Sucesso de público há 4 anos, a mostra Brasil Plural terá sua quinta edição em 3 cidades alemãs e uma suíça, com 20 filmes brasileiros. Trabalho voluntário e parcerias cobrem o custo de US$ 100 milPor Sílvio Crespo

A Alemanha e a Suíça receberão, de sete a 23 de novembro, cerca de 20 filmes brasileiros, entre curtas, longas e documentários. Será a quinta edição da mostra de cinema Brasil Plural, que ocorre anualmente desde 1998 nas cidades alemãs de Munique e Frankfurt. Este ano, O auto da compadecida, de Guel Arraes, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de André Klotzel e Bufo e Spallanzani, de Flávio Tambellini estarão entre os destaques.

Mostra itinerante
Devido ao sucesso de público das versões anteriores, este ano a mostra será ampliada, aumentando o número de filmes e chegando também à cidade de Jena, na Alemanha, e Konstanz, na Suíça, diz o curador do evento Ralf Tambke. Mais do que isso, com o grande espaço da mostra na mídia local e com o manifesto interesse europeu, os organizadores do projeto Brasil Plural estudam a possibilidade de montar uma mostra itinerante por toda a Europa, aproveitando o crescimento da produção cinematográfica brasileira.

Europa
?A Europa tem um grande interesse pelo Brasil e busca uma imagem representativa da realidade brasileira, longe dos clichês que normalmente chegam ao exterior?, diz Tambke, explicando o sucesso do nosso cinema no velho continente. ?Na década de 90, a presença do cinema brasileiro na Alemanha era zero, mas hoje, após o fenômeno ?Central do Brasil?, o interesse comercial volta a surgir, como acontecia nas décadas de 60 e 70?, diz o curador.

Circuito alternativo
Se a Alemanha, assim como o Brasil, também é dominada pelos distribuidores internacionais, algumas diferenças permitem maior espaço para o chamado ?cinema de arte? lá fora: os alemães têm cerca de 1000 salas de cinema alternativas à grande indústria, além de um público bastante fiel.

De acordo com Tambke, ?esse circuito alternativo não é muito grande, mas é ávido por produções que fogem e rompem com a estética e o poder da indústria cinematográfica norte-americana?. Mesmo não sendo ?muito grande?, o público pagante é suficiente para manter acessas as chamas do cinema independente alemão, que, segundo Tambke, ?quase não tem patrocínio?.

Sem dinheiro
Até agora, os organizadores não conseguiram nenhuma verba para viabilizar o projeto, que tem um custo de US$100 mil, e o trabalho voluntário tem sido fundamental. A produtora Plural Filmes, que organiza a mostra, conta com o apoio, no Brasil, do Instituto Goethe, que envia os filmes à Alemanha, e do projeto Cinema BR em Movimento. Na Alemanha, a ONG Casa do Brasil oferece suporte gráfico, de divulgação e até de pessoal para a execução do projeto. O consulado do Brasil em Munique e a Secretaria de Cultura da cidade também apóiam o Brasil Plural.

Copyright 2002. Cultura e Mercado. Todos os direitos reservados.


editor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *