Como a crise econômica afetará o mercado cultural brasileiro? O patrocínio empresarial vai minguar? O público pagante vai fugir dos teatros, concertos e cabarés? O orçamento público diminuirá ainda mais? Não temos resposta para essas perguntas, mas temos motivos de sobra para acreditar que: 1) está na hora de repensarmos a soberania da economia e pensarmos nela como um fenômeno cultural; 2) o setor cultural é um dos mais pujantes e vigorosos do Brasil e está pronto para crescer e se internacionalizar à medida que saibamos dar a ele a devida dimensão pública, social e econômica.
O mercado age sob impulsos comportamentais. Toda a sua teoria é baseada em como estimular e persuadir pessoas ao consumo. Para isso, extrai aos poucos a capacidade subjetiva do ser humano, impondo-lhe, por meio da manipulação dos símbolos, seus modos de vida, o que inclui consumir, consumir, consumir. O nazismo continua sendo a maior fonte de inspiração do marketing. O belo, o bom, o magro, o puro e o bem-sucedido são os grandes referenciais de felicidade impostos por um grupo cada vez menor de pessoas.
Mas quem são essas pessoas, o que essas pessoas têm em comum? O poder de manipular a informação e os símbolos. Com isso, decretar o sentido da vida e da morte. Nada além do que já fizeram no decorrer da história – e ainda fazem, em certo modo, pois não perderam completamente o seu poder – a igreja e os governos.
Bancos, conglomerados de comunicação – inclui-se aí as indústrias audiovisual e fonográfica – e, mais recentemente, as telecomunicações. Com a convergência digital acumularão cada vez mais diante de si esta capacidade.
Pois se a economia como um todo é um dado simbólico, cultural, comportamental, como situar os produtores de conteúdos, pessoas que criam e expressam-se livremente – direito cada vez mais restrito aos cidadãos do mundo? Como um setor que deve ocupar a parte que lhe cabe na dinâmica do marketing? Ou como agentes capazes de alterar e inverter a subordinação da cultura ao mercado, ampliando ainda mais a capacidade e a complexidade desses mercados, refundando uma nova economia, baseada na participação, na democracia e na liberdade?
A política internacional ainda é um caminho de busca de equilíbrio e resistência. A do Brasil, muito bem conduzida por Celso Amorim, conquistou um novo espaço para o país na arena global. A crise abriu-lhe uma oportunidade de consolidar esta posição. Resta-nos saber como irá utilizá-la. Se para manter o status quo, incluindo-se no rol das nações ricas, conduzindo o mundo em benefício próprio, ou se para buscar uma nova lógica de condução das trocas e diálogos entre nações e culturas diversas?
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