A ministra Ana de Hollanda falou neste domingo (6/3), no sambódromo do Rio de Janeiro, que pretende apresentar novo projeto de lei para regular os direitos autorais no país, mas que ainda pretende ouvir opiniões da sociedade civil.

Ela disse que a proposta elaborada durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é conhecida e por isso foi devolvida pela Casa Civil para o Ministério da Cultura. “A equipe vai ler a lei ainda em vigor, vai ler esse projeto de lei que ninguém conhece e vai ouvir todas as demandas que existem em relação a direitos autorais. Não posso endossar uma proposta que ninguém conhece. O trabalho tem de ser terminado, tem muito questionamento sobre o assunto. Não vou endossar uma proposta sem que haja um mínimo de consenso”, disse a ministra.

*Com informações da Folha Online e do Estadao.com


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3Comentários

  • Luiz Dantas, 8 de março de 2011 @ 21:07 Reply

    De que adiante largar seu trabalho, família, lazer para participar de conferências,debates, discussões, se vai tudo depender dos políticos, de acordo com suas convicções e/ou interesses, sem levar em conta a vontade co Povo.

    A onde está a continuidade das políticas públicas de cultura ?

  • Aline, 13 de março de 2011 @ 15:05 Reply

    Caro Luiz Dantas
    De que adianta mandar para o Congresso um projeto que é desconhecido pela maioria dos produtores culturais e dos brasileiros e brasileiras?
    Tanho dois amigos que são compositores e músicos de certo renome, outro que é conhecido artista plástico aqui no RJ e ambos desconheciam esse projeto que teria sido elaborado no governo passado sob os auspícios do MinC.
    Trata-se agora de ouvir quem não foi ouvido,de se chegar a consensos com ampla participação de toda sociedade.
    Isso é o justo e o correto.
    Se vc participou de reuniões, ótimo. Suas idéias já foram ouvidas. Agora trata-se de ouvir a maioria que não foi ouvida.
    Mas não vamos nos esquecer, que quem decide alterações de leis é o Congresso. Que realiza seus próprios estudos sobre cada projeto e tem o costume de ouvir a sociedade de novo. Democracia é isso aí!

  • Carlos Henrique Machado, 13 de março de 2011 @ 22:52 Reply

    Vejam matéria publicada lá atrás em junho do ano passado, sobre a LDA.

    O MinC Mente ao falar que a grande maioria da sociedade não conhece a proposta de Lei. A Arena de debate é o congresso. Direto pro Congresso!! Na verdade estão fazendo cortinas de fumaça.

    Reforma revê direitos autorais
    Segunda feira -feira, 14 junho 2010

    O Ministério da Cultura (MinC) lança na segunda-feira a consulta pública que ajudará a definir o texto da reforma da Lei de Direitos Autorais. Foram vários adiamentos sucessivos e muita discussão – principalmente entre o MinC e as entidades de arrecadação privada. A consulta pública será totalmente online. “A ideia é debater aspectos mais ou menos nos moldes do Marco Civil da Internet”, explica Alfredo Manevy, secretário executivo do MinC.
“Eu acho que o processo demorou bastante, bem mais do que o previsto. Poderia ter sido concluído há um ano e meio”, critica Pablo Ortellado, professor da USP e coordenador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai). O grupo participa da Rede pela Reforma da Lei de Direito Autoral, que reúne 20 organizações (como CTS-FGV, UNE e Idec) e pressiona o MinC a liberar o texto desde o ano passado.
    Distração. O temor é que o debate perca força por causa da Copa do Mundo e das eleições. Além da pressão pela aprovação, o MinC também enfrentou resistência das entidades privadas contrárias à mudança. A Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus) diz, por exemplo, que a lei 9.610 é atual e precisa só de retoques. AHAM.
    A principal diferença é que a nova legislação prevê um espaço para uso amigável e também mais flexibilidade para os autores discutirem prazos e condições de cessão de direitos, além da criação de um Instituto Nacional de Direito Autoral responsável por regular a atuação das entidades privadas. Esse é o ponto mais criticado pelas entidades de arrecadação, que acusam o MinC de estatização. O Ministério prefere definir as mudanças como a “criação da figura de um ‘Estado indutor’”.
    Por ser tão restritiva, a legislação anterior, a lei 9.610, de 1998, foi considerada pela ONG Consumers International como a sétima pior do mundo em termos de acesso à educação. Ao pé da letra, a atual LDA proíbe fotocopiar livros para fins educativos, copiar obras para fim de conservação e usar pequenos trechos para remix. A nova legislação deve criar mecanismos para legalizar esses três exemplos.
    “A ideia é ter um mecanismo para os autores ficarem mais independentes”, diz Samuel Barrichello, coordenador-geral de regulação em direitos autorais do MinC. Além disso, “a proposta é que 50% do valor da obra vá para o autor”. O Instituto de Direito Autoral não determinará valores, mas definirá regras básicas de atuação das entidades de arrecadação. “É meio obrigatório existir gestão coletiva. Mas esses órgãos precisarão ser registrados no ministério.”
    Acesso. A legislação não só deve proteger e garantir que o autor receba por sua criação mas também garantir que o público tenha acesso aos bens culturais – e é esse o ponto criticado pela Consumers International. O novo projeto de lei deverá prever uma série de exceções e limitações para que, por exemplo, seja permitido digitalizar um filme cujo diretor não seja mais localizável. E também regulamentará o remix, a possibilidade de uso de pequenos trechos da obra. “A ideia é criar flexibilidade para que se possa usar uma obra sem infringir os direitos autorais”, diz Barrichello.
    Para Para Ortellado, a reforma da lei traz avanços importantes, mas poderia trazer mudanças mais ousadas – como a diminuição dos prazos de proteção (que continua a ser de 70 anos) e a regulação do compartilhamento na internet. “Poderíamos aproveitar essa janela de oportunidade”, sugere. “É preciso falar mais em trazer remuneração pela música na internet”, sugere o produtor Pena Schmidt, que, junto de Ortellado, também assina o manifesto pela mudança da LDA. “Não há porque criminalizar a fruição da nossa cultura. É preciso descobrir como cobrar e remunerar os direitos adequadamente, sem tratar os ouvintes e promotores como inimigos.”
    Fonte: Link Estado/Tatiana de Mello Dias

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