Artistas reivindicam campanha de popularização e incentivo à produção e circulação de espetáculos; no longo prazo, pedem ensino obrigatório de literatura dramática nas escolasPor Sílvio Crespo
11/06/2003
Os diretores da Cooperativa Paulista de Teatro reuniram-se com a secretária da Cultura do Estado de São Paulo, Cláudia Costin, para apresentar suas propostas de políticas culturais para o setor teatral. Na ocasião, foi entregue uma carta assinada pela Cooperativa. Segundo o presidente da entidade, Chico Cabrera, a secretária foi ?receptiva, porém cautelosa?. ?Ela ouviu bastante sobre a Cooperativa e as propostas?, completou. Com a reunião, Cabrera considera que se abre um canal de comunicação entre a Secretaria e a entidade, que conta atualmente com 430 grupos associados (cerca de 2500 pessoas).
Teatro na escola
Para o longo prazo, a carta sugere que a Secretaria da Cultura implante nas escolas públicas o ensino obrigatório e curricular de literatura dramática. No médio, prazo, a Cooperativa espera que se abra um canal de discussão permanente entre o governo e a comunidade artística, para debater, por exemplo, a criação da Loteria Cultural.
Um real
A carta traz ainda o resultado de uma reflexão feita por um grupo de trabalho formado na Cooperativa, propondo uma política orientada para três áreas: popularização do teatro, estímulo à produção e, por fim, facilitação da circulação de espetáculos. Para a popularização, uma das sugestões apresentadas foi a criação de uma versão aperfeiçoada do polêmico projeto Teatro por 1 Real, implantada em 1999. Foi lançada a idéia de utilizar palcos alternativos, em escolas, casas de cultura e outros, para atingir um público maior em locais mais distantes.
Circulação
Para incentivar a produção no curto prazo, a Cooperativa sugere a reedição do Prêmio Estímulo Flávio Rangel. Como políticas de circulação, foi proposta a criação de um programa de formação de agentes culturais no interior e a formulação de um roteiro de circuito, com itinerância de espetáculos e de oficinas de produção.
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