Ministro propõe metas ambiciosas para o desenvolvimento do setor audiovisual e reafirma as estratégias anunciadas no início do ano; ?nó do sistema é a distribuição?www.culturaemercado.com.br
26/08/2003

Produzir de 120 a 150 filmes por ano e incentivar a indústria nacional de distribuição. Essas são as principais metas do ministro da Cultura Gilberto Gil para o setor de cinema, anunciadas no último domingo na solenidade de encerramento do Festival de Gramado (RS). Para explicar como atingi-las, Gil reafirmou estratégias antecipadas no início do ano: ?articular ações e recursos da União com estados e municípios?, com empresas estatais e privadas, ?com as várias agências de fomento e instituições financeiras? e com a ?instalação e funcionamento dos Funcines, fundos de investimento cinematográfico previstos em lei já em vigor?.

O ministro fez referência a um conhecido problema do cinema brasileiro: ?o nó do sistema é a distribuição dos filmes e sua conseqüente difusão?, novidade que rendeu grande repercussão na imprensa paulista. Para desatar esse nó, Gil prometeu estimular a associação entre distribuidores e produtores nacionais e continuar utilizando o artigo 3º da Lei do Audiovisual, que incentiva as distribuidoras a investirem em co-produção com empresas brasileiras. Defendeu ainda uma ?parceria saudável? entre cinema e televisão.

Ancinav
A vinculação da Ancine (Agência Nacional do Cinema) ao Ministério da Cultura e a sua transformação em Ancinav (Agência Nacional do Audiovisual), ampliando o espaço de atuação do órgão, são fatos vistos como praticamente certos pelo ministro. A questão já foi discutida com o Ministério do Desenvolvimento, Orçamento e Gestão (outro candidato para abrigar a Agência) e com a Casa Civil. No momento, está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a competência para definir o futuro do órgão.

Repercussão
A meta de produzir até 150 filmes por ano e a promessa de incentivar a distribuição e difusão pela TV foi bem recebida por cineastas, como se poderia esperar. O fato ganhou destaque na imprensa, com depoimentos favoráveis de Cacá Diegues, Sérgio Bianchi e Lúcia Murat na Folha de S. Paulo, e de Luiz Carlos Barreto, Roberto Farias (ex-presidente da Embrafilme) e Ugo Giorgetti no Estado de S. Paulo. Só se manifestou explicitamente contra as propostas do ministro o presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Multiplex, Valmir Fernandes. ?Buscar uma intervenção no setor [de distribuição] é errado?, disse à Folha. ?Daqui a pouco vão falar em substituir os exibidores e fazer a ?Cinebrás??.

Copyright 2003. Cultura e Mercado. Todos os direitos reservados.


editor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *