Tem os executivos de marketing sido duramente criticados como detentores do poder de definir o que se faz e o que não se faz em cultura.

Tendo vivido os dois lados, produtor e patrocinador, entendo que vale a pena analisar a posição de cada um e diferenciar o Marketing Cultural do Marketing do Cultural.

Cabe ao Executivo de Marketing das empresas realizar o Marketing Cultural, ou seja utilizar as ações culturais como ferramenta para os objetivos de marketing da empresa. Assim direciona seus patrocínios a atividades que atinjam seu público alvo e ofereçam espaços para comunicar-se com êsse público. Sua análise, portanto, é ficada nos objetivos da empresa, buscando melhorar o relacionamento com o público através de patrocínios culturais. Não lhe cabe definir como será a atividade cultural mas tem ele o dever de escolher aquela que melhor se adeque aos interesses de sua empresa.

Já o produtor cultural deve realizar o Marketing do Cultural, ou seja precisa realizar o Plano de Marketing para seu evento. Assim deve definir quem é o publico alvo, que caminhos utilizará para viabilizar a realização do espetáculo, como conseguir os recursos necessários etc. etc. Assim o Produtor Cultural, conhecendo antecipadamente seus objetivos poderá analisar que empresas deve procurar como possíveis patrocinadores. Quando os objetivos forem comuns, certamente o patrocínio será realizado.

Assim o que se conclui é que produtores e patrocinadores precisam desenvolver conhecimentos sobre os assuntos marketing e cultura para que as realizações sejam boas para ambos.

Devem os produtores aprofundar seus conhecimentos de marketing, entender os meandros de mercado e com isso mais facilmente identificarão oportunidades junto a patrocinadores .

Fica a sugestão : antes de sair para ?vender? seu projeto, elabore um pequeno Plano de Marketing para seu produto cultural e o resultado será melhor e mais rapidamente atingido.

Vale Cultura

A criação do vale cultura, a exemplo do vale refeição, certamente seria uma grande solução para essa polêmica parceria.

Os patrocinadores comprariam os vales cultura e os entregariam a seus colaboradores, clientes, prospects, etc.

Os produtores realizariam suas ações certos da existência de público com possibilidades de frequentá-las, sem precisar sair à cata de patrocínio.

A opção de escolha do espetáculo seria do público que teria o vale na mão para comprar o ingresso. O sucesso da ação cultural ficaria por conta do talento e capacidade do Produtor em conquistar esse público e não na capacidade de conseguir o patrocínio.

José Maria de Campos é Diretor da Oficina de Marketing, Produtor e apresentador do Programa Marketing Cultural na TV . Foi Diretor de Marketing e Assuntos Corporativos da SCI/Equifax reconhecido como um dos maiores patrocinadores culturais. Telefone 011 ? 3032 0270 E-mail: jocampos@ig.com.br

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José Maria de Campos


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