Profissionalismo e participação em Joinville

O 28º Festival de Dança de Joinville chega ao final registrando um aumento significativo de participantes em todos os seus 16 eventos. Foram 6.500 bailarinos profissionais, estudantes, coreógrafos, professores e pesquisadores do Brasil e do exterior respirando dança por 11 dias. Os bailarinos vieram de 21 estados brasileiros, além do Distrito Federal, mais da Argentina e Paraguai. “O Festival é um panorama do que acontece na dança brasileira, na parte didática, de espetáculo e de pesquisa”, define Ely Diniz da Silva Filho, presidente do Instituto Festival de Dança de Joinville.

As apresentações dos Palcos Abertos e da Mostra Competitiva somaram 1836 coreografias inscritas, com 618 selecionadas. Só para dançar na Mostra Competitiva foram 133 grupos com 239 coreografias. No total, foram 240 horas de espetáculos, dos quais 170 gratuitas, em Palcos Abertos. Um público estimado em 230 mil pessoas pode ver muita dança por vários cantos da cidade.

Os cursos, oficinas, workshops e seminários reforçaram mais uma vez o caráter didático do Festival de Dança de Joinville. Os Seminários de Dança 4 – O Avesso do Avesso do Corpo – Educação Somática como Práxis, por exemplo, realizado de 29 a 31 de julho, é uma mostra do interesse pelo aperfeiçoamento, registrando só no primeiro dia 300 inscrições. Os artigos expostos nos Seminários compõem um livro, que será lançado no Festival de 2011, como aconteceu neste ano.

O Dança Comunidade é outro evento que também já faz parte deste leque de opções didáticas e trouxe nesta edição dois fóruns, direcionados para os profissionais que trabalham com dança, educação e projetos sociais. A teoria e a prática se misturam no Festival de Dança, proporcionando uma riquíssima troca de experiências.

Mais uma reunião divertida, com o que há de interessante entre ritmos, movimentos e cores da cultura Hip Hop brasileira, também aconteceu no 5° Encontro das Ruas, que em 2010 comemorou público, inscrições e repercussão recorde entre todos que acompanham o gênero no País. Foram quatro dias de celebração à arte urbana, reunindo mais de duas mil pessoas para apreciar os desenhos do grafitti, as batalhas de danças urbanas, o som dos melhores DJs e as rimas de célebres artistas nacionais. Os jovens que lotaram o Ginásio do Sesc Joinville  – com 1kg de produto não-perecível como ingresso – doaram o montante de duas toneladas de alimento para o projeto Mesa Brasil do Sesc.

“Sentimos uma maior participação também dos joinvilenses no Festival. As pessoas estão interagindo mais, assistindo a mais espetáculos e curtindo estes 11 dias em que a cidade é invadida por muita alegria”, destaca Ely Diniz. A comunidade também quis espiar atrás das cortinas, junto com os turistas. Foi o que aconteceu no “Visitando os Bastidores”, que levou mais de 500 pessoas para as coxias, para ver como funciona esta “fábrica de sonhos” que movimenta luzes, sons, pessoas, cenário e todo o encantamento de um espetáculo de dança.

O próximo Festival de Dança de Joinville, o de 2011, já está sendo pensado. A seleção dos trabalhos inscritos é de responsabilidade de quatro profissionais que compõem o Conselho Artístico do Festival. A cada dois anos, dois deles deixam o cargo, fazendo com que o grupo seja mesclado de tempo em tempos, garantindo a idoneidade e ética.

* Com informações do Instituto Festival de Dança de Joinville (Sandra Moser)