Pesquisa deve dar as bases para um modelo para um plano estratégico de desenvolvimento do setor, em sintonia com as últimas deliberações do Congresso Brasileiro de Cinemawww.culturaemercado.com.br
01/12/2003
O Congresso Brasileiro de Cinema (CBC), que hoje reúne 50 entidades do ramo, vem trabalhando em em parceria com a Brant Associados, consultoria especializada em política cultural, em um estudo que servirá de modelo para um plano estratégico de desenvolvimento regional do audiovisual, específico para a realidade brasileira e rigorosamente em consonância com as proposições levantadas pelos dois últimos encontros nacionais de profissionais do setor, o III CBC, realizado em 2000, e o IV, em 2001. O estudo vem sendo elaborado há seis meses, e se encerrará com as contribuições da quinta edição do evento, realizada desde o último sábado (29 de novembro) até a próxima quarta-feira (3 de dezembro).
O V CBC consolida uma fase de conquistas para o cinema nacional, que até o final deve ocupar cerca de 20% do mercado de filmes exibidos no país. O evento ?discute o rumo que a entidade (o CBC) deverá tomar em relação a uma nova realidade do cinema brasileiro?, analisa Assunção Hernandes, presidente da instituição. ?A aplicação de suas deliberações depende de uma tecnologia muito bem estruturada, com detalhamento de ações que permitam dimensionar as ações propostas pelo CBC?, completa Hernandes.
Coordenado pelo consultor André Martinez, que participou da criação da Fundacine (Fundação de Cinema do Rio Grande do Sul), o estudo será concluído com as contribuições do V Congresso. Trata-se de uma minuciosa pesquisa sobre a situação do audiovisual no Estado de São Paulo, realizada com a colaboração de Newton Cannito, diretor do Instituto de Estudos de Televisão, e de Michel Nicolau durante o ano de 2003.
O estudo será publicado sob o título ?Democracia Audiovisual ? Um modelo de desenvolvimento regional?, em março de 2004 pela editora Escrituras em parceria com o Instituto Pensarte e conta com o apoio do Congresso Brasileiro de Cinema, da Fundacine e da Educine.
O modelo
Segundo o autor, ?o estudo não pretende constituir uma cartilha com soluções prontas, mas uma referência com perspectivas regionais, auxiliando no desenvolvimento de políticas públicas que respeitem a complexidade da atividade audiovisual e as peculiaridades de cada contexto. Apropria-se instrumentalmente de conceitos como redes de cooperação, clusters econômicos regionais e setoriais e desenvolvimento social sustentado para viabilizar estratégias que conciliem esforços do poder público, dos agentes econômicos do setor e da sociedade civil, sob diretrizes que resguardem questões éticas como a diversidade audiovisual e a democratização do capital cultural?.
Além de programas específicos de estimulo à produção em cinema, vídeo, TV e novas mídias, exibição, distribuição, educação, empreendedorismo, pesquisa, preservação, critica, inserção internacional e de articulação do setor, o estudo prevê um código de princípios éticos e diretrizes de desenvolvimento. Também estão contempladas estratégias de interlocução e de gestão, integrando players econômicos do setor audiovisual e de outros setores, distintas esferas e níveis do poder publico e representações da sociedade civil.
Além disso, prevê projetos estratégicos de sustentação para cada programa proposto (projetos-ancora) e delimita metas e indicadores econômicos e socioculturais para avaliação de desempenho, dimensionando proporcionalmente os investimentos econômicos necessários e analisando novos paradigmas e modelos de desenvolvimento econômico.
O livro ?Democracia Audiovisual? apresentará o modelo na integra, com analises criticas sobre peculiaridades de gestão de políticas publicas para o setor e sobre a complexidade econômica e sócio/política do audiovisual.
Copyright 2003. Cultura e Mercado. Todos os direitos reservados.