Orçado em R$ 3 milhões, instituição inaugura Centro de Documentação e Pesquisa. ?Temos o projeto de transformar a Cinemateca num grande centro cultural?, diz presidente da SACPesquisa
A Cinemateca de São Paulo inaugurou, na última segunda-feira, dia 9 de setembro, o Centro de Documentação e Pesquisa (CDP). Trata-se do principal centro de pesquisas sobre cinema do país. Um espaço que abriga a Biblioteca Paulo Emilio Salles Gomes, o laboratório fotográfico, um conjunto de arquivos especiais e o setor de pesquisas da instituição. Segundo matéria divulgada na Folha de São Paulo, deste conjunto fazem parte 9.000 livros, 2.300 roteiros de cinema, 8.500 cartazes de filmes e coleções completas das revistas mais importantes de cinema do país, entre outros documentos.
Matadouro vivo
O antigo Matadouro Municipal paulistano servirá de galpão para abrigar todo o acervo. De acordo com a Folha, o centro é resultado do trabalho da Sociedade Amigos da Cinemateca, presidida desde abril de 1997 por Cosette Alves. Sob comando dela, a SAC já havia captado recursos para a abertura, em 2001, do depósito de matrizes, conjunto de salas climatizadas para acondicionar os filmes administrados pela instituição. Três dos patrocinadores desse primeiro projeto, Bradesco, Petrobras e BNDES, bancaram também o CDP, orçado em R$ 3 milhões. O Tesouro Nacional, aliado a colaboradores menores, complementou o valor.
Captação e cia.
“A SAC tem como finalidade captar recursos, organizar eventos e, sobretudo, revitalizar o nome da Cinemateca. Quando íamos captar recursos, sentíamos que, apesar de muito importante, a Cinemateca era uma instituição pouco conhecida. Não era fácil explicar a importância da memória”, lembra Cosette à Folha. Segundo disse ao jornal, tanto o projeto do depósito de matrizes quanto o do CDP já existiam. Mas faltavam os recursos. “Minha vida empresarial me foi muito útil, porque tinha credibilidade e consegui convencer os patrocinadores da importância deste trabalho.”
Paulo Emilio
Um dos maiores presentes ao público é, sem dúvida, a biblioteca pessoal de Paulo Emilio Salles Gomes (1916-77), tido como o principal crítico de cinema da história do país. Inédito, o conjunto conta com livros que já estavam na Cinemateca e uma coleção de cerca de 5.000 volumes de literatura, sociologia, filosofia, entre outros. Há também, segundo a Folha de São Paulo, outros arquivos especiais, como parte da coleção de Glauber Rocha (1939-1981), que inclui o roteiro de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” com anotações do cineasta.
Centro cultural
O acesso aos documentos será controlado, mas a maior parte do arquivo estará aberta ao público todos os dias. O centro irá funcionar de segunda a sexta-feira, das 9h às 13h. “Agora temos de pensar na manutenção do espaço, pois ele cresceu muito”, diz Cosette à Folha. “E também na ampliação. Temos o projeto de transformar a Cinemateca em um grande centro cultural.”
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