A Motion Picture Association havia pedido ao presidente mexicano a suspensão de medidas protecionistas, mas os artistas do país querem manter a política culturalPor Sílvio Crespo
24/02/2003
A MPA (Motion Picture Association), entidade que representa as maiores produtoras cinematográfica dos Estados Unidos, havia pedido ao Presidente do México, Vicente Fox, que suspendesse a sua política cultural que taxa os filmes norte-americanos. Agora, como noticia o jornal O Estado de São Paulo, diretores, atores e produtores mexicanos escreveram carta ao presidente mexicano pedindo que mantenha a política de proteção à indústria cinematográfica local, já que as majors norte-americanas (grandes produtoras como Columbia, Warner Bross. e Fox) ocupam cerca de 90% do mercado.
Proteção e fomento
Desde janeiro, o governo do México cobra a quantia de um peso (equivalente a US$ 0,10) na venda de ingressos para filmes dos Estados Unidos.A taxa faz parte de uma política mexicana de proteção e fomento ao cinema local. Segundo notícia publicada no sítio Screen Daily, o valor arrecadado com o tributo é repassado para um fundo administrado pelo Instituto Mexicano de Cinema (Imcine), que aplica o dinheiro na produção cinematográfica do país.
De acordo com o Screen Daily, os cineastas e produtores mexicanos não enfrentam apenas a resistência dos norte-americanos. Internamente, distribuidores e exibidores também são contra a taxa de um peso na bilheteria de filmes norte-americanos. A política de exceção cultural, que vem conquistando cada vez mais adeptos ? e aí se inclui a União Européia e alguns países da América Latina-, também vem enfrentando cada vez mais resistências.
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