A função da cultura é ser cultura e não salvar o mundo. A função de um Ministério da Cultura é mobilizar seres humanos e mantê-los mobilizados. De que forma? Garantindo e dando subsídios ao povo para expressar-se, manifestar-se através de sua arte e de seus saberes. Se a cultura educa, se ela serve ao social, isso vem no lucro. A função essencial da cultura é manter-nos vivos, pensantes e humanizados. A junção de cultura e mercado é um movimento que não foi gerado pelo povo, mas por uma pequeníssima porção da sociedade que detém o controle da economia. O movimento que nós, povo, temos feito, é de frear esse movimento frenético iniciado pela indústria cultural. (Aressa Rios)

Mundo pleno. Esta era a sensação de quem, como eu, foi testemunha ocular da II Conferência Nacional de Cultura. Estavam ali o ouro e o diamante; o céu e a terra do Brasil do início do século XXI, os Pontos de Cultura e a Cultura Digital, numa consolidação de um processo revolucionário que a cultura brasileira viveu na era Lula, referência no mundo, quando tínhamos, ao longo de grande parte da jornada, Dilma Roussef como Ministra-Chefe da Casa Civil que, assim como o Presidente Lula, participou ativamente daquele processo. No mesmo passo, Gil e Juca, durante os oito anos de uma gestão compartilhada entre partidos de esquerda e sociedade civil organizada, conseguiram uma amálgama dinâmica, um sincronismo complexo e por vezes invisível de um sistema que unia, através da visão plena de Célio Turino com os Pontos de Cultura, a essência da territorialidade geográfica cultural do Brasil.

Mas, ainda ali na II Conferência Nacional de Cultura toda a expansão desse pensamento eclodiu numa invejável ordem missionária do povo do Brasil. A cultura digital era o centro desse processo, ela é que fazia a perfeita transição do Brasil rumo à modernidade, até então, institucionalmente ocupado pela hegemonia das multinacionais.  Esse universo-tempo que integrava diferentes ordens sociais vindas da liberdade proporcionada pela cultura digital nos tirou do velho condicionamento da cultura colonial para, enfim, a cultura do Brasil fazer a ocupação territorial e virtual e nos dar o pleno sentido de cosmos, de nação. E foi com este sentimento que Alfredo Manevy, o então Secretário Executivo do Ministério da Cultura, proferiu uma das palestras mais importantes, quando conclamou a todos os presentes que se unissem no sentido da desburocratização do Estado para que o Ministério da Cultura do Brasil fizesse a fusão entre o cidadão e sua cultura e seu mais importante e legítimo representante.

A abertura da II Conferência Nacional foi uma noite histórica singularizada pelas personalidades mais importantes da política brasileira naquele momento. Lula, o Presidente e Dilma Roussef, a candidata à sucessão e continuidade de todo esse processo histórico que marcou a era Lula.

Tínhamos então a certeza de que Dilma se elegeria e a grande mutação contemporânea promovida pelos relógios digitais que ocupavam as redes sociais estava garantida, ou seja, não teríamos interrupção nas novas ações, relações e nas novas idéias. Sentimos ali que o Brasil-nação estava mais perto não importando a origem de cada um. Todos nós estávamos próximos e sentindo que ao nosso alcance estava a plenitude material e intelectual, próprias do mundo que se instalava de forma intensa naquele revolucionário encontro. Naquela conferência a presença maciça da humanidade brasileira vinda de todos os quadrantes de nossa interpretação multidisciplinar era flagrante.

Aquela erupção de esperanças e bênçãos comoveu todos. Nascia ali uma produção renovada e necessária à proposição e ao exercício de uma nova política cultural. Se a presença de Lula e Dilma enriquecia politicamente aquela experiência, que era a própria cara dos dois principais quadros políticos do Brasil, as condições objetivas vieram da diversidade de um calendário extenso que marcou, sobretudo, o debate nacional sobre as reformas do Direito Autoral e da Lei Rouanet, problemas considerados unanimamente como os grandes fatores de urgência para sairmos do atraso e seguirmos as principais rotas que nos levassem a uma revolução cultural.

Vieram as eleições, o Brasil fervia de esperança no universo da cultura. Esse coração pintava as Avenidas Centrais como uma festa de cidadania marcada por nossas figuras comuns e a força de nossas verdades. E, por este motivo que, lutando apaixonadamente em confiança em toda aquela festa do Brasil tamborzeiro que também presente na conferência, que os nossos anseios expurgaram de vez as principais tribunas políticas do coronelato dos conservadores.

Foi nessa caixeta do divino, do lúdico, do sensorial que o povo brasileiro escreveu a vitória de Dilma Roussef num gostoso balançar de ombros aonde o corpo e a alma se sentiram feitos por mãos que depositaram nas urnas como uma obrigação toda aquela certeza de um Brasil confeccionado por uma gigantesca roda, aonde cabiam crianças, jovens, adultos e idosos. Era este o camafeu que definia todas as danças de etnias diversas que misturavam as divinas identidades para desaguar numa vitória histórica de um povo forte e unido que define a cultura do Brasil.

Pois bem, ainda estávamos orgulhosos e cantando a trilha sonora da vitória derivada de um baile político que a esquerda brasileira deu em Serra e sua política prostituída vinda da era FHC.

Chega a nomeação dos ministros num momento em que os tambores estavam prontos para soar aquele couro esticado pelo fogo construído por um Brasil múltiplo, quando sentimos que aquela comunidade festeira ficou estarrecida com a fria declaração da Ministra da Cultura, Ana de Hollanda logo em sua primeira coletiva.

A nova ministra de forma seca e dura deixou claro que sua gestão seguiria os fundamentos repressivos de um dos órgãos que mais representam a ortodoxia hegemônica, o Ecad. A crise imediatamente se instala no território da cultura para, logo, em um processo rápido ganhar contornos dramáticos num debate nacional.

Está claro que Ana de Hollanda é uma missionária secular do Ecad e que, por intermédio de manobras políticas internas no PT, conseguiu ocupar uma cadeira estratégica para impor as ordens do clero e nos devolver ao processo neocolonial. Agora todos os setores da cultura que haviam saído da marginalidade durante o governo Lula, sobretudo os Pontos de Cultura e a Cultura Digital, voltaram às privações e à imagem de escassez.

Com Ana, o poder dos grupos econômicos está de volta. As ordens superiores do mercado corporativo e da indústria cultural voltaram tonificadas. O que importa agora é o Ministério-empresa, é o dinheiro-cultura, é o império das multinacionais.

A pergunta que está no ar é: o que foi determinante dentro do PT para que o grupo corporativista de Antonio Grassi, que é umbilicalmente ligado ao grupo de gestores e artistas serristas tomasse o Ministério da Cultura? Uma questão que está sendo extremamente debatida.

Ampliemos os limites da criação, desafiemos as barreiras do comodismo, continuemos rompendo velhos tabus, façamos da liberdade criativa, da liberdade de expressão, a grande ferramenta de transformação do nosso país. (Dilma Rousseff na abertura da II CNC )


Bandolinista, compositor e pesquisador.

29Comentários

  • gil lopes, 19 de abril de 2011 @ 6:25 Reply

    A resposta para pergunta do texto é bem simples: a derrota na Cultura. Experimentamos uma flagrante derrota na música, no cinema, na literatura e nas artes cênicas. Nosso conteúdo não circula nos novos meios digitais, vivemos num ambiente de total pirataria, não temos projeto para produção de riquezas.
    Além disso, à parte os emocionantes encontros perpetrados ao longo do governo anterior, nas eleições a candidata Dilma se viu abandonada frente ao meio cultural, totalmente verde ou serrista. A manifestação providencial de grandes nacionais, que existem por isso, é bom que se compreenda, colocou as coisas numa nova dimensão, sobretudo a célebre frase de Chico Buarque se referindo a coragem da candidata ao tratar com poderosos ou não. E foi essa coragem que trouxe Ana Buarque de Holanda para MINC. A Ministra Sangue Bom vem para mudar a agenda, para politizar a Cultura, e de cara começou muito bem, em que pese a viuvez dos que se achavam. Perderam.

  • marcos pardim, 19 de abril de 2011 @ 8:05 Reply

    Fiquemos com isso, então: se não fosse Chico Buarque (a quem considero um genial compositor de música popular brasileira), a Dilma não teria ganho as eleições… Paciência, né? E olha que nem é a primeira vez que leio isso por aqui. Vou acabar acreditando e sair repetindo, feito um mantra… Tanto é bobagem desclassificar nossos artistas consagrados quanto endeusá-los e reputar a eles poderes que não possuem… Quanto ao texto do Carlos Henrique, entendo que o governo Dilma, no campo da Cultura, deve-nos uma explicação (oxalá, plausível) para esse esfoço em querer desprezar o que democraticamente veio sendo construido na gestão do governo Lula. Jogar essa história no lixo, sim, parece ser um jeito de perdermos, sobretudo no que diz respeito ao quesito democrático de participação popular.

  • Raphael Tsavkko, 19 de abril de 2011 @ 22:50 Reply

    A estupidez e a incapacidade de Ana de Hollanda de sair dos anos 70 impressiona. E o PT, infelizmente, parece não ter entendido a piada. Mesmo sem querer, Ana nos faz rir – especialmente de desespero.

    A Ministra da Cultura falar em inclusão, ao mesmo tempo em que louva a indústria cultural (ela não consegue superar a indústria), é o mesmo que o Azeredo falar em liberdade. Simplesmente não combina.

    Sua idéia de inclusão é a mesma que as grandes gravadoras tem: Vamos patrocinar shows do Luan Santana achando que é cultura ou da Ivete Sangalo… Ou melhor, vamos dar milhões pra um blog da Maria Bethânia e achar que, agora sim, a “cultura” irá se espalhar pelo país.

    Não estou dizendo que os dois primeiros refugos artistas da lista não promovam ou sejam parte do que chamamos de cultura, mas sim que já há muito a “cultura” tem se resumido a eles e semelhantes. Tem se resumido a mega eventos de quem está longe de precisar de qualquer incentivo. Abandona-se o local, o tradicional e mesmo o original em troca do puramente midiático e supervalorizado.

    Com o Vale Cultura, idéia inicialmente boa, a ministra deve esperar que quem ganha Bolsa Família compre um CD – no máximo, ainda faltando um pouco pra “inteirar”, dois – da EMI ou da Sony todo mês. Não há qualquer iniciativa para fomento de cultura popular, de cultura genuinamente local, apenas incentivo aos que já tem dinheiro suficiente e capacidade para captá-lo sem necessidade de incentivo fiscal algum.

    Privilegia-se eternamente a indústria e seus protegidos. A indústria que muitas vezes fabrica o artista e ao mesmo tempo o anula, impondo contratos que limitam a mínima capacidade criativa (dos que chegam a ter alguma).

    Para Ana de Hollanda, incentivar cultura é dar ainda mais espaço pra artista que está todo domingo no Faustão. É vender ingresso de blockbuster, é financiar a indústria cultural, achando que isto significa incentivar a cultura. E está errada.

    sss://tsavkko.blogspot.com/2011/04/ana-de-hollanda-voce-esta-fazendo-isto.html

  • Bruno Cava, 19 de abril de 2011 @ 23:42 Reply

    Pelo menos a via crúcis produzida por Ana de Hollanda e seus medalhões adestrados está chegando ao fim.

    Soube de pelo menos duas fontes confiáveis que a equipe só não saiu para não pegar tão mal trocar tão cedo no governo, mas a turminha do ECAD cai na primeira reforma ministerial.

  • gil lopes, 20 de abril de 2011 @ 4:36 Reply

    Por que não endeusá-los, que perigo corremos em endeusá-los? Porque não lhes dar poder? A quem devemos dar poder? Porque negá-los aos nossos grandes artistas? Quantas vezes foram eles que trouxeram de volta a sensatez, quantas vezes mediaram o bom senso nacional? Temos que endeusá-los sim, são nossa mais completa tradução, nossa tradição, sem medo de ser feliz.
    Chico Buarque de Holanda, irmão da Ministra Sangue Bom, Ana, não ganhou as eleições para a candidata Dilma, mas foi decisivo com sua participação representando o setor e ambiente cultural do Brasil no período eleitoral. Não há pesquisas que revelem a força dessa participação ou a falta dela. O que experimentamos foi um vento bom num momento difícil da campanha, uma força estranha que se levantou vinda do ambiente cultural que para o brasileiro tem significado. Nossos grandes artistas ocupam no imaginário popular um lugar de destaque, de endeusamento, vem de lá o endeusamento, da sabedoria popular, o povão brasileiro sabe da generosidade e do comprometimento de seus grandes artistas e devolve esse amor e seu endeusamento. O vazio político, a falta da democracia, entre outros fatores contribuiu para essa relação dos brasileiros e seus artistas. Com uma eleição decidida meio a meio, quanto vale esse apoiamento? Precisamos de Ministérios comprometidos com o governo e para isso precisam produzir resultados para os brasileiros. O MINC não produziu, ao contrário, foi velada ou expressamente de oposição. O ex ministro Gilberto Gil saiu em tour pelo exterior, legítimamente, na hora da eleição e seu apoio tímido não teve repercussão, bem como do ministro em exercício, que foi verde mas que seria outra coisa, enfim…O Minc preferia eleger Marina, que tal? Quem na Cultura quis eleger Dilma? E a resposta da Dilma foi absolutamente natural, mudar o MINC. À parte a inegável derrota cultura a que o país está submetido: na música, nas artes cênicas, na literatura, no cinema e na circulação pirata nos novos meios.

  • Carlos Henrique Machado, 21 de abril de 2011 @ 20:56 Reply

    Não consigo deixar de me irritar com as sonsas declarações de Ana de Hollanda. Uma Ministra da Cultura do Brasil que é um verdadeiro monumento de arrogância e desfaçatez. Não há uma só vez em que a Ministra não mostre em suas declarações a concreta falta de substância. Seu entendimento sobre cultura é tão amplo quanto um grão de mostarda. Por isso seu nome está marcado, em apenas cem dias, como a Ministra mais criticada da história da república.

    A verdade é que a cultura brasileira merecia mais respeito intelectual. Essa negligência no entendimento da cultura de um país é que gera esse tipo de ornitorrinco em que se transformou o MinC. Todos sabiam que Antonio Grassi é uma espécie de tigre das trapalhadas. E agora o que vemos ser publicado nos jornais? A mesma paisagem de Grassi e Ana de Hollanda quando estiveram à frente da Funarte que desembocou na exoneração dos dois ainda no primeiro mandato de Lula.

    Ana de Hollanda, absolutamente insandecida,em defesa do ECAD, desaparece com a consulta pública já feita por seus antecessores, Gil e Juca, durante seis anos sobre reforma LDA e dá um golpe na sociedade com a nova consulta, agora feita por email ou por carta. Isso é um deboche com a democracia brasileira, pior, a Ministra quer distância dos outros ministérios, isso dito por ela própria. Está aí um MinC à deriva enfiado até o pescoço numa areia movediça que, quanto mais a Ministra e seu fiel escudeiro, Grassi, se mexem, mas se afundam politicamente. Ouçam a entrevista de Idelber Avelar neste link abaixo para entenderem a extensão desta crise que não é somente de um “grupinho de garotada” que sonsamente Ana classifica todas as as criticas a seus absurdos.

    A intrevista de Idelber é bem clara sobre este momento politico da cultura que o MinC Ana representa.

    sss://soundcloud.com/fernandohleme/entrevista_idelber_pol-tica

  • gil lopes, 23 de abril de 2011 @ 8:20 Reply

    A tal cultura antropológica deixou o legado que está aí, o mercado inteiramente dominado pelo conteúdo estrangeiro e importado. Sob o lema de vamos dar acesso a todos, o todos virou deles. O PT realmente não teve política cultural a oferecer e o PV com o PCdoB foram responsáveis pelo panorama que hoje experimentamos. Então precisa mudar mesmo.
    A flexibilização dos direitos autorais se choca com a perspectiva de produzir riquezas nos novos meios de circulação, relegando o conteúdo nacional a lixo, impedindo sua capacitação e investimento. Tomar o poder na Cultura significa impedir a continuidade dessas anti políticas culturais que ampliam nossa dependência e arrasam com o conteúdo nacional.
    Não existe maneira de enquadrar política cultural que não seja a de fomentar as possibilidades de coexistência entre os conteúdos. Isso necessariamente significa privilegiar e criar vantagens internas para o conteúdo nacional, como é lógico. Somos um país continental, um mix impressionante de manifestações e história, miscigenado, temos cultura própria e precisamos afirmá-la para afirmar o país.
    Quanto aos históricos de todas as discussões, foram colocados diretamente para as pessoas na CAMPANHA ELEITORAL, foi nela que se viu onde estava o MINC e seus seis anos de governo, foi ali que se viu o legado JUCAGIL, foi na campanha que Dilma pode experimentar o era o MINC do Lula. Resultado, mudar tudo evidentemente, continuar aquilo seria um contra senso, a Cultura não quis eleger Dilma, quis Marina ou Serra, simples assim.
    A posição oficial está tomada, Dilma escolheu Ana, Sangue Bom de Holanda para ser a Ministra,não há contradições. A luta política continua, como na campanha, quem perdeu não aceita, faz parte da democracia.

  • Carlos Henrique Machado, 23 de abril de 2011 @ 18:30 Reply

    A avaliação de que a cultura realmente é o ponto estratégico. E se a esquerda brasileira sempre teve uma enorme dificuldade em entender isso, a direita nunca cochilou neste quesito. Por isso monopolizou a informação, assumiu as cadeiras estratégicas do Estado e ocupou todos os espaços com a indústria cultural.

    Durante a ditadura a censura ao teatro, à música e etc., deixava claro que a direita nunca deu nenhuma fresta para que os sentimentos da sociedade e suas próprias reflexões baseadas em nossas realidades tomassem corpo institucional. A cultura no Brasil sempre teve, no mínimo, a sua liberdade vigiada. E a esquerda neste sentido sempre comeu mosca, pois trata a cultura como algo contemplativo e, em alguns casos, aceitou com bastante entusiasmo o conceito de cultura regenerativa, dócil e servil à hierarquia oligárquica.

    Agora mesmo acabamos de assistir a um espetáculo de soberba, arrogância e necessidade de domínio de Roberto Minczuk na OSB. E aí vamos puxando a fieira de quem ele é discípulo, de Neschling da OSESP que tem FHC como presidente de honra e que tinha Sayad como secretário de cultura e Serra como governador. Este é só um dos muitos perfís de um sistema com um único cérebro. Por isso a Lei Rouanet começa em Collor e se fortalece na era FHC. Por isso o Ecad nasce na ditadura e vira lei na era FHC. Por isso o AI-5 Digital de Azeredo é a política central de Antonio Grassi que, após ser exonerado junto com Ana de Hollanda no governo Lula, vira homem de confiança do governo de Aécio durante quatro anos, o PT cochila e Grassi assume a pasta do MinC, colocando Ana de Hollanda como marionete para ele seguir toda a cartilha neoliberal escrita pelos tucanos que tinham sofrido baixas no governo Lula com a chegada dos pontos de cultura, com o Creative Commons, com a SID (Secretaria da Identidade e Diversidade), com a cultura digital, além de outras ações integradas, sem falar nas reformas da LDA e da Lei Rouanet.

    Grassi é um cavalo de troia do PSDB plantando no governo de Dilma. Como o PT vai lidar com isso agora? Não sei, mas que Grassi é o homem que está aí para destruir as bases sociais construidas nos últimos oito anos através do MinC do governo Lula, disso não tenho a menor dúvida. Na verdade a esquerda brasileira nunca se preocupou em estudar os caminhos através das políticas culturais que sempre fortaleceram o poder da direita.

    Essa febre de fundações e institutos privados é o elefante de ouro da era FHC. No entanto, a esquerda parece adormecida com a estrutura monstruosa que o poder hegemônico construiu.

    A cultura é mesmo a grande questão estratégica que a esquerda terá que tratar e com a máxima urgência antes que Grassi consiga destruir e desmobilizar toda a base social para tirar do caminho a sociedade participativa e entregar de bandeja a Aécio um território dominado e sem conflitos para que ele possa surfar nesse ponto nevrálgico da vida nacional.

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  • Márcio Cubiak, 23 de abril de 2011 @ 23:13 Reply

    Bem a calhar. Resume minha indignação. A nomeação mais inexplicável de todas. Um guinada numa política pública que, no somatório, foi mais avanços e conquistas. Hasta la vista Ana!

  • JC Lobo, 24 de abril de 2011 @ 11:55 Reply

    Acho completamente improvável que a Dilma tenha deliberadamente escolhido a Ana para promover uma ruptura com a política cultural anterior. A aprovação do PNC em dezembro teria sinalizado uma mudança, e isso não aconteceu. Me parece que a discussão se resumiu a escolher um nome que desse um bom marketing. Depois de algumas declarações e atos politicamente desastrados é que a coisa desandou. Ficou evidente que era só o projeto de poder de um grupo, não uma política pra cultura. Aliás, tenho lido por aí petistas de degladiando sobre essa ausência de um projeto claro. Diante do vazio conceitual, ganhadores e perdedores se batem pra fazer valer seus interesses no MINC. Só isso.
    Sobre o problema da incipiente economia da cultura, só o mercado interno salva. A oligopolização das big ten, depois big six, agora big four, matou a aliança possível entre a grande indùstria e o conteudo nacional na área da música. Os monopólios da cultura é o que inviabiliza, não a pirataria e o P2P (que sofremos igual ao mundo todo). a desregulação do Estado, só fez isso piorar (fim de embrafilme, CNDA, concine, mesmo com todos os problemas que tinham).
    O único monopólio que aturo é o do petróleo, por razões geopolíticas. No mais, eles são nocivos, daninhos. Sou ABMI e MPBaixar contra ABPD, uma nova embra contra MPAA, editais do FNC contra Rouanet, fim do monopólio do ECAD (não o seu fim, que seria besteira). Sem exageros, mas se queremos democratizar a cultura e dinamizar a economia da cultura, isso não será alimentando “rent-seekings”(como dizem o norteamericanos). Concorrencia não faz mal a ninguém, só favorece a sociedade.
    Em vez de discutir nomes, que nos leva a xingamentos e ofensas que não dão em nada, que tal debater o PNC, ponto a ponto?

  • gil lopes, 24 de abril de 2011 @ 15:13 Reply

    A aliança é possível, mas num ambiente sem pirataria. A indústria da música já escolheu o caminho, virtual. Enquanto não houver base sólida para montá-lo, a indústria continua trabalhando, sem o produto nacional, que mingua, perde valor, desaparece. Estamos vendo exatamente isso, o mercado de shows que seria o apanágio para a ausência da comercialização da música industrial virou isso que está aí, um maná para os importados, que fazem fila, enchem estádios, batem recordes, na nossa lata…só uma música circula e tem resultados. Como mudar isso? Pelo avanço tecnológico. Aparelhando nossa música para coexistir nos novos meios, produzindo riqueza. Isso há de interessar uma nova aliança, que trará junto o produto estrangero, mas com meios equivalentes nosso conteúdo prospera e domina, já vimos isso. Depois disso vamos nos organizar para o mercado de shows e todos os outros, para a música na novela e na propaganda…mas temos um novo dever de casa que ou fazemos, ou vamos ficar chupando o dedo, ou sentados choramingando o capitalismo. A aliança com o capital internacional é possível, mas noutras bases, a que está aí é uma vergonha.
    A Dilma realmente deve ser o que? Ela não sabe de nada, quis fazer propaganda ( com a eleição ganha), foi só o sangue bom da Ministra que contou, ela nem sabia nada de política cultural…conta outra, ou se liga!

  • JC Lobo, 25 de abril de 2011 @ 19:32 Reply

    Bem, num debate democrático, deboches nunca são merecedores de réplicas. Mas, como o C&M é aberto a muitos leitores, aproveito pra compartilhar algumas fontes que nos ajudam a refletir sobre a complexidade do que se passa, mais além da defesa interesses meramente particulares (ainda que dissimulados)e exortações e adjetivações vazias. Creio que muitos aqui já devem ter tido acesso e essas fontes, mas aí vai de qualquer jeito:
    – a entrevista do Idelber, um pouco longa, com umas interrupções chatas, mas bem interessante:
    sss://www.paracatuzum.com.br/2011/04/entrevista-idelber-avelar-sem-as-interrupcoes/

    – um artigo polêmico, que acabou de sair do forno: sss://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17721

  • Astrid Fonseca, 25 de abril de 2011 @ 20:06 Reply

    Esse Gil é um grosseiro que só sabe ficar rotulando e desqualificando os outros. A gestão do MINC Gil/JUca deu certo pela amplitude; que é isso? ficar falando que era PV PCdoB, pura mentira, a maioria da gestão era composta de gente do PT e muitos sem partido. Quanto ao PCdoB, a Ancine, tudo bem, dá pra dizer que era o PCdoB quem dava as cartas (e nem eram muito boas pois esse Manoel Rangel não passa de um burocrata que de comunista não tem nada), mas dizer que o Célio Turino agiu como alguém de partido, de jeito nenhum. O Célio Turino é a maior revelação em política pública no Brasil, só comparavel ao Mário de Andrade; sua criação, os Pontos de Cultura é exemplo para o mundo. Até admito que ele sim é um comunista de verdade, mas de modo algum um partidarista, tanto que o PCdoB nem o indicou para voltar ao MINC, talvez por sua postura ampla e generosa. Pare de rotular e atacar sem fundamento, seja menos invejoso.
    É Gil, aprenda a debater com substância, vamos entrar no conteúdo. Responda, onde na proposta da revisão dos Direitos Autorais há algum artigo que ameaça o direito do autor? E quanto à fiscalização do ECAD, vc é a favor que continue esta bandalheira, sem nenhuma regulação? Do que o ECAD tem medo, se age direito, qual o problema de ser fiscalizado? E os quatros meses de gestão da ministra, o que surgiu de bom até agora, qual proposta, qual conceito, quais atitudes? O que a FUNARTE do Grassi está apresentando de novo? E a Marta Porto, que nem nomeada foi e só tem feito destruir o programa Cultura Viva? Quanto aos outros da equipe da ministra, nem sei o nome, de tão inexpressivos.

    Astrid

  • Carlos Henrique Machado, 26 de abril de 2011 @ 8:46 Reply

    Aqui temos uma bela materia de Pablo Ortellado

    sss://www.gpopai.org/ortellado/2011/04/revisao-da-revisao-governo-de-continuidade/

    Revisão da revisão: governo de continuidade?

    Depois de sinalizações, o Ministério da Cultura finalmente se mexeu e no sentido que se temia. Ele vai pegar o texto da reforma da lei de direito autoral e submetê-lo a nova consulta pública, sem transparência, para poder adequá-lo às exigências da indústria que tem apoiado o novo MinC. As mudanças, todos já sabem quais serão: redução das limitações que permitem usos livres das obras, fim da supervisão pública das associações de gestão coletiva (como o ECAD), fim da regra regularizando as fotocópias e redução dos mecanismos que protegem os autores dos abusos dos intermediários.

    As ridículas regras desta nova consulta estão aqui: sss://www.cultura.gov.br/site/2011/04/20/ultima-fase-da-revisao-da-lda/

    Gostaria que o MinC respondesse às cinco questões abaixo que toda a sociedade civil de interesse público está fazendo:

    1) Por que todo o processo de consulta está sendo refeito? Quais são os elementos que indicam que o texto ainda está imaturo ou que não é consensual? Os pontos que são polêmicos vão deixar de ser polêmicos com mais 40 dias de discussão? Se permanecerão polêmicos, então o objetivo não é forjar o consenso, mas mudar a solução para o impasse – isto é, ao invés de dar continuidade, busca reverter a orientação política da reforma proposta no governo Lula.

    2) O que será feito de todas as contribuições enviadas no primeiro processo de consulta pública? Deverão ser submetidas novamente para serem levadas em conta neste novo processo? Há expectativa de que haverá posições nesta consulta que não apareceram na primeira? Por acaso surgiram novos atores?

    3) Quais os critérios para selecionar os sete eixos apontados como base para a discussão? Quem os escolheu e por que?

    4) Por que o processo da consulta pública não é aberto? Se a plataforma digital que publiciza as contribuições já está pronta (foi utilizada na primeira consulta), por que o MinC quer esconder quem diz o que?

    5) Por que o processo é feito em formato fechado e proprietário (a exigência é preencher um formulário do Microsoft Word)? Por que o MinC desrespeita o padrão estabelecido pelo e-PING (Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico) do governo federal que determina o uso de padrões abertos?

  • gil lopes, 26 de abril de 2011 @ 15:12 Reply

    A função da cultura é ser cultura e não salvar o mundo, dar certo por amplitude, seja lá o que isso for, é dar errado. O ministério JUCAGIL infelizmente foi um desastre, é só olhar em volta o desastre na cultura nacional. Perdemos em tudo, o nosso conteúdo vale cada vez menos, não circulamos nem produzimos riqueza. O novo ministério Dilma acertou de cara, a ministra Ana Sangue Bom de Holanda contradisse os interesses vigentes na pasta que foi dirigida por 2 ex ministros filiados ao Partido Verde. O Pt no governo Lula não se comprometeu com a Cultura, utilizou a pasta para acertos partidários com base aliada, e o resultado está aí. Precisamos de um MINC comprometido no governo Dilma, até para cobrá-lo a hora da eleição. O MINC na eleição foi anti Dilma. Então é preciso mudar, o país precisa se afirmar com sua Cultura.
    Não há do que invejar, pra onde se olha é um desastre, estamos completamente dominados e iludidos, as políticas anti culturais estabelecidas reproduzem um ambiente surrealista onde o produto importado é subsidiado e ocupa todos os espaços. Ajoelhamos. Ainda estamos na fase de discutir nomes e tecnicalidades. Não acordamos ainda para refletir de fato o buraco que estamos e que para sair dele será preciso mais união, tolerância, experiência em novos caminhos e falta de preconceito. Mas cultura antropológica e flexibilização de direitos autorais já deu, e não deu em nada.

  • Carlos Henrique Machado, 26 de abril de 2011 @ 19:20 Reply

    A INTERNET E A FALÊNCIA DA “ELITE CULTURAL”

    Esta é a grande questão, a música rola na internet e nunca se ouviu tanto a música brasileira quanto hoje. Imagina se a música instrumental brasileira dependesse dos selos multinacionais para ser ouvida! A última gravação feita por um selo desses grandalhões foi na segunda metade do século passado. Ali naquela faixa entre o 78 rotações e o LP.

    Na década de 70, para ouvir uma única rádio tocando uma música instrumental brasileira, tínhamos que ligar o rádio do tio de madrugada para ouvir lá no Japão a nossa música instrumental. Aqui dentro os músicos, pra se apresentarem por conta própria, faziam seus cartazes no mimeógrafo, o cartaz ficava com cheiro de buteco.

    Agora basta digitar no google “música instrumental brasileira” que ouvimos tudo. E que fase exuberante atravessa a música instrumental brasileira! As novas fusões estão encantadoras. As nossas amálgamas já são filhas dos intercursos da internet. O que a catapulta não quer é ficar longe daquele agulhão da radiola. Foi ali que o Ecad parou, na trilha sonora de Selva de Pedra, primeira das vinte versões na Globo. A garotada que anda criando horrores em seus instrumentos hoje, estão sendo filmados por amigos até mesmo em celulares e colocados na rede.

    Os ínstrumentistas brasileiros jamais ganharam um centavo com a venda dos CDs. 90% da produção de CDs hoje no Brasil foi feita por milhares de músicos, cantores, compositores independentes. Há muito tempo a indústria não investe mais nada. Já em 2000 estive conversando com um produtor de uma multinacional e ele me disse que, naquele dia mesmo, os executivos daquele selo haviam mandado retirar dos seus catálogos vários grandes nomes da música brasileira.

    A gente toca por prazer, por paixão pela música. É difícil pra muita gente entender isso, mas a música tem alma, tem afeto, tem memória, tem sensualidade, tem organicidade prória. Portanto, fazeer música nada tem a ver com produação industrial. Olha o tempo da indústria fonográfica e olha a história da música! Imagine isso! Bach, Beethoven e tantos grandes nomes da música universal, depois que morreram e deixaram suas obras-primas para o mundo, trocentos anos depois é que apareceu a indústria e que já morreu faliu, diga-se de passagem. A viúvas é que não aceitam e saem colocando interrogação em tudo.

    A resposta está no download, caiu na rede é peixe. Até porque este será o novo aquário que criará os peixes graúdos que já estão aí zunindo em sua velocidade propagadora enquanto a múmia do Ecad fica aí assombrando a sociedade com seus fantasmas aliados.

    Na verdade, o MinC precisa mesmo é de uma seção de descarrego para se livrar de vez dos ossos do barão.

  • gil lopes, 27 de abril de 2011 @ 13:17 Reply

    Carlos, é uma maravilha mesmo a internet ser uma possibilidade para quem quiser ouvir música instrumental brasileira sem pagar um centavo, é maravilhoso. É lindo também comparar essa experiência com os tempos da Idade Media, com os grandes nomes de muito antigamente que tocavam para seus mecenas, é lindo tudo isso.
    O que não é lindo é o mercado nacional que produz riqueza estar na mão única e exclusivamente da música importada. Enquanto brincamos de ficar ouvindo música pelo computador, há quem fature com isso e não somos nós. Mas faturam o nosso dinheiro, produzem riqueza explorando nosso mercado e não temos meios de competir com isso, aceitamos o mercado grátis, aniquilamos toda possibilidade de reinvestimento, não produzimos um modelo de negócio que possa sustentar nossos filhos. Música aqui será para quem não quiser viver dela, viver dela é prerrogativa somente para “outra” música. Somos incapazes de repetir o sucesso que experimentamos nos anos da circulação material da música, nos novos meios estamos por fora, out.
    Ora bolas, Carlos, pegue vc a enxada e o grilão, não aceitamos esse destino, combateremos.

  • Tito, 27 de abril de 2011 @ 17:06 Reply

    Oi Gil, fazendo um depoimento como músico que sou, eu entendo perfeitamente o Carlos quando ele diz música instrumental não dá um centavo com a venda de CDs, é impossível viver através da venda de CDs nesse estilo. Mas, assim como outros músicos eu tenho disponibilizado minhas músicas gratuitamente, e o que ganho com isso? Mais pessoas frequentam meus shows, mais pessoas compram o CD alí no show, mesmo tendo baixado antes pelo computador, posso afirmar que comecei a ganhar mais a partir do momento em que distribui minhas músicas gratuitamente, tenho ganhado mais visibilidade e isso impacta favoravelmente na questão financeira. A distribuição gratuita de forma estratégica já é muito utilizada lá fora, cada vez mais músicos independentes vão aderindo ou seja, não é só comigo, não é só um caso isolado. Ja começo a negociar a sincronização diretamente sem intermediários lá fora, e confesso que não vejo a hora de fazer isso no Brasil.

  • gil lopes, 27 de abril de 2011 @ 20:31 Reply

    Prezado Tito , nós sabemos que um camelô virou magnata, o Silvio…mas não sabemos de outro…infelizmente náo é só a música instrumental que não vende Cd, ninguém mais vende Cd, a velha ordem está aniquilada, vivemos sob o império da baixaria, da circulação de arquivos sem enviam cobrança de direitos. O que faz uma pessoa pagar por uma música e não por outra é questão para análise, o que faz alguém preferir dar de graça seu trabalho também. O que não podemos aceitar é não dispormos de meios de cobrar para quem prefere vender seu trabalho. Quem acha que deve disponibilizar gratuitamente, bem feito. Mas e os que querem fazer negócio? Por que somos incapazes de protegê-Los?
    O mercado de shows no Brasil é muito grande, corresponde ao poder da nossa música e a musicalidade desenvolvida do nosso povo. O que estamos vendo é a ocupação do nosso mercado pelo produto importado sem que tenhamos hipóteses de fazer frente a isso. As capacidades econômicas da música nacional simplesmente cessaram, não dispomos de meios de investimento e reprodução…mas sempre haverá exceções, sempre haverá a marginalidade, o que ocorre à margem, os nanicos…mas temos um Gigante imenso nos esperamos, temos que fazer frente a isso, temos que ter respostas para o Gigante…mas bacana Tito, que bom que vc está respirando…bons suspiros.

  • Carlos Henrique Machado, 27 de abril de 2011 @ 20:49 Reply

    Isso Tito!
    Essas formas de economia que não são captadas pelas estatisticas oficiais, movem não só o universo cultural mas, sobretudo, o pensamento.Porque são mais livres e consequentemente mais criticas.

  • Tito, 28 de abril de 2011 @ 6:26 Reply

    Pois é Gil voce mesmo disse “O que não podemos aceitar é Não dispormos de meios de cobrar para quem prefere vender seu trabalho.” entao vejamos o ITunes esta vendendo muita musica e Cd existem ótimos serviços de stream tb como Grooveshark , Amazon etc. Ou seja nos EUA nós musicos temos boas opções para vender nossos produtos e o americanos tem tecnologia disponível para comprar e porque essa tecnologia nao esta disponível para nós brasileiros? Porque nossas leis sao atrasadas, nao permite uma flexibilidade como em outros países, não entende a nova dinâmica de mercado e distribuição de conteudo. Portanto a pirataria e alta aqui no Brasil também por falta de opção, são milhões de possíveis vendas através de ferramentas legais que funcionam lá fora que não temos aqui me parece que essa dinâmica que a Ministra nao entende, ela esta presa no mercado musical dos anos 80.

  • Carlos Henrique Machado, 28 de abril de 2011 @ 9:49 Reply

    Do Blog do Zé Dirceu.

    A urgência de uma agenda digital para o país
    Publicado em 27-Abr-2011

    sss://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&&id=11875&Itemid=2

    Brasil precisa construir e implantar sua pauta neste setor…

    Os desafios para a elaboração de uma agenda digital nacional e sua inegável urgência para o desenvolvimento e o salto tecnológico do nosso país são temas da excelente reportagem “O país precisa de uma agenda digital”, publicada na edição deste mês da revista ARede.

    A reportagem é um verdadeiro alerta sobre a necessidade desta agenda digital que garanta a continuidade das políticas públicas elaboradas durante a gestão Lula nesta área, além da construção e implantação de novas ações para o setor.

    A pauta digital, como bem explica a matéria, engloba várias frentes e é uma questão fundamental para o desenvolvimento do nosso país. Ela passa, dentre outros pontos, pela construção de uma infraestrutura nacional de banda larga; a convergência da comunicação eletrônica de massa; o marco civil da Internet; a produção do conteúdo digital enquanto pauta econômica e de desenvolvimento; a garantia do acesso público à rede; e a formação de seus gestores.

    A reportagem traz depoimentos e análises de especialistas na área. Além de informações sobre as ações do governo Dilma para o setor, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e várias iniciativas que começaram na gestão Lula e agora ganham corpo orgânico, “embora ainda falte muita articulação para que se transformem em políticas de Estado”, conclui a reportagem.

    Não deixem de ler e comentar aqui no blog a matéria “O país precisa de uma agenda digital” da revista ARede. (Leia mais)

    sss://www.arede.inf.br/inclusao/edicoes-anteriores/177-edicao-no-68-abril2011/4075-capa

  • gil lopes, 28 de abril de 2011 @ 12:33 Reply

    Vc tem razão Tito em quase tudo. Estamos de fato defasados e assumimos a pirataria, não temos opções, não protegemos o conteúdo nos novos meios e assim, não produzimos riquezas com eles. Nesse ambiente só o importado tem vez e isso acaba se reproduzindo no meio real, nos shows, em toda cultura. Só uma cultura se desenvolve e faz riqueza e não participamos, apenas com as plateias e o consumo.
    Precisamos defender os direitos de quem quer vender seus produtos pela Internet, precisamos desenvolver a plataforma para circulação de música paga e para isso precisamos de leis e educação, precisamos empreender comportamentos civilizados na nossa Internet. O mundo inteiro gradativamente vai percebendo as perdas impostas pela falta de modelo que garanta a circulação de conteúdos, além do anglo americano. A adoção de medidas que imponham a circulação legal e remunerada recolocará todos os conteúdos em competição. No nosso mercado temos experiência, a música brasileira em competição tende a hegemonia. Lá fora eles se defendem, mas mesmo assim a nossa música entra. Portanto, é olhar pra frente e caminhar.
    A Ministra Sangue Bom Ana Buarque de Holanda tem todas as condições para caminhar nessa direção, e aliás, ela vai caminhar para essa direção, observemos.

  • Carlos Henrique Machado, 28 de abril de 2011 @ 15:31 Reply

    Olha isso Gil!

    MinC autoriza R$ 10 milhões para Disney On Ice, Blue Man, Revelação e Timbalada
    sss://www.facebook.com/l.php?u=sss%3A%2F%2Fwww.jb.com.br%2F&h=b227f
    Depois do polêmico blog da cantora Maria Bethânia, que teve autorização do Ministério da Cultura (MinC)para captar de R$ 1,3 milhão, o MinC divulgou esta semana a listagem com novos artistas beneficiados pela Lei Rouanet – que viabiliza captação de recursos via renúncia fiscal.

    Mas vc Gil acredita que só isso tem que mudar na Lei Rouanet. Ou seja, toda aquela sacanagem que envolve manobras tributárias, sustentação de elefantes brancos como Itaú cultural e cia. com dinheiro público pode, só nao vale beijo na boca.

    Ana tenta soprar o clarim do primeiro império. Isso é denunciador e acaba por caricaturar a rainha do Ecad, porque não se faz política apenas com sorrisos e pulinhos pra lá e pra cá para se safar das patacoadas que diz. Ana está no ritmo do carroceiro, enquanto o Brasil já está no trem-bala, Gil.

    Lula fez o Brasil crescer com liberdade, sem guardar freios na internet. É a incultura, a falta de independência, o estigma que colocou Ana em cima do telhado. Ana conta a fábula do galo e tem muita gente que comprou essa pérola sem dominar o tema. E aí, é aquela máxima, ouve o galo cantar e não sabe aonde. Essa paspalhice da cultura enricada de casca grossa é que tem um sorriso de orelha a orelha para os domínios estrangeiros que exclamam um direito autoral que lhes pertence. Grande parte dessa grana vai lá pra fora e de forma amável.

    É esta a missão científica da ministra sangue bom, Gil? Os trogloditas do Ecad estão agora em plena nudez de suas picaretagens pedindo penico aos deputados pelo ambiente hostil que estão encontrando na sociedade. A interventora-chefe, lembra? A heroína do Ecad, Glória Braga veio aqui mostrar suas armas de guerreira grifando palavras contra mim de uma moral que o Ecad nunca teve e nunca terá.

    Não dá Gil. A velocidade da informação na internet só cresce, e é nessa batida que temos que caminhar. O grande espetáculo agora é esse. A cultura brasileira tem que sair desse lugar aonde só moram corujas e morcegos. O sol da internet anuncia uma outra aurora. Só precisamos ter olhos para ver como o nosso próprio ar anda circulante dentro da rede.

  • Tito, 29 de abril de 2011 @ 15:33 Reply

    Correto, parece que nós só discordamos em relação ao potencial da Ministra. Pra mim é uma situação um tanto complicada pois embora tenha minha opinião sobre ela eu torço para que vc tenha razão e não eu. Na minha opinião ela tem se posicionado ao contrário do que você pensa mas vamos observar os próximos capítulos. Para avançarmos no debate por favor deixe mais claro para mim as causas da vantagem do conteúdo estrangeiro em relação ao nacional, você acha que a pirataria é uma caausa disso? Abs

  • Sergio Antunes, 29 de abril de 2011 @ 20:51 Reply

    A Ministra Ana de Hollanda vem demonstrando grande competência e firmeza.
    É natural que aqueles que tiveram seus interesses contrariados reclamem. Mas que queiram fazer crer que representam a maioria do povo brasileiro em suas críticas às ações ministeriais, isso já virou piada.
    Porque apresentam argumentos pífios e falsos e no mais só injuriam e caluniam a Ministra, no afã de descontruir a sua imagem de profissional séria e competente,de pessoa digna e correta.
    Um papel triste estão fazendo esses irados detratores da nova gestão no MinC. Falta-lhes um mínimo de maturidade e humildade. Se acham. E com isso, estão se perdendo cada dia mais.
    Certamente irão até 2014 vociferando e esperneando. O que é do gosto, regalo da vida.

  • gil lopes, 30 de abril de 2011 @ 4:26 Reply

    Carlos, eu tenho um ponto, uma reflexão sobre o subsídio para a Cultura e tenho manifestado: o conteúdo nacional deve ser priorizado de alguma forma nesta questão. Ponto, é a minha contribuição para o debate. Outras questões, sacanagens, etc.não estão no meu repertório, há quem se ocupe. É hora, diante do ambiente pra lá de carroça que convivemos, de se ter critério para incentivar, sobretudo na Cultura.

    As vantagens do conteúdo importado além dos custos já absorvidos, são basicamente o câmbio favorável e a midia globalizada, acrescentar incentivo fiscal é criar meios imbatíveis de competição na captação de recursos. Temos que avaliar melhor.

    Esse legado da lei rouanet precisa ser corrigido. Minhas expectativas com o governo Dilma não são diferentes da maioria dos brasileiros e isso passa por valorizar as escolhas feitas. A ministra Ana deve ser saudada e ajudada a transformar o ambiente da cultura que depõe muito mal neste momento. A crise que se pretende instaurar ao redor dela nada mais é do que a expressão da mediocridade que nos trouxe até aqui dessa maneira, derrotados na literatura, na música, no cinema e nas artes cênicas, sem orquestras nem bailados, com nosso conteúdo valendo cada vez menos e sem circulação que produza riqueza nos novos meios. É uma opiniáo.

  • Sergio Antunes, 30 de abril de 2011 @ 16:57 Reply

    Caro Gil Lopes
    Concordo inteiramente com as suas opiniões e, sinceramente? Pelo menos aqui na cidade do Rio de Janeiro, nos meios interessados em arte e cultura,em todas as áreas e campos, a gestão da Ministra Ana de Hollanda está a merecer a maior confiança e apoio.
    Ela se opôs ao aventureirismo, ao aparelhamento, às “mudernidades” que vêm despossuindo a nós, o povo brasileiro, de nossos próprios valores culturais, deixando-nos inermes diante de tanta valorização de superficialidades alienígenas.
    Cerremos fileiras com os novos rumos e tempos promissores para o resgate de nossas melhores tradições culturais,com inovações e avanços
    que não nos descaracterizem.

  • Bergamini, 9 de maio de 2011 @ 10:32 Reply

    Cultura é, entre outras coisas, integração. O fato de a ministra não querer diálogo com outros ministérios e, como dito pelo autor em um de seus comentários, zombar da democracia com consultas ridículas à parcela da população que se interessa pela política cultural, evidencia o surgimento de um novo coronelismo, velado ou não, no setor cultural.
    A integração deve existir, sobretudo entre os ministérios que são diretamente simpáticos ao da Cultura. Os da economia e políticas sociais devem também dialogar a fim de que objetivos concretos sejam estabelecidos para o desenvolvimento do país e valorização da produção simbólica nacional, que muito alavanca nossa imagem em território estrangeiro. Mas, por favor, sem estereótipos de verde e amarelo! Nossa riqueza vai além disso.
    A política cultural deve ir além do Ecad, deve ultrapassar o incentivo àquilo que já é reconhecido. O Brasil ia em rumos promissores com Gil e Juca; agora, estamos evidenciando uma estagnação ou retrocesso. Ainda leva um tempo pra saber os efeitos previsíveis disso. Resta saber o que, de fato, faremos – e sobretudo o que fará Dilma – sobre a questão.

    #FronteirasSP

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