Presidente mundial da BMG visita o Brasil e preocupa-se com novas maneiras de vender música; ?Acredito muito no sistema de troca de música pela internet? Otimismo
O presidente mundial da BMG, Rolf Schmidt-Holtz, em visita ao Brasil ? parte de uma turnê mundial que irá fazer para conhecer as 200 gravadoras e selos ligados à BMG – concedeu entrevista à Folha de São Paulo e mostrou otimismo em relação ao mercado fonográfico brasileiro. Ao contrário do que se poderia imaginar, dado o alto nível de pirataria no país, Schmidt-Holtz disse ao jornal que não trazia más notícias. “Temos uma empresa muito competente no Brasil. Estamos orgulhosos do trabalho que vem sendo feito neste país”, disse.
Mudanças
Segundo ele, ?a pirataria não é exclusividade do Brasil. Há países que estão ainda em piores condições. Estamos trabalhando em questões de tecnologia para buscar uma solução para o problema?, disse à Folha. Para ele, porém, a solução depende também de mudanças na legislação e de uma reestruturação das estratégias. “No momento, vendemos CDs, um produto que já está com 20 anos de idade. Estamos passando por um período em que precisamos pensar em novas maneiras de vender música. Nossa maior preocupação é entender o que o consumidor quer, porque parece que ele não está mais querendo pagar um determinado preço para ter dez, 11 ou 12 músicas num CD”, afirma o executivo alemão.
Internet
O presidente da gravadora diz também ao jornal que, ?mesmo em países onde o dinheiro não é problema, as pessoas preferem comprar o CD pirata porque custa menos. Nos EUA, por exemplo, há um problema gravíssimo de pirataria”, exemplifica. A internet, neste sentido, pode vir a ser a solução. Segundo a Folha, há pouco menos de um mês a BMG comprou o encrencado Napster. “Não sei te dizer como estaremos comercializando música daqui a cinco anos, mas tenho certeza de que não estaremos falando somente em CDs. Acredito muito no sistema de troca de música pela internet, que deverá funcionar de maneira mais ordenada do que conhecemos hoje”, avalia.
Novos talentos
Schmidt-Holtz comenta o caso da cantora Mariah Carey, que foi demitida da gravadora EMI após lançar um disco mal-sucedido, e diz que, ?às vezes, essas pessoas acreditam ser muito mais valiosas do que são. Elas se tornam muito caras e não dá para pagar. Não estou dizendo que é o caso da Mariah. Mas acontece”, diz. E completa: “Mais importante do que manter gente que já tem nome, a empresa precisa achar novos artistas e trabalhá-los”. Para ele, a reclamação de talentos emergentes, de que as grandes gravadoras não têm olhos para os pequenos, é ?conversa mole. Meu objetivo pessoal é achar gente boa. Achar que as grandes gravadoras são malvadas, que não olham para os pequenos, isso é uma lenda urbana. Culpar a gravadora é coisa de artista que não consegue fazer sucesso”, finaliza.
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