A Câmara Brasileira do Livro, a Bradesco Seguros e as editoras investem R$14 milhões, com os benefícios da Lei Mendonça, na terceira maior feira de livros do mundoPor Sílvio Crespo
A Bienal Internacional do Livro de São Paulo, aberta de 25 de abril a 05 de maio, reúne 830 expositores de sete países, formando a terceira maior feira do mercado editorial do mundo, atrás apenas das feiras de Frankfurt, na Alemanha, e da Book Expo America, nos Estados Unidos. Realizada por uma parceria entre a Câmara Brasileira do Livro e a Fagga Eventos, e com o patrocínio da Bradesco Seguros, a Bienal de 2002 pode ajudar a impulsionar o mercado editorial nacional, que no ano passado apresentou sinais de fraqueza, como a queda de 10% do número de exemplares vendidos em relação a 2000.
Mercado
Apesar dessa queda do número de exemplares vendidos, o mercado editorial apresentou, no ano passado, crescimento real de 2% do faturamento em relação a 2000. Em relação ao PIB, o crescimento do setor foi da ordem de 0,5%, segundo dados fornecidos pela assessoria da organização da Bienal. O evento, por estimular o contato do público com os livros, pode ser uma alavanca para impulsionar o mercado editorial nacional.
Universitárias
O maior estande da Bienal pertence à Associação Brasileira de Editoras Universitárias, a ABEU, que ocupa um total de 1200 metros quadrados. Essa grande presença das editoras universitárias deve-se, em parte, ao crescimento do mercado de livros científicos, técnicos e profissionais nos últimos anos. A exigência por parte do mercado de trabalho de um alto padrão de qualidade do profissional formou uma crescente demanda por esse tipo de livro, produzido pelas editoras universitárias.
E-books
Uma novidade para o mercado editorial nacional, presente na Bienal, é a iEditora, única editora brasileira que trabalha com a publicação de livros eletrônicos, conhecidos como e-books. Com este tipo de método, segundo André Cymbalista, diretor do estande, é possível fazer a publicação de um livro com apenas R$1500, custo bem abaixo da publicação de livros convencionais. Com isso, a publicação pode se tornar acessível a escritores que hoje não conseguem inserir-se no mercado editorial. ?Acreditamos que publicar é um direito do autor, e não um privilégio?, diz Cymbalista. Para ele, que espera um faturamento de R$ 1 milhão até o final de 2002, em cinco anos os e-books constituirão 10% do mercado editorial nacional.
Parcerias
O financiamento para a realização da feira foi obtido não só pela venda dos estandes às editoras, mas também pelo patrocínio de empresas privadas e apoio da Prefeitura de São Paulo. Do total de R$14 milhões em investimentos, metade sai do bolso dos expositores, enquanto a outra metade vem dos organizadores. A Bradesco Seguros é a principal patrocinadora do evento, seguindo sua estratégia de marketing voltada ao patrocínio de projetos culturais.
No ano passado, a empresa investiu R$ 8 milhões, segundo sua assessoria, em patrocínios culturais, abrangendo exposições de artes plásticas, literatura e música. Este ano a empresa participa da Bienal pela segunda vez. A feira de livros conta com o apoio, também, da Prefeitura de São Paulo, através da Lei Mendonça de Incentivo à Cultura.
Clique aqui para ler a entrevista com José Castilho, presidente da ABEU (Associação Brasileira de Editoras Universitárias).