Cunhei essa expressão durante o processo de pesquisa do documentário Ctrl-V. Referia-me à reflexão necessária sobre a onipresença das telas sobre a conformação do espaço público, não só em termos de construção do imaginário, mas também na vida econômica e política das sociedades contemporâneas. Uma fusão conceitual entre a “videologia” de Eugênio Bucci e Maria Rita Kehl, a “ecranocracia” de Gilles Lipovetsky e “videocracy”, o documentário de Erick Gandini sobre o monopólio berlusconiano na Itália.
A melhor maneira que encontramos para discutir este vasto e complexo assunto foi utilizar o próprio espaço videográfico para refletir sobre as dimensões e efeitos do audiovisual sobre a sociedade global no século XXI. Assim nasceu a TVCeM, a webTV do Cultura e Mercado, e com ela este programa, cujo piloto disponibilizamos agora aos leitores do site, com a participação de Claudio Lins de Vasconcelos e direção de Valdir Afonso:
Queremos sugestões de nomes, formato e temas de discussão para aprimorarmos a proposta, que é uma espécie de paródia dos programas de entretenimento da TV brasileira. Coloco-me aqui como um de Ronie Von dos pobres, inspirando-me também em programas culinários, como Larica Total, entre outros.
Sua opinião e participação são fundamentais!
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vivemos em sociedade video-craticas...como democratizar? como os deputados e produtores podem e devem avançar na luta pela cultura de qualidade...?
parabéns pelo trabalho!
Parabéns, Léo! Piloto é piloto, né? Está aí para ser mudado, mesmo. De minha parte, me sinto feliz por ter participado dessa primeira experiência. Esse modelo "não-roteirizado" que usamos tem vantagens e desvantagens. A principal vantagem é a absoluta espontaneidade do discurso; a principal desvantagem é a falta de uma linha de raciocínio constante -- um tema, mesmo -- para a entrevista. Ficou parecendo o que era para parecer: um bate-papo livre, na beira do fogão, entre pessoas que compartilham alguns pontos de vista, divergem em outros. Enfim, a velha e boa conversa. O insubstituível laboratório das relações sociais.
Abraço,
Cláudio
Concordo plenamente Cláudio. Um roteiro facilitaria a condução da conversa sem perder a espontaneidade. O assuto é muito complexo e a capacidade de perder o fio condutor é grande. Muito obrigado por sua disponibilidade em participar e nos ajudar a construir esse nosso sonhado monstrinho recém-nascido. Abs, L
Senhor Leonardo Brant,
O importante foi a espontaneidade do discurso, pois nos conduz ao final do diálogo. Não foi cansativo o vídeo. Considero esse momento o início da democratização na sociedade vídeo cráticas, apesar que apenas 33,90% dos gaúchos( Zero Hora, 11 de setembro 2010) possui acesso a internet.
Atenciosamente,
Eunísia
Olha pá (como diz o meu melhor amigo que é brasileiro) continua. Acho que estás a utilizar muita gente para fazer uma coisa simples (havia aí muita camera). Acho que seria interessante fazeres uma programação para vários programas que passariam pelos grandes temas aqui do CeM e pelo "estado da arte" em relação a cada um deles. Depois a partir de aí seria interessante dissecar o que fosse de dissecar, não perder (ou ganhar) a espontaneidade. Um amigo cunhou um termo que acho interessante: em vez de actuarmos como jornalistas, sermos "jornartistas". fazer as coisas sempre num espírito de "jornartista". Não escrevo mais que isto de monólogos (com resposta adiada) não é mutio interessante... :)
Se puder ajudar em alguma coisa, estou aqui ao lado, em Lisboa-Portugal, periodicamente a espreitar o que vais fazendo. Continua!
salve Leonardo
muito simpática a proposta do seu programa e voce na tela é simpatico.
o nome ''sociedade videocrática'' me fez assistir, porque estava com a expectativa de que estaria conhecendo colegas produtores, amigos que assistem programas especiais na web ou até
um pouco de filosofia sobre como estamos pessoas melhores (ou não) por ter tantas telas
e tanto acesso a informação, mas minha expectativa não se realizou para bem porque o programa está muito equivocado.
''sociedade videocrática'' evoca produtores e espectadores em conjunto, em sociedade;
a conversa toda girou sobre a industria cultural e não dos usuários e receptores dos programas. o convidado terminou sumarizando aspectos do ambiente a partir de um ponto de vista academico
totalmente focado no passado remoto de mais de um ano atrás, sem considerar propostas para novas atuações e sem listar atuações bem sucedidas. (na web um século passa em 18 meses). ficar comentando sobre se cada um faz ou não pirataria de arquivos digitais pode atrair a polícia...
o comentário sobre o site grátis que a Disney está fazendo demonstra também uma falta de conhecimento do mercado e do viver em sociedade atual que desmerece a proposta do programa
e que no mínimo, me faz pouco sensível a vir voltar a assistir de novo.
sobre a espontaneidade que foi comentada por outros, gostaria de acrescentar
que ter 2 cameras e edição inviabiliza um pouco o tema da espontaneidade porque supõe
um critério de seleção do que é 'bom' e 'válido' que não foi descortinado na página web.
o fato de ser 'tempo real' da cozinha de um prato tem 2 aspectos: o primeiro, de ser um timeline, um despertador que define a quantidade de tempo disponível para conversa: me pareceu fraco,
porque não acrescentou nem retirou sentido nem significado para o papo., que não teve do seu limite pré-definido interferência ou consequencia para um valor de resultado. quero dizer que se o prato tivesse demorado mais não se teria um conceito melhor expresso (nem menos).
o que demonstra que não se tem um conceito de pograma, apenas um conceito de encontro.
em segundo, a escolha de um risoto, que visualmente na tela comprimida do flash video virou uma 'gororoba' meio que vira a metáfora visual do programa, ''gororoba conceitual'' sem gosto nem sabor para mim espectador que não pude apreciar o risoto nem visualmente.
o programa focado no papo conceitual perdeu sua oportunidade de programa culinária,
e o que é discutir sobre produção digital senão discussão de culinária digital ?
se fosse uma sopa, qual o impacto que teria na conversa ? 14min também é longo demais.
gostei da estrutura, da idéia da proposta, mas o programa carece de desenvolvimento.
entretanto, a idéia de um papo amigo, de ter alimento como resultado metáfora da informação processada, é muito boa. recomendo que o programa tenha algum tipo de objetivo,
algum tipo de conceito de ação a defender ou apresentar.
trabalho como analista de roteiro, consultor de desenvolvimento de cinema digital em http://www.paradigmadigital.net
saluti da praia, Rio de Janeiro, Romanbruni@gmail.com
ps. adoraria ser convidado a discutir com Leonardo um desenvolvimento do programa
e do assunto de forma mais 'gostosa'. saluti, Romanbruni@gmail.com
Oi Leonardo, parabéns, legal a idéia. Seu programa tem a cara das Tvs Comunitárias. Informação e cultura é a base.
Quanto ao nome, penso que manter a identidade do que vcs já fazem pode ser uma opção "Cultura e Mercado na TV" ou se vc pensar em algo mais ligado a questão do cozinhar e conversar que tal "cardápio cultural". O espectador pode sugerir temas do cardápio para as próximas entrevistas. Ao mesmo tempo em que ele pode escolher o cardápio de programas.
E não precisa se preocupar em amarrar um roteiro, seu programa não tem blocos com quadros variados, nem é ao vivo, então um roteiro pode engessar o programa, um pré-roteiro com uma pesquisa básica do entrevistado e do tema é suficiente.
Boa Sorte! É disso que a gente precisa, mais programas e informação.
A internet, Leonardo, tem nos revelado que a memorização mecânica de um sem números de lições são compreendidas. Mas a percepção que podemos ter com a crítica de muitos textos vindos da sociedade é que seus autores não se influenciam tanto por este tipo de memorização. Aos poucos, e aí provoco, vamos entendendo que os temas centrais de uma reconstrução nacional partirá do estímulo que salta da moralidade para ganhar um caráter de troca de informações na rede. E, com isso, vamos vendo, em nossa leitura silenciosa, que estamos muito mais unidos que separados e que a sociedade nova será regida por nós mesmos, sociedade, com uma constante discussão que hoje a internet possibilita com a formação de grupos e com esse instrumento maravilhoso que é a liberdade, não como prática educadora, mas como exercício de transformar a velha organização mecânica em novos objetivos de caráter comum. Ou seja, nossos instintos como seres humanos são bem mais fortes que as imagens que nos chegam. Esta é a minha principal crença na vida.
Achei muito legal o video "sociedades videocraticas" , o que mais me chamou atenção foi a espontaneidade e a sensação de estar na cozinha participando da conversa. E o conteudo é claro, é uma forma leve de debater e refletir assuntos que nos livros são mais densos. Obrigada por compartilhar, abraço