Mônica, Mickey e outros impérios dentuços da cultura no centro e na periferia das discussões!
Monica´s Gang
A Turma da Mônica está se preparando para o mercado internacional. O criador da turminha do gibi multimídia disse à Isto É Dinheiro que “a discussão de cinema nacional ficou para trás, estamos trabalhando em filmes de animação que sejam universais”.
O glande negócio
As tirinhas de jornais e revistas já são publicadas em 18 línguas e a intenção é penetrar mais na televisão americana e européia, em busca do mercado de licenciamento de propriedade intelectual. “Esse que é o grande negócio”, pontua Maurício de Sousa.
Sobre carros e ratos
Em um desses dias, estava minha esposa e eu pelo centro de São Vicente, e ela, educadora infantil, parou para olhar umas pastinhas com historinhas em devedê e vídeo. Os Carrinhos e Ratatoing me lembraram aquelas falsificações de tênis Nike, que vinha com um rabinho mais puxado do logo, e com a inscrição “Naike”. Imaginei o quão pês da vida estariam àquela hora os executivos da Disney.
Carona para a Disneylândia
Sem que eu precisasse mandar um telegrama ao Mickey para saber as novidades da terra da Fantasia, a Folha de S.Paulo surpreendeu: “Brasileiros faturam na carona de hits da Disney”. A microprodutora paulista Vídeo Brinquedo lançou Os Carrinhos e Ratatoing em devedê antes mesmo que a gigante norte-americana Pixar, parte da Disney, estreasse Carros e Ratatouille nas telonas brasileiras. Quase 400 mil cópias já foram vendidas dos filmes.
Concorrência desleal
Segundo Sérgio Branco Júnior, advogado especialista em propriedade intelectual e consultor do Ministério da Cultura, “do ponto de vista da identificação do produto, pela Lei de Propriedade Industrial, poderia se caracterizar a concorrência desleal”, que trata de quem “emprega meio fraudulento para desviar clientela de outrem”. Seria, portanto, as práticas da cadeia produtiva das grandes corporações da informação também concorrência desleal? Ou apenas os nossos meios é que são os fraudulentos?
O cavaleiro solitário
E o Globo destacou entrevista do Zé Rodrix como o cavaleiro solitário contra a Lei Rouanet. O jornal fala sobre a “nitroglicerina que tem corrido pelas veias da classe artística brasileira”, depois da divulgação do gesto do músico Zé Rodrix de abandonar a direção do espetáculo musical “O Rei Lagarto — Tributo a Jim Morrison” (sobre o cantor dos Doors) ao saber que a peça, prevista para estrear em janeiro de 2008, teria fundos da Lei Rouanet.
Esmola pública
Rodrix crê que “esmola pública deteriora a arte”, e diz mais: “O dinheiro de todos deve ser gasto com questões essenciais, como saúde, educação. Isso é mais importante do que gastá-lo com arte, que vem sendo disfarçada de cultura para se valorizar. Cultura inclui mais coisas que a arte. O dinheiro de todos que paga a aventura artística de alguns sequer volta para o povo. Se você produz com dinheiro público, o que você produziu tem que ser distribuído gratuitamente”.
Ticket Cultura
O veterano produtor Luiz Carlos Barreto diz que uma solução seria destinar uma parte da renúncia fiscal das empresas privadas e estatais para o Ticket Lazer e Cultura, um projeto do MinC que, conforme Barreto, revolucionaria o mercado de consumo de bens culturais. Esse ticket seria o equivalente ao ticket-refeição e incluiria no mercado de bens culturais cerca de 40 milhões de novos consumidores.
Demanda tecnológica
Em 2007, pela primeira vez, os brasileiros comprarão mais computadores do que televisores – os micros ganharão por 600 mil unidades, segundo previsões da indústria do setor. Notícia do Zero Hora, diz que no segundo trimestre de 2007, foram vendidos 19% mais micros do que no mesmo período de 2006. Mas o páreo não está definido: a partir do ano que vem, com o início das transmissões de TV digital, uma televisão nova deve voltar a ser o sonho da família brasileira.
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Carlos Gustavo Yoda *
* Bom deixar claro – Não se pretende neste espaço, em momento algum, criar nenhum tipo de pseudo-observador de imprensa à moda de Alberto Dines, nem a pretensão de este autor ter se auto-intitulado o ombudsman do jornalismo cultural. Longe disso. O objetivo do Caderno 2.0 é inter-relacionar a pauta e a estratégia política dos meios de comunicação. Provocar o debate com o melhor e o pior que o jornalismo permite, sem sequer medi-los, apenas expondo-os. Dos comentários fofoqueiros sensacionalistas, às novas iniciativas e propostas tecnológicas. E assumiremos todas as nossas contradições. Saiba mais em s://culturaemercado.com.br/setor.php?setor=4&pid=3244