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“Não há no Brasil um plano de banda larga”

“Não há no Brasil um plano de banda larga. Temos uma política, mas não um plano”, disse na ultima quinta, 28, o presidente da acionista controladora da Oi Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, durante debate na Futurecom. O executivo destacou que o plano de banda larga é uma oportunidade para estimular a indústria de telecomunicações, “que é muito importante do ponto de vista econômco para o Brasil”. Segundo ele, existe uma decisão política, “mas um plano tem que levar em consideração quem será atendido, a que custo, com que financiamento, em que bases econômicas”. Ele ressalta que para falar em realidade brasileira é preciso falar do mapa da pobreza no Brasil, “e esse mapa me parece incoerente com o o que está sendo proposto no PNBL”, disse, indicando que 72% da lista de cidades já previstas para serem atendidas pela Telebrás já têm quatro plataformas ofertadas de banda larga e 83% delas tem três plataformas disponíveis. “Não basta isso, tem que ser para todos”.

“Eu não entro no mérito de que ferramenta o governo quer utilizar (na política de banda larga). O mérito foi enorme de levantar a qestão. Esse governo levantou, mas quais os mecanismos? Não temos um plano”. Segundo ele, é preciso dar o mérito pela política e pela decisão do governo de levantar a discussão, “e tenho certeza de que a ministra Dilma, se eleita, colocará entre suas cinco maiores prioridades o PNBL. Assim como colocou outros programas de distribuição de renda e ascencão social. Mas em relação à banda larga, não temos e precisamos de um plano”, disse o executivo.

Após sua participação no debate, o executivo explicou que o que existe hoje é um plano da Telebrás. “O que foi anunciado é o plano para a Telebrás oferecer banda larga. É o plano nacional da Telebrás, assim como a Oi tem um plano nacional, mas não é um plano para o País”.

Outro aspecto levantado por Otávio Azevedo é a questão tributária. Ele ressalta que essa discussão precisa se dar antes de a banda larga explodir no Brasil. “Antes de explodir a banda larga, é preciso levar a questão tributária ao Confaz. Essa questão não foi considerada pelo governo anterior na implementação do Paste e da privatização. Perdemos a oportunidade naquela hora de fazer essa transição de impostos, mas temos essa oportunidade de novo”, disse. Segundo o executivo, se esse projeto começar acelerado agora sem essa previsão tributária, vai fracassar, “porque não tem quem pague. O governo não vai pagar essa conta”.

Marques ressaltou que é fundamental que o governo aja como indutor do setor e promova políticas de banda larga. Elogiou até mesmo a iniciativa do governo de recuperar, por meio da Telebrás, seus ativos de telecomunicações.

“Não vejo motivo para criticar uma ação política de governo. Não é por ser concessionário que digo isso. Na minha visão, pelo menos, o governo tem uma enorme plataforma não integrada, pouco acessível geograficamente ao mercado, e maximizar o uso dessas plataformas, não vejo por que não fazer. Se estivesse no governo, eu faria o mesmo. Ter uma idéia de integrar os backbones das estatais, utilizando a infraestrutura do Estado, não vejo porque combater isso”, disse. Mas, segundo ele, “chegar (com essa rede) na lista de cidade onde estamos (as teles) prestando o serviço, vai uma distância enlouquecedora”. Isso deveria ser tratado de maneira diferente”, disse. “Nós devemos apoiar o governo na otimização de suas plataformas para ampliar a oferta dos serviços, inclusive com redução de impostos, para chegar a quem precisa. E temos que falar da TV por assinatura, que tem metade da penetração da banda larga, e ninguém fala nada”, provocou.

*Com informações da Tela Viva News.

Andrea Lombardi

Atriz, pós-graduada em gestão da cultura.

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Andrea Lombardi
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