Proposta de ministro das Comunicações, Hélio Costa é criticada por técnicos do MinC, que alegam que projeto acabou atropelando uma discussão ampla, que a Cultura desenvolve desde o ano passado, sobre a criação de uma rede pública de televisão.
A proposta de ministro das Comunicações, Hélio Costa de criar uma rede de TV do Executivo vem sendo criticada também por técnicos do Ministério da Cultura, que alegam que projeto acabou atropelando uma discussão ampla, que a Cultura desenvolve desde o ano passado, sobre a criação de uma rede pública de televisão.
Desde o ano passado, o Ministério da Cultura vem trabalhando com diversos setores da sociedade na construção de uma proposta de criação de uma rede de TV pública em tecnologia digital, destinada exclusivamente à difusão de conteúdo educativo e cultural de interesse da sociedade, com autonomia de gestão.
O debate sobre o tema já cumpriu três etapas, com encontros de todos os setores envolvidos em grupos de trabalho. O 1º Fórum Nacional de TVs Públicas está prevista para maio.
Com a implementação do uso de uma tecnologia digital, será possível ampliar o número de canais disponíveis, isto é onde opera um canal analógico atualmente, poderá haver até quatro programações em sinal digital. Um dos principais pontos em discussão é que para migrarem para o novo sistema, as emissoras públicas, educativas e culturais precisarão de apoio federal. O que se teme é que o governo abrace a idéia de criar a TV Lula e não mova esforços pela criação da rede pública.
Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro interino da Cultura, Juca Ferreira afirmou que está disposto a discutir uma alternativa intermediária entre as duas propostas. “Uma coisa não implica necessariamente a atrofia da outra. Nós achamos até que pode se pensar em uma infra-estrutura comum”, mas ressaltou que “seriam canais diferentes com finalidades diferentes, com conteúdos e modelos de gestão diferentes”.