Aline Martins Ribeiro é uma das sócias do portal Brazil Cultural Trading (BCT), que pretende levar a cultura e a arte brasileiras para o exterior
Levar a cultura e as artes do Brasil ao mundo. Este é o principal objetivo da Brazil Cultural Trading (BCT), projeto sediado em Minas Gerais que tem como uma das sócias Aline Martins Ribeiro. Ela conta como surgiu a idéia do portal: “A princípio, eu pensava em abrir uma empresa de exportação de café e pedras preciosas. Percebi que havia embutida nesta idéia toda uma tradição histórica e cultural no comércio destes mesmos produtos, e que não havia uma empresa no Brasil que coadunasse comércio e cultura. Daí expandimos a idéia para outros produtos e áreas culturais do Brasil com ênfase na cultura mineira, tais como música, artes plásticas, artesanato, moda, instrumentos musicais e cinema. O principal objetivo é ser um canal de troca e comércio cultural, viabilizando o conhecimento dos produtos brasileiros mundialmente.”
A relação entre antre arte e turismo, segundo Aline, é incitada pelo projeto não somente como maneira de resgatar a cultura de nossos ancestrais, como para promover a arte contemporânea mineira e brasileira, “reverenciando o passado de nossa arte e projetando o futuro de nossos artistas”.
Ela explica que o reconhecimento de um espaço turístico não se circunscreve apenas ao seu potencial de lazer. “Prazer e conhecimento seguem lado a lado no desbravamento de um país como o Brasil”. E dá um exemplo: “Estamos participando de um projeto de ampliação do potencial turístico da estrada real por entendermos que este é um local que reúne potenciais de entretenimento e iconografia cultural e artística. A geografia brasileira está diretamente relacionada à sua história artística e cultural. Portanto , há uma clara junção entre arte, cultura e história.O portal deseja justamente evidenciar esta confluência.”
Apesar de o Brasil possuir uma das maiores riquezas culturais do mundo, ainda explora pouco a exportação de seus bens e produtos culturais. Aline (que é graduada em Comércio Exterior) dá sua visão a respeito: “O Brasil só começou a investir maciçamente em exportação após a política de abertura econômica do plano Collor. Gradativamente, esta política será estendida à cultura. O brazilcultraltrading.com tem por proposta incitar o aumento da velocidade deste processo.”
E quais os caminhos para a cultura brasileira ser mais trabalhada enquanto produto de exportação? “Do ponto de vista da administração federal e estadual, creio que devam ser criadas mais políticas de desenvolvimento para empreendimentos voltados para exportação cultural. Quanto à iniciativa privada, abrir e ampliar oportunidades para esse potencial.”
Sobre a atuação do Ministério da Cultura nesse aspecto, Aline se mostra satisfeita. “O Minc tem procurado difundir mundialmente as manifestações culturais existentes no Brasil. Acredito nas reais intenções e políticas desenvolvidas ao longo da atual administração e aproveito a oportunidade para parabenizar a iniciativa do Ministro em Bruxelas, durante o mês de janeiro de 2006, frente à União Européia, onde foi feito um pleito para verbas de incentivo aos projetos culturais brasileiros.”
Quanto à atuação governamental em Minas Gerais no que se refere à cultura, ela acredita que a direção das políticas públicas seja acertada. “O que talvez falte é uma velocidade maior na implementação destas estratégias. A cultura mineira precisa basicamente de visibilidade. E este é um dos nosso principais objetivos:dar voz à ela.”
A equipe atual do projeto conta com oito pessoas. Além disso, a BCT vem procurando parceiros e representantes comerciais mundialmente. Em janeiro, Aline esteve na Austrália e na África do sul com esse objetivo.
A partir de março, o site terá uma versão em inglês, mas Aline observa que o portal sofrerá constantes mudanças, “para atender as demandas do mercado e da vida cultural e artística do país”. Como exemplo, a nova atualização disponibilizará um espaço para a publicação de artigos e ensaios que forneçam uma visão crítica das diversas manifestações culturais e artísticas do Brasil e do mundo.
Em breve, a BCT também deve colocar em prática sua primeira produção independente, o Jungle Beat. “É um musical que busca confraternizar o samba, o erudito, o blues, a capoeira, o funk, o rock, ritmos latinos e africanos em uma linguagem universal, transparente, alegre e reflexiva com o intuito de difusão e ampliação da cultura brasileira e latina em outros povos. Para isso, convidamos tradicionais grupos de percussão de Belo Horizonte e Minas Gerais e estamos formando a equipe de músicos e compositores, buscando parcerias com a África do Sul que detêm um grande potencial de exportação musical.” Segundo ela, o projeto promete “ousadia, conteúdo, determinação e desafios para a World Music contemporânea.”
www.brazilculturaltrading.com
André Fonseca