Secretário do Audiovisual quer manter a proposta original da Política Nacional do Cinema, mas o futuro da Agência ainda é incerto, podendo ir ao MinC ou ao MinicomPor Sílvio Crespo
16/01/2003
?Sou a favor do tripé: Ancine (Agência Nacional do Cinema) sob o Ministério do Desenvolvimento, secretaria do Audiovisual no MinC (Ministério da Cultura) e Conselho Superior de Cinema na Casa Civil? disse o secretário do Audiovisual, Orlando Senna, à revista Tela Viva. Essa proposta corresponde aos planos concebidos durante a administração Fernando Henrique Cardoso, quando foram elaboradas as diretrizes da Política Nacional do Cinema. Entretanto, Senna está disposto a estudar as sugestões que apareceram durante a elaboração do programa de governo, segundo a revista.
Sem destino
A té agora, ninguém sabe qual será o destino da Ancine. Além do Desenvolvimento, os dois outros ministérios cotados para receber o órgão são o da Cultura e o das Comunicações. Mas de qualquer modo, a Agência não deve permanecer na Casa Civil, segundo a Tela Viva, por mais de dois meses. Segundo a revista, a decisão sobre o destino da Ancine será discutido entre a Casa Civil, o MinC e o Ministério das Comunicações (Minicom) e o do Desenvolvimento. O secretário Orlando Senna afirmou também que pretende incluir na política do audiovisual a televisão aberta, ainda segundo a Tela Viva.
Entenda a política do cinema
A Política Nacional do Cinema, desenvolvida pelo Grupo de Desenvolvimento Executivo da Indústria Cinematográfica durante o Governo FHC, procurou levar em conta tanto os aspectos mercadológicos quanto a relevância cultural da arte cinematográfica. Além dessas duas dimensões, está implícito na política o princípio de permitir participação da sociedade civil.
Assim, cada uma dimensões incorporadas na Política Nacional do Cinema deveria ser prioridade de um órgão diferente. Como explica Gustavo Dahl, presidente da Ancine, os aspectos culturais da política cinematográfica caberiam à Secretaria do Audiovisual. As estratégias para a indústria do cinema ficariam a cargo do Ministério do Desenvolvimento. Na Casa Civil, seria instalado o Conselho Superior de Cinema, responsável pela articulação interministerial e pela participação da sociedade civil.
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