Operação da Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos apreende material pirata em várias regiões do Brasil. São Paulo é o Estado mais afetado pelo problemaPor Sílvio Crespo
17/02/2003
Mais de 520 mil CDs piratas foram apreendidos em janeiro deste ano na ?Operação de Verão? da Apdif (Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos). A ação visa a intensificação das operações contra os piratas da indústria fonográfica durante o período de férias. Foram apreendidos também 40 drives, que poderiam falsificar até 2,3 milhões de CDs por ano. Sudeste e Nordeste foram as regiões mais atingidas.
Só na capital de São Paulo foram apreendidos mais de 185 mil discos, equivalente a mais de um terço do total. Em todo o Estado, a operação apreendeu 207 mil unidades. No Estado do Rio de Janeiro, foram apenas 40 mil CDs. O Nordeste é a segunda região mais afetada pelo problema. Na região, a Operação de Verão localizou quase 200 mil CDs ilegais.
3º do ranking
Em 2001, o comércio ilegal de música chegou a 53% do mercado fonográfico brasileiro, segundo a ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), o que significa uma perda anual de R$ 750 milhões para o setor e R$ 250 milhões para o Governo. Com isso, o país subiu para o terceiro lugar no ranking mundial da pirataria, organizado pela IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) atrás apenas da Rússia e da China. Ainda assim, no mesmo ano as gravadoras venderam 80 milhões de unidades de CDs, gerando um faturamento aproximado de R$ 1 bilhão.
A pirataria tem prejudicado sensivelmente a indústria fonográfica nacional. Em 2001, a ABPD constatou uma redução de 30% no quadro de funcionários das gravadoras e o fechamento de cerca de dois mil pontos de vendas. Este ano, o anúncio de encerramento das atividades da Abril Music, gravadora que tinha em seu catálogo nomes como Gal Costa, Rita Lee, Titãs, Mundo Livre, Capital Inicial, Bruno & Marrone e Maurício Manieri, expressa as dificuldades pelas quais a indústria fonográfica vem passando.
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