UNE admite que as concessões de carteira de estudantes fugiram do controle e que pretende rever convênios com parceiras.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) admite que as concessões de carteira de estudantes fugiram do controle e que pretende rever convênios com parceiras. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, alguns convênios, como o da Rádio Jovem Pan, com vigência até maio, não serão renovados.
Convênios entre associações e agremiações estudantis, além da União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), para fornecimento de carteiras de estudantes foram permitidos pela Medida Provisória 2208, de 2001.
Para o vice-presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec), Luiz Gonzaga, além da falta de controle na liberação das carteiras de estudantes, existe a dificuldade de “que a lei estabelece que o estudante sempre terá direito à meia-entrada, mesmo nos preços promocionais, o que causa diversas vezes a meia-entrada da meia-entrada”. Neste caso, ele apóia a proposta defendida Associação Brasileira de Empresários Artísticos (Abeart), de limitação em 30% da meia-entrada em cada espetáculo ou sessão.
Para o presidente da Associação Abeart, Ricardo Chantilly, o paradoxo é que se discute o benefício com o público que já está nos cinemas e que com os seus benefícios torna os preços tão altos que não permitem que outros segmentos da população vão ao cinema. “É uma punição à população brasileira em geral, especialmente às populações mais pobres”.
“O que temos no Brasil é uma situação muito estranha. Porque hoje os cinemas possuem 73% do público entre pessoas de 12 a 29 anos, classes A e B que detêm o benefício dos descontos. Diferentemente de outros países como o México, onde a maior parcela de espectadores está nas classes C e D, no Brasil estamos expulsando os motoristas de táxi, os trabalhadores braçais, ou seja, esse público já não existe”, completa Chantilly.