Os Meios de Comunicação, de Marshall McLuhan

Understanding Media, o título original em inglês, publicado em 1964, é um dos maiores clássicos dos estudos culturais e de comunicação. De McLuhan vem as famosas expressões “o meio é a mensagem” e “aldeia global”. Neste texto audacioso, o autor leva a interpretação para novos caminhos, explorando as implicações de tecnologias como a rádio e a televisão, o telefone e o telégrafo – meios de comunicação com um impacto marcante sobre a ordem social.

O livro tornou-se, junto com “Palavras-chave”, de Raymond Williams, e “A Ideia de Cultura”, de Terry Eagleton, “A Sociedade do espetáculo”, de Guy Debord, e alguns textos de Walter Benjamin e Theodor Adorno, bibliografia básica para o curso O Poder da Cultura, nome do meu próximo livro, a ser publicado pela editora Peirópolis.

Interessa-me, sobretudo, a abordagem que McLuhan faz do artista no contexto do espetáculo e dos meios de massa, pontuando seu papel e sua importância como um antecipador do futuro e forjador das utopias. O autor muitas vezes cobra uma postura mais responsável do artista, diantes desses desafios. E dialoga muito com autores da Escola de Frankfurt, sobretudo Adorno e Benjamin, no que diz respeito à abordagem da cultura de massa e sua reprodutibilidade técnica.

McLuhan mescla erudição e sarcasmo para nos apresentar uma interpretação radical da história, tendo os meios de comunicação como protagonistas. Já a partir do primeiro capítulo, “O Meio é a Mensagem”, McLuhan convida-nos a afastar hábitos de pensamento antigos e a adotar novos critérios de percepção e conhecimento.

Revolucionário e desmistificador, o livro revisita as tecnologias do passado e mostra como os meios de comunicação de massa afetam a vida física e mental do ser humano, levando-o do mundo linear e mecânico da Primeira Revolução Industrial para o novo mundo audiotátil e tribalizado da Era Eletrônica.

Os Meios de Comunicação – Extensões do Homem, publicado no Brasil pela editora Cultrix, projetou o autor ao rol dos intelectuais mais conhecidos da atualidade. E volta a ser lido e cultuado, sobretudo por seus prenúncios em relação às novas mídias.

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