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Pesquisa traz dados sobre mercado editorial

Na última semana foram apresentados os dados da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2015, realizada anualmente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE/USP) sob encomenda do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e Câmara Brasileira do Livro (CBL).

De acordo com a pesquisa, o crescimento nominal do setor editorial brasileiro em 2014 foi de 0,92%, resultado de um volume de vendas que gerou um faturamento total de R$ 5.4 bilhões. Esse resultado significa uma queda real de 5,16%, aplicada a taxa do IPCA de 2014, de 6,41%. Segundo Carlo Carrenho, editor do site Publishnews, é a maior queda do mercado desde 2002 – quando o faturamento caiu, em termos reais, 14,51%, agravado pela alta inflação daquele ano.

O resultado, segundo os organizadores da pesquisa, foi muito impactado pelas vendas ao setor público. O governo federal, maior comprador individual de livros no país, adquiriu 18% a menos ano passado, saindo de 190 milhões de exemplares em 2013, para 155 milhões adquiridos em 2014. As prefeituras também reduziram as compras em 71%, passando de 10 milhões de livros para 2,9 milhões. Somado à redução das compras do governo federal, o impacto foi de 16% no faturamento do mercado entre um ano e outro.

No entanto, para Carrenho, desta vez não se pode reclamar do governo. “Nos anos de 2005 a 2014, o mercado se apresenta próximo à estagnação com crescimento de apenas 5,79% na década enquanto o PIB crescia 39,45%. As compras estatais, após grave queda de 19,80% em 2005, se recuperaram e apresentaram um crescimento na década de 38,35%. O mercado privado, no entanto, permaneceu praticamente estagnado entre 2005 e 2009, assim como entre 2012 e 2014, mas recuos em 2010 e 2011 fizeram com que na década houvesse queda de faturamento na ordem de 1,13%”, calcula em artigo publicado nesta terça-feira (9/6).

As vendas para o mercado apresentaram crescimento real. Em 2014, os editores faturaram R$ 4,17 bilhões para o setor privado, contra R$ 3,885 bilhões no ano anterior – um crescimento nominal de 7,33% e um crescimento real – deflacionado pelo IPCA – de 0,86%. Em termos de exemplares vendidos, no entanto, houve queda de 9,23% em 2014 (435,7 milhões de exemplares).

Considerando somente as vendas ao mercado, o preço médio corrente dos livros cresceu 8,22%, um aumento real de 1,7% em 2014. No entanto, no acumulado dos últimos 10 anos, o preço médio dos livros diminuiu cerca de 40%. “Como o faturamento cresceu muito menos que o número de exemplares vendidos, é claro que o preço médio do livro vendidos caiu. Tudo isto é bastante positivo para a sociedade brasileira, pois mais pessoas estão sendo alcançadas pelos livros e o preço médio inferior torna o livro mais acessível. Economicamente, no entanto, a venda de mais exemplares impactou pouco o faturamento e não foi suficiente para alavancar o crescimento do setor”, explica Carrenho.

Em 2014, os editores diminuíram o ritmo dos lançamentos, com uma redução de 8,5% no total de títulos novos. Mas a tiragem média cresceu 9,3%, o que garantiu uma produção idêntica a 2013.

Com relação às vendas de livros digitais, hoje o Brasil possui hoje um acervo de 35 mil títulos nacionais, com vendas de R$ 17 milhões – em 2013 foi de R$ 13 milhões. A participação dos e-books no faturamento total do setor ficou em apenas 0,31%. Para avaliar com mais profundidade os dados desse mercado, o SNEL e a CBL pretendem realizar um Censo do Livro Digital em 2016.

Clique aqui para ver os dados completos da pesquisa.

*Com informações do Correio Braziliense, Publishnews e Brasileiros

Redação

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