O ministro Comunicação Social, Franklin Martins, anunciou durante coletiva no Palácio do Planalto, a criação da TV pública brasileira, que deverá entrar em operação com o início das transmissões digitais da TV aberta.
O ministro Comunicação Social, Franklin Martins, anunciou durante coletiva no Palácio do Planalto, a criação da TV pública brasileira, que deverá entrar em operação com o início das transmissões digitais da TV aberta.
A TV Pública, criada segunda Medida Provisória publicada no Diário Oficial da União, foi batizada com o nome de Rede Brasil de Comunicação (RBC) – sigla que remete à
BBC inglesa, na qual o modelo brasileiro se inspirou – e será uma fusão da Radiobrás e as emissoras da Fundação Roquette Pinto que, no Rio de Janeiro, coordena a TVE.
Segundo o ministro, o objetivo é que a emissora entre em operação até o dia 02 de dezembro, data escolhida para o início das transmissões da tecnologia digital de
televisão no Brasil, inicialmente pelo Estado de São Paulo. Ainda segundo o ministro, a RBC terá orçamento de R$ 350 milhões em 2008 e reunirá os cerca de dois mil funcionários que atuam nas duas emissoras que estão sendo extintas.
Sobre o conteúdo editorial e administrativo, Franklin Martins afirmou que a emissora terá independência editorial e administrativa, embora ele reconheça que nem sempre isso é possível. “Existe risco de manipulação tanto na
tv pública quanto na comercial”, observou. A instituição será gerenciada por um
conselho curador, formado por pessoas de reconhecimento público. Os 20 membros do conselho curador serão escolhidos no prazo de 15 dias, previu Martins.
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Orlando Sena, atual secretário de Áudio-visual do Ministério da Cultura e diretor-geral da RBC, declarou que a grade e a linha de programação da emissora serão previamente discutidas com a sociedade, em mecanismos de consulta informais, provavelmente por carta, e-mail, telefone e Internet, mas que serão aprovadas pelo conselho curador da TV Brasil.
Já o conteúdo jornalístico será dirigido pela jornalista Tereza Cruvinel, que adiantou que o conteúdo será a combinação da programação das redes da Radiobrás e TVE. “Mas queremos uma programação horizontal, como se faz na maior parte do mundo, menos concentrada e sim baseado em uma teia de produtores”, diz a futura presidente da TV Brasil.
Inicialmente, a emissora pretende ter diariamente quatro horas de conteúdo regional e quatro horas de produção independente. No futuro, o objetivo é que programações desse tipo ocupem 80% da grade. “A TV comercial tem um papel fundamental na integração nacional, e isso é positivo. No entanto, esse modelo acabou asfixiando as vozes regionais, e é isso que a TV Brasil vai resgatar. Estamos dando um passo adiante, sem demérito do que fazem as redes comerciais”, declarou Franklin Martins.
A sede ficará no Rio de Janeiro mas a central de jornalismo da emissora será instalada em Brasília.