Como anunciado antecipadamente por Cultura e Mercado, Sérgio Mamberti assumiu a presidência da Funarte com uma missão: dialogar. Artistas, servidores da Fundação, usuários da Lei Rouanet, todos precisam de uma voz conhecida, com passado, compromisso e credibilidade comprovados. E Sérgio tem tudo isso. É o único remanscente do PT no Ministério, o único artista, a única figura pública com vida cultural antes, durante e depois da passagem pelo MinC. Um empresário bem-sucedido, que conhece bem a realidade do mercado. Nunca vimos Mamberti fazer discurso fácil em cima de Lei Rouanet, tampouco do direito do autor.
O papel de Sérgio Mamberti sempre foi minimizado no MinC. Sua capacidade de articulação, credibilidade e bom relacionamento com todos os setores da sociedade era até então minimizada. Durante a discussão da Ancinav, por exemplo, ele poderia ter tido um papel bem mais relevante, devido a sua proximidade com setores da indústria e a própria Rede Globo.
Ao contrário, Mamberti é um sobrevivente. Desde a primeira reformulação do MinC ele estava na mira de Juca Ferreira, que o colocou como coordenador de Artes Cênicas da Funarte. Foi preciso a intervenção do presidente Lula para colocá-lo na Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural, criada para garantir a presença de alguém de confiança do gabinete. A secretaria, embora consideremos um equivoco conceitual já apontado nessa tribuna, é bem-sucedida do ponto-de-vista político. Entre outras coisas, porque manteve a resistência de Mamberti.
Resta saber se Mamberti vai simplesmente emprestar sua credibilidade a Juca Ferreira, ou vai impor uma agenda e um diálogo até agora abafados em sua secretaria. Bem amparado pelos milhares de artistas que viveram à custa de migalhas por este ministério, ele pode ganhar força e recompor algumas bases até hoje abandonadas. Pode reforçar uma atuação mais marcante do PT, extraditado do governo que ajudou a construir.
Mas pode simplesmente sucumbir ao poder de Juca. Ou ainda enfrentá-lo e ser vítima de mais uma tocaia. O que todos esperamos é que ajude a utilizar todo esse poder acumulado, tanto por ele quanto por Juca Ferreira, para o diálogo. Aliás, foi justamente isso que declarou o ministro: “o Sérgio é um nome que dispensa apresentações, é uma pessoa da área e precisamos de um presidente com muita legitimidade para prosseguir a política de diálogo com artistas e produtores culturais e revitalização dessa instituição nesses dois últimos anos que faltam”.
O ministro adiantou que o colegiado de diretores será fortalecido no processo de gestão da Funarte. Nesse sentido, os diretores de Arte Visuais, de Música, de Artes Cênicas precisam ter uma importância que não vêm tendo na visão do ministro, admite. “A Funarte não pode ter uma estrutura presidencialista, piramidal, mas sim colegiada, pois cada setor possui sua complexidade e os diretores precisam ganhar destaque na condução e criação dessas políticas”, completou.
Um outro ponto destacado pelo ministro é a criação de um conselho nos moldes da Fundação Cultural Palmares e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Um conselho, segundo ele, composto por pessoas de conhecimento notório nas áreas de atuação da Funarte, que terá o papel de aconselhamento, fiscalização e aprovação dos projetos relacionados com a instituição.
Resta saber o quanto desse poder paralelo estará nas mãos de Juca Ferreira, de Sérgio Mamberti, dos artistas e da sociedade como um todo.
A Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo abriu uma…
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) lançou a página Aldir Blanc Patrimônio,…
Estão abertas, até 5 de maio, as inscrições para a Seleção TV Brasil. A iniciativa…
Estão abertas, até 30 de abril, as inscrições para o edital edital Transformando Energia em Cultura,…
Na noite de ontem (20), em votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no Congresso…
A Fundação Nacional de Artes - Funarte está com inscrições abertas para duas chamadas do…
View Comments
Acredito fortemente que o trabalho de Sérgio Mamberti à frente da Funarte será relevante e substancial, pois sua trajtória política extremamente coerente e sua atuação incessante na cultura deste imenso país fazem dele a pessoa mais preparada para enfrentar estas enormes dificuldades que virão pela frente. Sérgio como produtor cultural e produtor de teatro sabe os meandros e os nós que terá de desatar. Conhece as leis de incentivo à cultura e sobretudo suas falhas. Ninguém é melhor do que ele neste momento para assumir este cargo, frente a uma premente crise financeira que está por vir. E certamente virá!
Marcus Alvisi- diretor de teatro
Todo o sucesso para o artista Sergio Mamberti na Presidência da FUNARTE.
O que é estranho no texto é tratá-lo como uma pessoa que estava à margem do governo. Mais estranho ainda é tratar o PT como marginalizado. As palavras de que a FUNARTE precisa ser revitalizada vindo das mesmas pessoas que deixaram ela sem vitalidade, soam parciais, para um editorial que se deseja representativo. A política cultural que aí está é resultado da atuação, inclusive, e sobejamente, destes senhores.
grande abraça,
Caco Coelho
Em puteiro não tem virgem!
Espero que o Sergio consiga ter autonomia para nomear seus Diretores e trazer de volta alguns funcionarios da Funarte que foram afastados ou mais precisamente demitidos pela gestão anterior.
Lulu Librandi
Ex Diretora Executiva da Funarte
Mamberti é um boa pessoa, mas é fraco diante do Juca, mesmo este isolado dentro do seu próprio partido verde e no governo. Mamberti é, sim, o último petista histórico no MinC, o que resta lá são são alguns poucos oportunistas sem expressão alguma, tal como o próprio ministro.
Na cabeça do presidente Lula, Juca já não é mais ministro, não verdade nunca foi efetivamente. Tratou-se apenas de um mandato tampão. Lula espera apenas a reforma ministerial para aposentar Juca, uma vez que este não está à altura do ministério (e nem mesmo de uma secretaria de estado) e também não dispõe de poder político algum (os verdes estarão com os tucanos em 2010, não há mais dúvida).
Última nota: O ministro vinagre continua insone, temendo seu desfeixo. Demitiu até sua chefe de gabinete porque se assusta com a própria sombra (o MInC hoje é um ministério de interinos). O governador baiano, Jaques Wagner, já está até preparando uma aposentadoria para o inexpressivo Juca em Salvador.
Belo editorial!
Sérgio Mamberti é um artista . Um grande artista. Não há dúvida.
O que esperamos é que ele restabeleça é a grandeza da FUNARTE .
Que , se possivel , restabeleça a importância do órgão para as artes cênicas , como era na época da FUNDACEN ou melhor ainda do INACEN.
Era lá que os segmentos se encontravam para no CONSELHO DELIBERATIVO traçar os rumos . Para discutir as politicas a serem implantadas. Só não tinha o dinheiro que hoje circula no setor, mas pelo menos o Brasil se encontrava e discutia os rumos a tomar .
Não era , que fique claro, esta mentira de CÂmara setorial. Não . Estou falando da epóca de Canela no RGS; De Arcozelo RJ; De Cachoeiro do Campo em MG. DE encontros no Paraná; Em Recife; Na Bahia., etc.etc.
Que Mamberti traga para dentro da FUNARTE o ar da discussão; Do contrário; Mas prinicpalmente traga de volta a ela o artista brasileiro.
Aos Mambertis,
desde a década de 70 que acompanho todo empenho e trabalho de Sérgio Mamberti. Afável, e comprometido e solidário para com todas as causas de injustiças. O vi em cena pela primeira vez em "A Noite dos Campeões" e grande elenco: Cláudio Correa e Castro, Raul Cortez, Jonas Mello e meu conterrâneo Ednei Giovenazzi.
Parabéns, CAMPEÃO!
E muitos títulos pela frente...
Outra informação importante. O estado de cítio, policialesco e discricionário instalado dentro do MinC por Juca Ferreira agora conta também com uma turma de burocratas tucanos em cargos estratégicos (Juca espera contar com eles depois que sair). As próximas vítimas de Juca e de Alfredo Manevy são os secretários do Audiovisual e de Projetos Culturais. Acreditem, ainda existe quem caia no sorriso de monalisa do ministro da conspiração.
O Juca do Juca aprende com seu mestre. Manevy também já tem seus informantes de baixo clero, seus aparelhos, em diferentes unidades do ministério. Quem ocupar a pasta no futuro próximo terá trabalho em reconhecê-los e afastá-los.
Lorena querida,
Por quê você não se apresenta de verdade, sua falsária?
Dê o ar de sua graça, um pouco de sua biografia... mas ela não existe não é, passageira do poder?!
Aprenda a escrever e tenha respeito pelas pessoas, Pedro Braz de camelô!
Cítio com "c": você devia ganhar um cargo sim, de secretária para a reimplementaçào do Mobral, porquê seu tom acusatório é bem característico daquelas quadras (sinônimo de época, não de futsal).
Diz aí alguma realização sua, picareta!
Ou vai ficar sem responder de novo???