Autor do projeto alega que legendas impedem a democratização do cinema no BrasilA dublagem para a língua portuguesa das obras cinematográficas produzidas em idioma estrangeiro e exibidas comercialmente no País poderá tornar-se obrigatória. É o que prevê o Projeto de Lei 6741/06, apresentado pelo deputado Nilson Mourão (PT-AC). Pelo projeto, os exibidores que infringirem esta determinação estarão sujeitos à multa de 5% sobre a renda diária média da bilheteria, multiplicada pelo número de dias de ocorrência da infração. Caberá à Agência Nacional de Cinema (Ancine) a fiscalização e a autuação dos infratores.
O deputado Nilson Mourão argumenta que o uso das legendas em português impede a compreensão dos filmes por milhares de brasileiros que, infelizmente, não dominam a leitura. ‘As deficiências de leitura dos estudantes brasileiros e os índices altíssimos de analfabetismo funcional constituem um dos motivos que impedem a democratização do cinema como alternativa de entretenimento e cultura para a maioria da população brasileira’, avalia o parlamentar.
Sujeito à apreciação em caráter conclusivo , o projeto será analisado pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Fonte: Agência Câmara
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Este é um dos projetos de lei mais ridículos que já conheci. É realmente a legenda um dos problemas mais graves que fazem com que a maioria da população não vá ao cinema? E mesmo que esse projeto vingasse e os filmes todos começassem a ser dublados, iriam ser exibidos onde? Por favor...
Que absurdo!!!! Quem não sabe ler não tem dinheiro para ir ao cinema....e ninguem merece ver filmes dublados. Tem problemas mais graves para resolver nesse pais, como por exemplo melhorar a educação das pessoas ao inves de acomoda-las nessa situação de analfabetismo.
Eu discordo completamente dessa lei. O problema da alfabetização não pode ser encoberto por uma tentativa fajuta de democratizar o cinema. Que democratização é essa que dubla filmes estrangeiros ao invés de investir na produção audiovisual nacional? Eu aprendi inglês e um pouco de espanhol, assistindo a filmes nessas línguas. Claro que para isso eu precisaria saber um mínimo, que é ler português, cuja responsabilidade de ensinar jamais pode ser atribuída a uma manifestação artística tão complexa como cinema - como se o texto fosse a coisa mais importante num filme...Mesmo assim, se fosse permissível ao cinema aceitar restrições impostas a sua exibição diante do analfabetismo do povo, não seria mais adequado investir numa lei que regulamentasse cotas mínimas (grandes) de exibição de filmes nacionais nas grandes redes de exibição como Cinemark? Qual é o real interesse em se dublar filmes estrangeiros?
Talvez a própria legenda seja um excesso, que por mais que tente traduzir o que foi dito por uma pessoa que não fala a língua que eu falo, jamais o fará completamente - Será sempre uma redução daquela expressão. Porque não uma lei radical então, que não permita nem legendar nem dublar filmes em outras lingua?. Porque não nos esforçamos para entender o novo a partir de novos instrumentos? Preguiça de criar novos instrumentos? Medo? Uma criança aprende a entender o que sua mãe diz por causa da vozinha "gugudada" que dubla sua voz "real", aquela mesma com a qual ela fala " duzentas gramas de moratdela" para o balconista do açougue? - Balconista que por sua vez entende o que a mãe diz, mesmo que ela tenha dito da forma errada. O que deveríamos ter feito então: ter catequizado os índios desse país ou te-los obrigado a segurar plaquinhas em português enquanto falam tupi? Cadê a democracia para o índio? Cadê a democracia audiovisual?
Artigo que escrevi sobre o tema:
CONTRA A DUBLAGEM COMPULSÓRIA
Acaba de ser aprovado, na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, um projeto que institui a dublagem obrigatória dos filmes em língua estrangeira. A idéia, politicamente autoritária e prejudicial do ponto de vista da cultura, merece ser repudiada, por diversas razões.
Se se tratasse apenas de estimular a oferta de cópias dubladas - por exemplo diminuindo a taxação sobre as mesmas e conseqüentemente permitindo que os ingressos, quando de sua exibição, fossem mais baratos - a medida teria certamente o apoio geral. O que preocupa, na forma como foi aprovado o projeto, é que se trata de obrigar a fazê-lo, o que configura uma ingerência indevida do Estado na forma como o cidadão prefere ter acesso à cultura.
A justificativa da proposta alega, com razão, que muitos brasileiros não têm a familiaridade com a leitura necessária para acompanhar a velocidade com que as legendas são projetadas, ficando, dessa forma, prejudicados em sua compreensão do filme. Porém esse universo de analfabetos ou analfabetos funcionais não constitui nem a maioria da população, nem é significativo em termos da parcela da mesma que têm acesso ao cinema.
Segundo o IBGE, o país tinha, em 2003, 12 milhões de analfabetos. Se somarmos os analfabetos funcionais (30 milhões de pessoas de 10 anos ou mais com menos de 4 anos de estudos), teríamos 42 milhões de pessoas. Ponhamos 50 milhões, para arredondar.
Como o Brasil tem hoje 186 milhões de habitantes (sss://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese/default.htm), restam ainda mais de 130 milhões de pessoas. Excluindo as crianças de menos de 10 anos (cerca de 30 milhões, em 2006), teríamos ainda, com certeza, mais de 100 milhões de jovens e adultos que sabem ler e interpretar o que lêem. Além disso, em um mundo em acelerada globalização, não podemos ser complacentes com a falta de acesso de nosso povo à leitura, nem estimular o monolinguismo.
Por outro lado, no universo da população que efetivamente vai ao cinema, porque reside em localidades servidas por esse tipo de equipamento cultural, o percentual de analfabetos, totais ou funcionais, é muito menor. O Brasil possui apenas 1.920 salas de cinema, concentradas em 10% dos 5.560 municípios brasileiros, maciçamente nas regiões Sul e Sudeste, segundo o secretário do audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando Sena, em artigo publicado em 2004 no Jornal do Brasil. Nessas regiões, como se sabe, os índices de leitura são significativamente mais elevados do que nas demais áreas do país.
A dublagem poderia ser estimulada como uma opção, especialmente a serviço dos projetos de inclusão cultural que procuram levar o cinema a populações do interior do país, dos assentamentos agrícolas, etc, sem constituir uma imposição ao universo dos espectadores brasileiros
Um filme é uma obra de arte; a interpretação dos artistas inclui a forma de enunciar os diálogos (ênfases, pausas, modulações e suas associações precisas com os gestos); cada língua é a porta de acesso a uma visão de mundo, a uma cultura, a um universo de emoções e de maneiras de pensar únicas. Privar o conjunto dos espectadores brasileiros do acesso às obras cinematográficas em sua integralidade, em nome de um discutível benefício a uma minoria cujas deficiências culturais deveriam ser sanadas e não estimuladas, não parece nem razoável nem oportuno.
Rejane Xavier - doutora em Filosofia, jornalista
Que me desculpe o Sr. deputado Nilson Mourão, mas o argumento utilizado para obrigar a dublagem em filmes estrangeiros parece-me um tanto incoerente. A deficiência de leitura dos estudades e os altíssimos indíces de analfabetismo não impedem apenas a democratização do cinema mas também a do emprego. Temos que insistentemente brigar por educação eficiente e eficaz porque senão, mais a diante, estaremos exigindo os roteiristas de cinema utilizem diálogos mais simples para facilitar o entendimento da população que é deficiente na leitura e consequentemente na interpretação de textos. Precisamos andar para frente!
RIDICULO!!! Dublar todos os filmes em portugues!? Primeiro que a dublagem modifica o som original, e por cima de tudo, tem varias vezes
que a dublagem nao tem nada a ver com o original. Ter OPCAO de assistir um filme dublado ou legendado é uma coisa, OBRIGAR todos a ser dublados, é um absurdo.
FREE WILL of EXPRESSION ou liberdade de expressao, é um direito nosso. Com essa lei, voce pode tirar uma das maiores caracteristicas da arte do cinema.
Sr. Deputado, faça algo que preste! Faça mudanças para melhorar nosso país!! A povo te paga para isso...
se aprovada a lei ira fastrar muitas pessoas das salas e fatalmente nao conseguira atrair novos espectadores. o preco das copias subiria para as distribuidoras e os ingressos tambem. sem contar que o numero de titulos cairia e dificilmente haveria alguma variedade. adeus aos filmes alternativos e de arte!
emails de repudio a medida podem e devem ser enviados para o deputado nilson mourao autor do insano projeto em
dep.nilsonmourao@camara.gov.br
ou pelo Endereço para correspondência:
Gabinete 376 - Anexo III
Câmara dos Deputados
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Brasília - DF