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Planejamento da distribuição deve anteceder a produção do curta

O Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo promove paralelamente às mostras o Seminário de Comercialização de Conteúdos Audiovisuais de Curta Duração, entre os dias 23 e 25 de agosto.

Os profissionais que participaram dos debates na manhã desta segunda-feira, 23, chamaram atenção para o grande número de filmes produzidos (são aproximadamente 400 novos títulos todos os anos, segundo dados levantados pela organização do evento) e para a crescente demanda pelo formato, impulsionada principalmente pelas mídias digitais, e alertam os realizadores: é preciso planejar a distribuição antes da produção do curta-metragem. O secretário do audiovisual, Newton Cannito, participou da abertura do evento, destacando a complexidade da produção audiovisual. “Não é mais fazer o filme e descobrir o que fazer. Temos que pensar que temos um produto, então, para quem vender? Precisamos descobrir novas formas de comercializar novos produtos e atingir novos públicos”.

Sabrina Nudeliman, diretora da distribuidora Elo Company, observou que o curta-metragem tem demanda tanto no exterior, quanto no Brasil, já que o Brasil é um dos maiores mercados em mídia digital. “O público precisa de uma curadoria, é bom também pensar em conteúdo para nichos”, aconselhou. Ela enumerou alguns detalhes que o realizador deve ter um mente antes de iniciar a produção, para que seu filme tenha êxito: é importante ter todos os direitos para o curta-metragem, ter sempre o espectador em mente, não descuidar do roteiro, aproveitar as redes sociais para a preparação de material de divulgação, cuidar dos detalhes de produção, selecionar bem os festivais e os modelos de distribuição. “É preciso ter atenção aos novos modelos de negócio e aos novos compradores”, observa.

A TV também se beneficia das faixas programadas por curtas-metragens, como explicou João Garção Borges, diretor do canal português RTP 2 e criador de “Onda Curta”, atração semanal que vai ao ar em horário nobre, às 21h, e é líder de audiência no canal. “Não há concorrência de programação com curtas-metragens”, observa o diretor, que seleciona filmes para aquisição em festivais internacionais e também coproduz alguns curtas-metragens. O preço médio de aquisição é de 65 euros por minutos, sem exclusividade, para duas exibições.

Moema Müller, coordenadora de programação e distribuição da Programadora Brasil, que tem aproximadamente 1400 pontos de exibição não-comercial associados, contou que dos 700 títulos acumulados pela programadora desde fevereiro de 2007, 549 pertencem à categoria curta-metragem e 70% dos programas organizados pela curadoria, que são DVDs com sugestões de programação, incluem um curta-metragem. “É uma oportunidade para as pessoas apresentarem seus trabalhos”, afirma.

*Com informações da Tela Viva News.

Andrea Lombardi

Atriz, pós-graduada em gestão da cultura.

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