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Mercado das galerias de arte cresce e acirra disputa por artistas

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta quinta-feira (3/3) mostra que o mercado de galeria de arte cresce no Brasil – especialmente em São Paulo – e provoca reflexão sobre relacionamento e ética na área.

Ainda em março, será aberta em São Paulo a Moura Marsiaj, união da carioca Laura Marsiaj e da pernambucana Mariana Moura. “Tínhamos a necessidade de uma representação maior na cidade, somos duas galerias se unindo e cobrindo todo o território”, disse Marsiaj à Folha.

Artistas que ela representa no Rio, mas que já estão em outras galerias em São Paulo, permanecerão assim. É o caso de Barrão e Mauro Piva, da Fortes Vilaça, Lenora de Barros, da Millan, Iole de Freitas, da Raquel Arnaud, e Márcia Xavier, da Casa Triângulo. Já Moura não atuará em terras paulistanas com nomes como Artur Lescher, José Patrício, Laura Vinci e Gil Vicente – que mostrou seus desenhos de assassinatos de líderes políticos na última Bienal de São Paulo – representados pela galeria Nara Roesler.

A situação de um artista representado na mesma cidade por mais de uma galeria – chamado choque de representações – é comum em mercados desenvolvidos, como o norte-americano e o europeu, e é um sintoma de que o mercado nacional entra numa nova fase, turbinado pelo forte interesse global.

De olho em valores cada vez mais altos, galeristas afastados do centro financeiro do país – muitas vezes já com nome forte em suas cidades – agora se esforçam para levantar suas bandeiras em São Paulo, acirrando a disputa por artistas num mercado cada vez mais acelerado.

A Moura Marsiaj já tirou a pintora Renata De Bonis da galeria Oscar Cruz e a fotógrafa Amanda Melo da Zipper. Enquanto isso, Hildebrando de Castro, que começou a expor no Rio, na Laura Marsiaj, agora preferiu ficar na paulistana Oscar Cruz.

Mariana Moura diz que não pretende estimular a troca de galerias por parte dos artistas, mas admite que “mudanças de galeria sempre vão existir”. E isso pode causar polêmica caso o artista seja um nome rentável para a casa. “Relação artista-galerista é como casamento”, resume a marchande Nara Roesler. “Se algum não quiser ficar mais conosco, e não é isso que eu sei, ele tem o direito de trocar de escuderia.”

“Acho complicado o artista ter duas galerias na mesma cidade, é uma coisa sem sentido, não existe”, diz André Millan. “Mas não há uma regra, penso que deve haver sempre uma escolha do artista.”

Por outro lado, pequenas galerias surgem no cenário recrutando novos nomes, para não estremecer relações de mercado. Em abril, quatro colecionadores abrem a galeria Transversal, na Barra Funda. “A gente se preocupou em não pegar nenhum artista de outra galeria para não gerar inimizades”, diz João Grinspum Ferraz, um dos sócios. “Tem uma resguarda ética.”

*Com informações da Folha de S. Paulo

Redação

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