidades e pessoas abaixo assinadas manifestam que:
1) Reconhecem a importância do Cine Belas Artes no contexto histórico, cultural e social relacionado ao setor de exibição cinematográfica comercial na cidade de São Paulo e que neste sentido, continuarão atentos, mobilizados e dispostos a apoiar um processo que resulte na garantia de continuidade do funcionamento do referido cinema;
2) Que neste contexto, apelam e, novamente, mais do que isso, conclamam publicamente os locadores e locatários do imóvel, a negociarem entre si e, preferencialmente, sem qualquer intervenção externa (em especial, de natureza estatal), um acordo que garanta a continuidade do funcionamento do Belas Artes e os interesses econômicos/financeiros de ambas as partes;
3) Informam ainda que, caso o desejado acordo entre os litigantes, não se concretize, continuarão mobilizados em defesa de medidas, inclusive de caráter governamental, que possibilitem a garantia de continuidade de funcionamento do Cine Belas Artes;
4) Que por outro lado, entendem, se posicionam e defendem uma proposta de que, caso seja necessária e inevitável uma intervenção estatal neste processo, que ao invés do propagado instrumento legal de tombamento do imóvel, seja realizada pela Prefeitura de São Paulo a desapropriação do referido imóvel, utilizando-se para tanto dos mesmo argumentos e fundamentos legais alicerçados na existência de um real interesse público de continuidade e manifestação do referido espaço cultural;
5) Que caso se estabeleça este novo contexto, defenderão a proposta de que o Cine Belas Artes passe a ser administrado, ou diretamente pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, ou através de convênio firmado pela referida Secretaria com entidades civis sem fins lucrativos representativas dos vários setores que participam da cadeia produtiva do audiovisual paulista, garantindo desta forma que os fundamentos motivadores de nossa luta e mobilização em defesa da continuidade de funcionamento do Cine Belas Artes, sejam integralmente contemplados e concretizados através de uma deseja ampliação das possibilidades de acesso público (e quem sabe, até mesmo gratuito) aos serviços e bens culturais oferecidos no referido espaço;
6) Que diante da surpreendente disposição apresentada pelos gestores da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo em rapidamente encontrar e tornar concretas soluções legais capazes de garantir a continuidade de funcionamento do Cine Belas Artes, as entidades e pessoas físicas que subscrevem este documento, solicitam e tornam pública seu entendimento e disposição em colaborar e lutar para que tal disposição e agilidade seja ampliada de modo a contemplar e garantir a continuidade de funcionamento de dezenas de outras salas de exibição localizadas na capital paulista atualmente também ameaçadas de fechamento.
7) Comunicam finalmente que também se colocam a disposição e lutarão para que todos os demais gestores de Prefeituras Municipais das cidades do interior paulista e da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, elaborem e implantem políticas públicas capazes de manter em funcionamento e modernizar as salas de exibição já existentes em todo o Estado de São Paulo, e que para além disso, promovam uma necessária e desejável ampliação dos espaços comerciais e não comerciais destinados exibição cinematográfica em nosso Estado.
Em defesa do Cine Belas Artes, de todos os cinemas de rua e de todos os espaços de exibição audiovisual ainda em funcionamento no Estado de São Paulo!
Em defesa da democratização do acesso à cultura, aos bens culturais e à produção audiovisual paulista e brasileira!
Em defesa dos direitos do público e do povo do Estado de São Paulo!
São Paulo, 15 de janeiro de 2011.
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Filmes são feitos para serem vistos!
Para também subscrever este manifesto enviei um e-mail com seus dados para:
observatorio.cineclubista@cineclubes.org.br
Subscrevem o Manifesto:
Entidades Internacionais
1. FICC – Federação Internacional de Cineclubes
Entidades Nacionais:
1. APIJOR – Associação Brasileira de Propriedade Intelectual dos Jornalistas
2. CNC – Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros
Entidades Estaduais:
1. FPC – Federação de Cineclubes do Estado de São Paulo
2. FEPEC – Federação de Cineclubes de Pernambuco
Entidades Municipais:
1. ACVV – Associação de Cineclubes de Vila Velha (Vila Velha, ES)
2. Associação das Entidades Usuárias do Canal Comunitário/ TV Cidade Livre (Rio Claro, SP)
3. Associação de Difusão Cultural de Atibaia (Atibaia, SP)
4. Estação Cinema – Associção dos Profissionais de Cinema (Santa Maria, RS)
Cineclubes:
1. CineOca (Porto Velho, RO)
2. CineOlho (Niterói, RJ)
3. Cine Aquiry (Rio Branco, AC)
4. Cine Everest (Hortolândia, SP)
5. Cine Gastrô (Fortaleza, CE)
6. Cine Guará (Londrina, PR)
7. Cine Imaginário (Salvafor, BA)
8. Cine Molotov (Fortaleza, CE)
9. Cineclube Abelin Nas Nuvens (Silveira Martins, RS)
10. Cineclube Amoeda Digital (Recife, PE)
11. Cineclube Central (Vila Velha, ES)
12. Cineclube Independente (Caçador, SC)
13. Cineclube Laguna (Laguna, SC)
14. Cineclube Lanterninha Aurélio (Santa Maria, RS)
15. Cineclube Natal (Natal, RN)
16. Cineclube Nós No Morro (Vila Velha, ES)
17. Cineclube Paraty (Paraty, RJ)
18. Cineclube Participação (Vila Velha, ES)
19. Cineclube Projeto Kalu (São Luiz, MA)
20. Cineclube SMCV (Santa Maria, RS)
21. CREC – Centro Rioclarense de Estudos Cinematográficos (Rio Claro, SP)
22. Difusão Cineclube (Atibaia, SP)
23. Rede [Aparelho]- (Belém, PA)
Festivais e Mostras:
1. Cine Chinelo
2. FAIA – Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual
3. FESTIn – Festival do Cinema Itinerante da Língua Portuguesa
4. Goiamun Audiovisual
5. SMCV – Santa Maria Cinema e Vídeo
Coletivos:
1. Observatório Cineclubista Brasileiro
Pessoas Físicas:
1. Alex Nunes Ferreira (Fedox) – cineclubista e produtor cultural
2. Antonio Claudino de Jesus – médico e presidente da FICC
3. Arthur Leandro de Moraes Maroja – professor universtário e cineclubista
4. Beth Verdegay – artista plástica
5. Bruno Nunes Cabús – biólogo e cinecelubista
6. Carolline Vieira – produtora cultural e cineclubista
7. Calebe Augusto Pimentel – curtametragista e produtor Cultural
8. Daniela Teixeira – cineclubista
9. Davy Alexandrisky – professor universitário e cineclubista
10. Eber Novo – editor de cinema e televisão
11. Gê Carvalho – cineclubista e presidente da FEPEC
12. Gilvan Dockorn – professor universitário e cineclubista
13. Gizely Cesconetto de Campos – pesquisadora e cineclubista
14. Graziele Andrade Ferreira – cineclubista
15. Helen Maria Pzaros – gestora de projetos
16. Isidoro Cruz Neto – professor universitário e cineclubista
17. Jorge de Souza Conceição – professor universitário e cineclubista
18. Lauro Monteiro – artista plástico e cineclubista
19. Lourenço Favari – cineclubista
20. Luis Alberto Cassol – cineasta e presidente do CNC
21. Luis Cavalari – publicitário
22. João Baptista Pimentel Neto – jornalista e produtor cultural
23. Juliana Barros de Paula Machado – estudante e cineclubista
24. Mariza Teixeira do Espirito Santo – cineclubista
25. Nelson Marques – professor universitário e cineclubista
26. Nikole Kubli – artista plática
27. Paulo Cannabrava Filho – jornalista, presidente da Apijor
28. Renata De Oliveira Ramos – professora e cineclubista
29. Reno Luiz Caramori Filho – produtor cultural e cineclubista
30. Saskia Sá – cineasta e mestre em educação
31. Simone Norberto – jornalista e cineclubista
32. Télcio Brezolin – cineclubista
33. Valdecir Edson Marcos – produtor cultural e cineclubista
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Esse site ataca o Cine Belas artes: http://www.midiaamais.com.br/cultura/5031-a-turminha-do-belas-artes-e-o-socialismo-de-kassab
Respondam lá! Vejam só o que foi escrito.
A turminha do Belas Artes e o socialismo de Kassab
A mobilização contra o “fechamento” do Cinema Belas Artes (na verdade, muito mais uma transferência de local, porque seu dono certamente encontrará outro prédio para prosseguir suas atividades), em São Paulo, é patética olhada de qualquer ponto de vista.
Mas o que mais chama a atenção é como o prefeito Kassab, assessorado por seu secretário de cultura, mergulha de cabeça numa aventura que nada mais é que socialismo prático e uma agressão sem precedentes à propriedade privada de um cidadão paulistano (no caso, o dono do imóvel alugado como cinema)